quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Previ e o Trem-Bala

Muito me preocupa essa pressão para que os Fundos de Pensão de estatais entrem nesses investimentos confusos e pouco transparentes. São três principais na ordem do dia: a Usina de Belo Monte, o Trem-Bala e a oferta pública da Petrobrás. Todos esses negócios têm em comum uma coisa que os analistas têm reclamado muito na mídia - falta de clareza nas premissas e nas regras. O Plano 1 da PREVI está com mais de 60% em renda variável e esses investimentos aumentariam muito mais nossa exposição. Outro modo seria investir através das empresas que os fundos de pensão têm participação, no caso da Usina de Belo Monte seria a empresa do setor elétrico, Neoenergia; no caso do Trem-Bala, a empresa Invepar e no caso da Petrobrás, é bem provável que seja direto através de compra de mais ações. Tanto é verdade a falta de clareza, que o mercado já castigou a empresa Petrobrás, quando o preço de suas ações chegaram a um patamar bem inferior a empresa Vale, onde sempre tiveram preços mais ou menos comparáveis.
Investir em mais renda variável e, principalmente, em projetos onde o retorno não está bem calculado e nem garantido é um absurdo. Vivenciamos isso no passado e sofremos com vários déficits por conta de investimentos ruins. Espero que não repitam os mesmos erros do passado e lembrem que os recursos que existem na Previ pertencem aos seus associados e não são do Governo, seja ele qual for. São recursos para pagar benefícios vitalícios para os associados, seus dependentes e pensionistas.

Fundos de pensão mais perto do trem-bala
O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, confirmou ontem que os fundos de pensão estão interessados em investir no projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV), o trem-bala que interligará as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Citou a Petros, Previ e Funcef.
Figueiredo considera importante o interesse dos fundos de pensão em formar um "fundo de investimento em participações". Segundo ele, o ingresso deste fundo ocorreria somente após a abertura dos envelopes, sem interferir na fase de disputa entre os consórcios internacionais.
O diretor da ANTT informou ainda que uma nova reunião de esclarecimento na BMF & Bovespa deve ser realizada no dia 2 de setembro. Segundo ele, a sessão servirá para apresentar os detalhes e os procedimentos previstos no edital.
Um segundo jornal publica a notícia, mas acrescenta um tom crítico. Os fundos de pensão são a principal âncora financeira das grandes obras do governo. Patrocinados pelas estatais Banco do Brasil, Petrobrás e Caixa Econômica Federal, os três principais fundos - Previ, Petros e Funcef - administram juntos um patrimônio de R$ 229,6 bilhões. É quase metade dos R$ 494 bilhões movimentados pelas mais de 300 empresas de previdência privada do País.
A trinca está presente em praticamente todos os grandes projetos encampados pelo governo, qualquer que seja a gestão federal. Hidrelétricas, ferrovias, rodovias, privatização de estatais. Obras de infraestrutura invariavelmente contam com os fundos, especialmente quando o capital privado não se manifesta, ou o faz de forma muito tímida, seja por causa do risco representado pelo projeto, seja pelo grande capital envolvido, ou por uma combinação dos dois.
Com o trem- bala, não deve ser diferente. Os fundos podem se sustentar em metas atuariais que giram em torno do INPC mais 5% ou 6% ao ano para investir em projetos com taxa de retorno nem sempre atraente à iniciativa privada. Assim, atendem a políticas do governo, mesmo batendo e rebatendo na tecla de que não se submetem a pressões governamentais.
Argumento um pouco frágil diante da facilidade com que o governo pode substituir executivos de fundos de pensão em pleno exercício de mandato. Isso ocorreu há dois meses, por exemplo, na Previ que, sozinha, movimenta recursos que somam R$ 143,6 bilhões. A formação das diretorias das fundações, metade eleita e metade indicada pelo governo, reduziu a interferência estatal, mas não a anulou.
Sob a ótica exclusiva da rentabilidade, os fundos caminham por vias distintas das dos investidores privados. Há, de fato, a preocupação com o pagamento futuro de aposentadorias e pensões. Mas o risco financeiro parece medido por lentes muito mais precisas quando avaliado por investidores privados.
Os temores que cercam o trem- bala envolvem demanda de passageiros, custo do projeto e tecnologia não dominada no País, além do prazo para o retorno do capital investido. Essas considerações estão na mesa, mas são vistas com mais complacência pelos fundos. Será mais um projeto oficial, como Belo Monte, Jirau, Brasil Ferrovias entre outros.* Fontes primárias da informação Valor + O Estado de S. Paulo

