terça-feira, 25 de agosto de 2009

Enquete sobre o Superávit

Eu não entendi o porquê de tanta polêmica em cima da enquete que coloquei no ar. O assunto é importante e precisa ser discutido e foi por isso que achei interessante a idéia, sugerida por vários associados, de que seria uma forma de provocar a discussão sobre um assunto que, com certeza, voltará a tona. Não que haja qualquer coisa no ar, pelo menos que eu saiba, mas porque existem algumas sinalizações de que isso possa ocorrer.

Em primeiro lugar, o Banco novamente utilizou a prerrogativa da Deliberação CVM n. 371/2000 para contabilizar em seu balanço possíveis ganhos “atuariais” do Plano de Benefícios 1 da Previ, no montante de R$ 596.5 milhões. Nas notas explicativas às demonstrações contábeis de 30.06.09, é dito: “O ativo atuarial de R$ 8.410.423 (R$ 2.091.561 mil, em 30.06.2008) está registrado a valor presente conforme cálculos atuariais requeridos pela Deliberação CVM n. 371/2000. Sua realização ocorrerá obrigatoriamente até o final do plano. Entende-se por final do plano, a data em que será pago o último compromisso (pensão) do Plano 1. Poderão ocorrer realizações parciais desse ativo atuarial, condicionadas ao atendimento dos requisitos dispostos na Lei Complementar n. 109/2001 e na Resolução CGPC n. 26, de 29.09.2008.”

Eu quero deixar claro que não concordo com repasse, de qualquer natureza, ao Banco do Brasil, a não ser, é lógico que haja uma consulta e que a maioria vote favorável a uma negociação. A minha posição nunca mudou, tanto que em 1997, na discussão sobre a alteração do estatuto, eu fui contra e quase perdi a comissão no Banco por ter defendido e repassado material contra a proposta. Eu acreditava que o preço era alto demais para a mudança pretendida. E, se analisarmos agora, eu não estava errada, uma vez que as mudanças que aconteceram na legislação, após a aprovação do estatuto, acabaram com os direitos que foram conquistados a um custo muito alto. Entre algumas medidas que foram incluídas no estatuto e motivo de negociação, foi a gestão compartilhada que foi muito prejudicada com o voto de Minerva, que continua firme e forte no governo PT.

A enquete não é oficial e nem será balizador para qualquer decisão do gênero, principalmente porque não é uma amostra significativa da maioria do corpo de associados. O objetivo principal foi provocar a discussão pois considero o assunto relevante para a vida de todos os associados.

Repasso, abaixo, o resultado da enquete.

“Você concorda que o Banco leve parte do superávit da Previ?

Sim, porém limitado a 50%. 172 (4%)
Sim, porém em menor quantidade que os associados. 98 (2%)
Não, o dinheiro é dos associados. 3.449 (92%)”

10 comentários:

  1. Foi salutar a pesquisa, abriu o debate. Pena que outras instituições, como a ANABB, não façam o mesmo. Chegou a hora de pressionar, sindicatos, confederações, associações e nossos representantes na Previ, para forçar um debate e daí um acordo com o banco e o governo, não podemos ficar de braços cruzados. o tempo urge e como urge para nós aposentados.

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  2. Cara Cecilia:
    não esquente ! Aqui no sul, houve uma verdadeira corrente de emails,com fatos distorcidos e surpreendendo/indignando aqueles colegas não muito atentos ao que ocorre em torno de PREVI,CASSI,etc ( cá entre nós, aqueles muito bem calçados pela Previ, os mais antigos...)Bom,mas o email - que tambem recebi não passei adiante por sua fraca redação -
    culpava voce,seu blog,BB, Anabb e outros pela utilização do superavit no balanço do patrocinador!!
    Dai essa corrida ao blog e enxurrada de votos.
    Quem te conhece e está acompanhando tudo isso sabe que a coisa não é assim.Lamentável ver que tantos colegas desconheçam os fatos e agem dessa maneira ao receber um email, ao meu ver criado justamente para embaralhar as coisas, resultando em críticas primárias e sem fundamento.
    Agora,minha opinião,acreditar em "levar algum" do superavit sem o BB receber sua parte é, no mínimo, ingênuo . . .
    Cara Cecilia, continuemos em frente,sempre na esperança de dias melhores.
    Abraço,
    Cláudio José Canto Ditzel
    2.078.640-9