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A PREVI e a novela de Belo Monte

A PREVI NA ENCRUZILHADA

O projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte colocou a administração da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, em uma encruzilhada. A ata da reunião do conselho da Neoenergia, que aprovou a participação da empresa no consórcio Norte Energia e publicada na sexta-feira, registra o voto contrário do conselheiro Paulo Assunção. Como o acordo de acionistas da empresa vincula o voto dos conselheiros à decisão dos controladores, a Previ terá que decidir agora entre destituí-lo do cargo ou descumprir esse ponto do acordo.

Os administradores da Previ reiteradamente afirmam que não orientam votos de seus conselheiros. Mas o projeto Belo Monte está expondo uma séria controvérsia nessa questão. Mesmo não orientando voto, a Previ vincula o conselheiro de tal forma que ele perde o cargo se tiver razões próprias para desaprovar o que os controladores aprovaram previamente. Diz o acordo de acionistas da Neoenergia: "os acionistas controladores obrigam-se a destituir qualquer conselheiro por eles indicado que deixar de cumprir as disposições ou a orientação de voto dada pelos acionistas controladores.

Essa previsão consta não só do acordo de acionistas da Neoenergia como de outras empresas em que a Previ tem participação relevante, como a CPFL Energia. Também o acordo da Vale prevê a vinculação do voto do conselheiro.

A reunião do Conselho em que Paulo Assunção foi voto divergente aconteceu no dia 08 de julho e até agora ele não foi destituído. Conselheiros indicados pela Previ, que atuam em outras companhias, acreditam que o fundo deverá pedir um perdão para descumprir o acordo e manter a atual formação do conselho da Neoenergia. Destituir Assunção pode gerar uma crise, já que ele é atualmente diretor da instituição eleito com o voto dos funcionários do Banco do Brasil. A Previ se limitou a informar por meio de sua assessoria de imprensa que não vai se manifestar sobre o assunto.

O conselheiro Paulo Assunção também não quis conceder entrevista. Mas o Valor apurou que um dos motivos para ter votado contra foi a baixa rentabilidade do projeto. A própria ata da reunião do conselho diz que a diretoria executiva da empresa se propôs a aprovar a participação da Neoenergia como sócio estratégico na hidrelétrica Belo Monte tendo como base a rentabilidade mínima do limite inferior aprovada pelos acionistas. Ou seja, se qualquer imprevisto acontecer na obra a rentabilidade pode ficar comprometida.

Recentemente, o banco Santander fez um estudo em que simulava o retorno do investimento de Belo Monte. Nele, o banco leva em consideração uma alavancagem de 70% no projeto e um investimento total de R$ 24 bilhões. Com a venda da energia ao preço médio de R$ 100 - que é o que será registrado por Belo Monte com a venda de parte da energia a R$ 130 para a Eletrobras - o retorno não ultrapassaria 7,5% anual. Se o investimento chegar a R$ 26 bilhões, o retorno ficaria em 6%.
Fonte primária da informação: Jornal Valor Econômico

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Resposta do ex-Presidente da Previ às denúncias sobre o dossiê

É importante que a análise dessa denúncia que está lotando a mídia em relação à fabricação de dossiês seja feita com todas as visões, até para que os associados tenham condições de avaliar melhor a situação.

Rosa diz que Previ fez levantamento normal de informações

Após acusações de que o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) é uma "fábrica de dossiês", o ex-presidente Sérgio Rosa disse que houve um "processo normal de levantamento de informações". Ele rebateu declarações de Gerardo Xavier Santiago, ex-assessor da Previ, à revista "Veja". Disse ele que o fundo produzia dossiês contra a oposição e funcionava como máquina de arrecadação para o PT.
Segundo o ex-presidente do fundo, as afirmações do ex-assessor são "mentirosas e difamatórias". Em nota, disse que a CPI montada em 2005 pediu "uma enorme quantidade de informações". "Analisando portanto a totalidade das informações apresentadas sob a forma de acusações, não resiste nem por um minuto a ideia de uma fábrica de dossiês."
"Os escassos fatos citados estão relacionados a um processo normal de levantamento de informações e totalmente justificados e vinculados à natureza do trabalho e dos interesses da Previ naqueles momentos", completou
* Fontes primárias da informação O Globo + Folha de S. Paulo

Previ e o Setor Elétrico

Como este assunto ainda está na ordem do dia e a forma como o Governo e os novos dirigentes da Previ têm direcionado este assunto, acredito que é de fundamental importância que os associados da Previ acompanhem esta questão.


Previ nas negociações no setor elétrico

A Ashmore Energy International, dona da distribuidora de energia Elektro (antiga Enron ), abriu concorrência para a venda de seus ativos no Brasil e ainda hoje deve receber a proposta de compra a ser feita pela Neoenergia, com o apoio dos sócios espanhóis da Iberdrola . Na concorrência desse negócio estimado entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões estão ainda AES, Cemig e CPFL Energia. Essa última em uma disputa particular com a Neoenergia. É comprar ou virar alvo de compra. Mas são os americanos da AES que podem surpreender.
Em jogo está a liderança do setor de distribuição no país. Pelos dados da Agência Nacional de Energia Elétrica, AES e CPFL garantiriam a liderança do setor. Hoje a maior empresa em distribuição é a Cemig, contando os ativos da Light. Já a Neoenergia encostaria nas primeiras do ranking.
Um dos maiores interesses dos fundos sócios da Ashmore seria fazer uma troca de ações com a AES Corp. O fundo entraria no capital da corporação nos Estados Unidos e entregaria todos os seus ativos no Brasil, permanecendo no setor e com uma participação relevante no pulverizado capital da AES. O entrave dessa proposta, entretanto, tem sido o preço das ações da AES na bolsa de Nova York. Ontem os papéis fecharam a US$ 10,60, o que ainda é pouco se levado em consideração que os papéis da empresa já chegaram a valer US$ 15 dólares no último ano.
Segundo fontes, no mês passado a AES tentou melhorar sua cotação em bolsa recomprando US$ 500 milhões em ações. A empresa teve sucesso, já que no último mês as ações chegaram a valer apenas US$ 8,80, cerca de 20% menos do que valiam ontem. Mas a negociação também esbarra nas dificuldades com a usina termelétrica a gás de Cuiabá, que pertence à Ashmore, e que também deve entrar no pacote de venda, mas tem sérios problemas de fornecimento de combustível. De qualquer forma, a sinergia da Elektro com a distribuidora AES Eletropaulo é grande pela proximidade das duas áreas de concessão.
Nesse duelo, entretanto, a Cemig, mesmo alavancada, pode incomodar, já que há anos tenta entrar no mercado paulista e seu diretor de relações com investidores, Luiz Fernando Rolla, chegou a informar recentemente que já estava montando um terceiro fundo de investimentos em participações para novas aquisições. A estrutura de parceria com FIPs já foi usada para comprar a Terna e a Light.
A Elektro seria uma boa porta de entrada no mercado paulista para os mineiros da estatal Cemig. A empresa de distribuição com forte atuação na região de Campinas, São Paulo, é considerada um 'filet mignon' do setor. Ela atende mais de 220 municípios e só no ano passado teve uma receita líquida de R$ 2,66 bilhões e lucro de quase meio bilhão de reais.
A empresa também é o sonho de consumo da CPFL Energia, que no ano passado quase fechou negócio, mas a Ashmore decidiu desistir da negociação para tentar lançar ações no mercado americano. Nenhum dos dois negócios se concretizou. Assim como a Eletropaulo, os ganhos de sinergia com a CPFL seriam muito grandes pela área de atuação. A empresa que tem entre os principais sócios a Camargo Corrêa e vive uma disputa com a Neoenergia, dos espanhóis da Iberdrola. As duas empresas têm um mesmo sócio, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), que já anunciou que precisa ou se desfazer de um dos dois ativos ou fundir as atividades.
Fonte primária da informação Valor