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  3. Ai tem.Novamente a tal da enquete.Querem nos dizer(aos poucos) o que ja sabemos.De grao em grao a galinha ......Nao vai sobrar nada para os VERDADEIROS DONOS!!!!!!!!!!!

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  4. Pois é Cecilia. Você sabe que na época da votação de 1997 no meu setor, aonde haviam em torno de 20 funcionários, somente eu e mais uma colega votamos contra. Tinha ido em reuniões que visavam esclarecer as alterações e não me convenci de que seria bom para os participantes do plano 1. 1997 já foi uma consequência do que aconteceu a partir de 1995 quando as relações entre o banco e o funcionalismo tornaram-se um ganha ganha para o BB. Talvez o mais complicado para nós, nos momentos atuais, e que não temos apoio mais significativo de nenhuma associação. Se não tivéssemos pessoas dedicadas como você e este seu blog para trocarmos idéias as coisas seriam muito pior.

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  5. Cavalcante disse:
    Prezada Cecília, pelo que entendi , o Banco poderá fazer sucessivas contabilizações, por ocasião dos balanços, levando em conta a sua suposta parte no Superavit da Previ. Logo o patrocinador não deve ter interesse em que se resolva o impasse via judicial tão cedo. Quanto mais demorar melhor, pois quando a Justiça decidir, se for a favor do Banco vai estar tudo bem prá aquela instituição, se acontecer o
    contrário(nós ganharmos, o que acho pouco provável, o valor total das contabilizações estará num patamar absolutamente impossível de ser suportado com um eventual estorno, pois poderia provocar um grande estrago no patrimônio do Banco provocando seu enfraquecimento o que não seria bom prá ninguém, se pensarmos com coerência. De repente, todos vão querer negociar , ainda que sob pressão, para presevar a sobrevivência do patrocinador.Penso que com essa informação que você passou sobre nova contabilização feita pelo Banco , em 30.06.2009, podendo ocorrer sempre que for benéfico ao resultado do balanço do Banco, até o final do Plano 1, muitos que foram induzidos a votar no NÃO . em sua enquete, vão estar com " as barbas de molho".
    Sorte para aqueles que poderão estar vivos por ocasião do desfecho desse imbróglio pois, para uma grande parte, já não fará qualquer diferença.
    QUEM VIVER , VERÁ !

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  6. IVAN REZENDE disse: Cecília: quando você e o Fábio Mozer estiveram aqui em Goiânia, para falar sobre o Superávit, houve um momento em, que ele disse que a sua área era igual a comentarista esportivo, que, não raras vezes diz que, no jogo, "tudo pode acontecer", assim como na economia. Se entendi bem, você argumentou que as previsões, na realidade, são feitas, considerando, inclusive, "sob estresse", que os resultados poderão ser, também, negativos. Na realidade, quem poderia prever a crise mundial do ano passado? Ainda bem que conseguimos recuperar e você, além de seu dinamismo em manter este blog, ainda pode contar com uma corrente a seu favor, para nos representar. Quando estávamos com apenas 250 votantes, preocupei e levantei a bandeira para a divulgação do blog. O contingente aumentou e podemos aumentar ainda mais. São poucos que têm a sua coragem e a sua firmeza. Para exemplificar, o Diretor da Previ, João Antonio Maia Filho, aposentado em 87, não foi beneficiado, também pelo Superávit, pois não trabalhou 360 meses, mas é, desde a fundação há uns 20 anos, é Presidente da AFAGO
    (Ass Apos GO)-e será incapaz de votar a favor dos Aposentados, desde que contrario à Previ.

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  7. Colega Cecília,
    Você inicia o texto deixando uma pergunta no ar: “Eu não entendi o porquê de tanta polêmica em cima da enquete que coloquei no ar.” Penso que a polêmica foi criada unicamente com o intuito de atingir a proprietária do blog. Está mais do que comprovada a importância deste espaço como mediador e formador de opiniões, em razão da atitude democrática que Você adota na condução dos comentários aqui postados. Até mesmo manifestações condenáveis, truculentas e antidemocráticas são disponibilizadas para o conhecimento de todos nós. Isto tudo, com certeza, incomoda. Como já disse anteriormente, a manutenção da pesquisa no ar até o seu final, demonstrando da sua parte firmeza, serenidade, fidelidade e respeito para com os colegas que, como eu, julgaram oportuna a feitura da enquete aqui neste espaço, incomodou mais ainda. Surpreendeu e causou pânico nos profissionais defensores do “não o dinheiro é nosso”. O que aconteceu depois já é do conhecimento de todos. Diante da passividade e da intransigência da maioria das entidades representativas, que insistem em esperar uma decisão judicial definitiva acerca dos termos da resolução 26 do CGPC, o patrocinador volta a abocanhar os nossos recursos, agora de forma menos agressiva, no montante de R$ 596.5 milhões. Essa farra vai continuar e, a cada seis meses, o Banco irá se apoderar, mesmo que contabilmente, dos nossos recursos. Como Você mesma colocou, o patrocinador tem até o final do plano para introduzir esses recursos no seu caixa. E é nisso que ele está apostando todas as suas fichas, juntamente com a lentidão da nossa justiça. A cada ano que passa a quantidade de participantes do plano “1” vai diminuindo. Plano maduro, com a grande maioria dos aposentados com idade elevada. A alegação dos defensores do não é de que nenhum recurso saiu dos cofres da Previ. É bom lembrar que os R$ 5,33 bilhões, retirados do superávit da Previ, serviram para gerar lucro de R$ 2,52 bilhões no quarto trimestre de 2008. Os recursos não saíram da Previ, a apropriação foi contábil, mas o pagamento de dividendos aos acionistas, aí incluído o tesouro nacional, e a participação nos lucros e resultados foram feitas em espécie. Alguém tem alguma dúvida de que essas apropriações contábeis, aliada à distribuição dos recursos, acabarão por atropelar e modificar a sentença judicial a ser proferida? Finalizando, concordo que o objetivo principal da pesquisa foi plenamente atingido, ao desmistificar verdades tidas como incontestáveis, provocando a discussão e a reflexão por parte de cada um, pois o assunto é relevante para a vida de todos os associados.

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  8. Cecilia,voce eh dez.só voce

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  9. Prezados Colegas,

    Sabemos que a "Justiça" (eta nomezinho inadequado!) tardará no julgamento da ilegalidade em se distribuir superávit ao patrocinador. Uns 20 anos ou mais.

    Resta-nos a negociação (outro nomezinho inapropriado), deveríamos chamar a isso de molecagem forçada.

    Caso contrário, quantos de nós estaremos vivos para ver a cor da NOSSA grana?

    Aliás, Justiça que tarda é falha. E País onde a "Justiça" tarda/falha não é decente, o nosso povo ainda não experimentou o Estado de Direito. Ainda não somos uma nação, somos um povo subjugado pelo poder econômico, pela imprensa e por nossas "elites" (eis aí mais um nomezinho equivocado).

    Como dizem os BANDIDOS aqui no Rio para as suas vítimas: PERDEU, PERDEU, PLAYPOY!

    C. A. PIRES

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  10. caraca, o jorge teixeira, entra ano e sai ano, continua se indignando com quem discorda da cecilia. este espaço é democrático ou só vale quando há concordância com a dona do blog. pára de ser puxa saco, jorge!!!!!

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