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Alguns colegas têm me perguntado o que penso de tudo isso e eu tenho respondido através dos comentários dos questionamentos dos colegas. Eu quero esclarecer nunca soube de qualquer montagem de dossiê enquanto diretora de Planejamento da Previ. O que eu sei é que o Sr. Gerardo Santiago era Gerente da área do Sérgio Rosa e era seu braço direito. Foi destituído em função da extinção do seu cargo na época. Poderia ter sido reconduzido em outro cargo, com certeza, porém não foi. Os motivos reais que causaram esse rompimento eu não faço a menor ideia, até porque como falei várias vezes neste blog, raramente eu participava de alguma discussão que não fossem as pautadas na Diretoria, pois era quando era obrigatório o debate na diretoria.

Previ: Investimentos e planos de gestão
Foi ao ar na noite de domingo, 9/8, a entrevista concedida pelo presidente da PREVI, Ricardo Flores, ao jornalista Kennedy Alencar, que comanda o programa “É notícia” na emissora Rede TV News.
Na entrevista, Flores falou sobre investimentos e participações da PREVI e planos de gestão, além de retomar temas como a expansão do crédito no BB, quando ocupava a vice-presidência de Crédito, Controladoria e Risco Global do Banco.
A entrevista está dividida nos três blocos do programa que somam aproximadamente 54 minutos de duração.
Você pode assistir a entrevista clicando nos links a seguir:
http://www.info4.com.br/gomateria.asp?cod=16715&nome=1025&cliente=1025&tipo=2
http://www.info4.com.br/gomateria.asp?cod=16716&nome=1025&cliente=1025&tipo=2
http://www.info4.com.br/gomateria.asp?cod=16717&nome=1025&cliente=1025&tipo=2 (Previ/AssPreviSite)


Previ: Uma confissão desconcertante
Na oposição, os petistas mantinham uma poderosa e eficiente rede entranhada em diversos setores da sociedade que não media esforços para produzir informações que pudessem contribuir para barrar a ação de políticos e funcionários públicos corruptos. No governo, a rede se multiplicou e a disposição para produzir informações também, só que com objetivos pouco nobres. Foi assim em 2002, quando pessoas próximas ao então candidato Lula produziram dossiês contra todos os seus oponentes. Foi assim em2006, quando membros do partido foram presos tentando comprar um dossiê fajuto contra os tucanos. Foi assim em 2008, quando servidores do Palácio do Planalto produziram um dossiê contra a ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Foi assim há dois meses, quando um grupo do partido ligado à campanha de Dilma Rousseff foi surpreendido produzindo dossiês contra os adversários. E foi assim na semana passada, quando foi revelada a existência do mais recente dossiê petista a circular na praça, acusando a modelo Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de fazer lobby em favor de empresas. Pilhados, tanto o PT como o governo sempre tentam justificar os crimes como uma ação isolada de militantes descontrolados. os tais "aloprados", como definiu o presidente Lula.
"PARA DESMORALIZAR OS ADVERSÁRIOS"
Gerardo Xavier Santiago é um arquivo vivo da atuação de um grupo de sindicalistas do PT no comando da Previ. O maior fundo de pensão do país. Por sete anos, Gerardo foi assessor direto de Sérgio Rosa, o petista que presidiu a Previ até maio deste ano. No cargo, Rosa transformou o órgão em um bunker de espionagem e fabricação de dossiês contra adversários de seu e grupo político e do governo Lula. Gerardo era encarregado direto da produção dos dossiês, principalmente na época da CPI dos CORREIOS, que desvendou o mensalão e quase levou o governo a nocaute. Em várias horas de conversa com VEJA nos últimos meses, ele revelou os detalhes do método petista de enfrentar opositores - que continua funcionando a pleno vapor e produzindo sucessivos escândalos.
O senhor já recebeu ordens para fazer dossiê contra alguém? A primeira vez foi no governo FHC. Em junho de 2002. o governo federal fez uma intervenção para destituir todos os diretores da Previ Como essa intervenção nos prejudicaria, foi formado um grupo de petistas para levantar informações que comprometessem a gestão tucana e provassem a ingerência do governo na Previ.
Qual foi o destino do dossiê? Foi entregue à imprensa, inclusive vocês. da VEJA, publicaram uma reportagem com base nessas informações. Era um interesse de todos as funcionários da Previ, em nome da preservação da instituição. Agora, dossiês com conteúdo ofensivo, para atingir e desmoralizar adversários políticos, só no governo Lula mesmo. na gestão do Sérgio Rosa.
A máquina petista de produzir dossiês, porém, é ampla, bem organizada e atua como um apêndice oficial para satisfazer interesses do próprio governo. E, o mais surpreende-me, ela não é abstrata e tem até endereço comercial: a sede da Previ, o poderoso fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Em entrevista a VEJA, o advogado Gerardo Santiago revela que o gabinete da presidência da Previ foi usado como centro de montagem de dossiês para constranger e intimidar adversários do governo. Ex-diretor e ex-assessor da presidência do fundo. Gerardo conta que, cumprindo ordens superiores, elaborou dossiês contra deputados e senadores da oposição. Entre os alvos dos petistas já esteve até o atual candidato a Presidência da República José Serra. "A Previ é um braço partidário, é um bunker de um grupo do PT. uma fábrica de dos- R sies", acusa o advogado, R que garante ter cumprido missões determinadas diretamente por Sérgio Rosa, que presidiu o fundo até maio passado.
A prática petista de elaborar dossiês, segundo o ex-diretor, começou em 2002 e. na época. se resumia a denunciar gestores do próprio fundo que não atendiam aos interesses coorporativos. Em 2006,já sob o comando do petista Sérgio Rosa, a Previ passou a atuar como um braço armado do partido e do governo. Na CPI dos CORREIOS, que fez tremer o governo Lula, Gerardo Santiago conta que Sérgio Rosa mandou ele "reunir informações sobre políticos não amigáveis. adversários da Previ e do PT" O advogado passou duas semanas vasculhando documentos sigilosos. consultando planilhas, cruzando dados de investimentos em negócios oficiais que tiveram a participação da Previ e que envolviam supostos interesses de oposicionistas, como o deputado ACM Neto, Jorge Bornhausen e José Serra. "Com os dados sigilosos nas mãos, fiz um texto de apresentação. juntei os documentos, encadernei e entreguei o dossiê pessoalmente ao Sérgio. no gabinete da presidência da Previ"". relata. Dias depois, a senadora petista Ideli Salvatti (SC) disse em uma reunião que precisava de algum material para constranger a oposição, Sérgio Rosa enviou-lhe o dossiê. que, não por coincidência, serviu de base para uma reportagem de capa de uma revista simpática ao PT. "Na época, o senador Antonio Carlos Magalhães, avô de ACM Neto, ficou uma fera, mas todo mundo comemorou o golpe."
A bisbilhotice não se limitou apenas à averiguação de interesses em negócios envolvendo a Previ. Sérgio Rosa também queria provar que havia ligações íntimas de políticos da oposição com o ex-banqueiro Daniel Dantas. Certo dia, conta o ex-assessor Gerardo, o presidente da Previ Ihe entregou uma planilha de voos do jatinho do ex-banqueiro e mandou que ele cruzasse os dados com as viagens do senador Heráclito Fortes (DEM-PI). Queria, com isso, provar que Heráclito. um dos maiores adversários do governo no Senado, recebia favores de Dantas. Gerardo passou uma semana analisando os dados, fez cruzamentos, mas o único indício encontrado que poderia sugerir alguma coisa foi a coincidência de um voo do jato do banqueiro a Teresina no mesmo dia do aniversário da mulher do senador. Não há uma única evidencia de que Heráclito estivesse a bordo do tal voo. mas boatos sobre suas relações aéreas com o ex-banqueiro se espalharam rapidamente pelo Congresso. "Eu tinha de ficar explicando a toda hora que tinha amizade era com um dos sócios do ex-banqueiro e que nunca viajei em jatinho nenhum¯. lembra o parlamentar.
O bancário Sérgio Rosa comandou a Previ nos últimos sete anos. O fundo. o maior do Brasil, administra um capital de mais de 140 bilhões de reais, participa do controle de noventa das maiores empresas brasileiras e tem um volume de ações em seu poder que representa mais de 5% de tudo o que é negociado na Bolsa de Valores de São Paulo. Rosa deixou o cargo com a perspectiva de ser ministro do governo Lula. presidente de uma grande estatal ou tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff. Ícone de poder dentro do PT e do governo, porém, acabou vítima do próprio veneno. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o dossiê contra a filha do ministro da Fazenda foi produzido pelos petistas ligados ao ex-presidente da Previ, numa disputa interna pelo controle do fundo. O grupo tem ramificações em outras esferas do governo.
No Banco do Brasil, por exemplo, três vice-presidentes foram indicados depois de receber a bênção de Rosa. No início do governo Lula. um deles era1osé Luiz de Cerqueira César, conhecido por Mexerica, exonerado em abril de 2006 por motivos até hoje oficialmente desconhecidos. Parceiro de Sérgio Rosa no mundo sindical. Cerqueira César. sabe-se agora. foi afastado por se envolver em violação de sigilo bancário de políticos adversários do governo.
O bancário araponga foi descoberto por arapongas profissionais da Abin,
acionada pelo Congresso para apurar denúncia de que funcionários do Banco do Brasil estariam invadindo contas bancárias de políticos de oposição. Um dos alvos, outra vez, foi o senador Heráclito Fortes. Segundo a investigação da Abin, Cerqueira César determinou a invasão de contas para tentar identificar eventuais transferências de dinheiro de políticos da oposição para a conta do caseiro Francenildo Costa - aquele rapaz humilde que denunciou i que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci frequentava uma casa de festas mantida por lobistas e empresários com interesses em negócios do governo. Logo após a denúncia, petistas violaram a conta de Francenildo e identificaram um depósito de 25000 reais oriundo do Piauí. Para verificar se o depósito havia partido do piauiense Heráclito ou de alguém ligado a ele. Cerqueira César vasculhou a conta bancária do senador. O dinheiro fora depositado pelo pai do caseiro. Segundo o general Jorge Felix informou mais tarde ao próprio senador, a direção do Banco do Brasil, avisada pela Abin. decidiu exonerar o vice-presidente de Tecnologia. O cargo, porém, continuou sob a jurisdição de Sérgio Rosa, que indicou o bancário José Salinas - apontado agora como o principal suspeito de ter produzido e difundido o dossiê contra a modelo e empresária Marina Mantega.
Apesar das fartas evidências de uso institucional da máquina clandestina de produção de dossiês, as autoridades nunca foram capazes de identificar e punir com rigor os responsáveis. Na semana passada. o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, prestou depoimento a Polícia Federal. Ele teve seu sigilo fiscal quebrado dentro da Receita Federal, mas até hoje não se sabe quem são os autores do crime. Eduardo Jorge suspeita que o sigilo de uma de suas contas no Banco do Brasil também foi violado. De fato. no comité de campanha dos petistas circulavam informações sobre grandes movimentações bancárias do dirigente tucano, embora não tivesse aparecido nenhuma prova disso. Gerardo Santiago deixou a Previ e se aposentou em fevereiro passado, depois de desentendimentos com Sérgio Rosa. Arrependido e decepcionado com o 19, partido ao qual foi filiado até 2006, o advogado decidiu contar o que sabia e do que participou. "Hoje me arrependo de ter cumprido missões que nada tinham a ver com meu trabalho", diz ele. A assessoria da Previ na gestão de Sérgio Rosa confirmou que Gerardo exerceu cargos de confiança na empresa por sete anos. Não negou nem con6rmou que ele tenha feito dossiês. A assessoria da atual gestão informou que a política da companhia impede práticas como a elaboração de dossiês e o uso de documentos sigilosos. Sérgio Rosa não quis se manifestar.
"PARA DESMORALIZAR OS ADVERSÁRIOS"
Gerardo Xavier Santiago é um arquivo vivo da atuação de um grupo de sindicalistas do PT no comando da Previ. O maior fundo de pensão do país. Por sete anos, Gerardo foi assessor direto de Sérgio Rosa, o petista que presidiu a Previ até maio deste ano. No cargo, Rosa transformou o órgão em um bunker de espionagem e fabricação de dossiês contra adversários de seu e grupo político e do governo Lula. Gerardo era encarregado direto da produção dos dossiês, principalmente na época da CPI dos CORREIOS, que desvendou o mensalão e quase levou o governo a nocaute. Em várias horas de conversa com VEJA nos últimos meses, ele revelou os detalhes do método petista de enfrentar opositores - que continua funcionando a pleno vapor e produzindo sucessivos escândalos.
O senhor já recebeu ordens para fazer dossiê contra alguém? A primeira vez foi no governo FHC. Em junho de 2002. o governo federal fez uma intervenção para destituir todos os diretores da Previ Como essa intervenção nos prejudicaria, foi formado um grupo de petistas para levantar informações que comprometessem a gestão tucana e provassem a ingerência do governo na Previ.
Qual foi o destino do dossiê? Foi entregue à imprensa, inclusive vocês. da VEJA, publicaram uma reportagem com base nessas informações. Era um interesse de todos as funcionários da Previ, em nome da preservação da instituição. Agora, dossiês com conteúdo ofensivo, para atingir e desmoralizar adversários políticos, só no governo Lula mesmo. na gestão do Sérgio Rosa.
Como assim? Quando o PT chegou à Presidência da República. os dirigentes botaram a Previ para defender o governo, o partido. o sindicato, a CUT. Hoje, a Previ é um braço partidário, é um bunker de um grupo do PT, uma fábrica de dossiês. A Previ está a serviço de um determinado grupo muito poderoso, comandado por Ricardo Berzoini, Sérgio Rosa, Luiz Gushiken e João Vaccari Neto. Esse dossiê envolvendo a filha do ministro Mantega faz parte da cultura política stalinista que parece se consolidar no PT, ou pelo menos nessa ala aloprada ligada ao sindicalismo bancário paulista.
O senhor foi escalado para produzir dossiês contra adversários do governo Lula? Em dezembro de 2005, quando a CPI dos CORREIOS estava encurralando o PT, o Sérgio Rosa me chamou à sala dele e disse que gostaria que eu reunisse informações sobre investimentos problemáticos da Previ que estivessem ligados a políticos da oposição. Não citou nomes. mas não precisava. Como eu acompanhava de perto a CPI, sabia quem eram os nossos algozes e quem eram os nossos protetores.
Como foi esse trabalho? Eu sabia que o Conselho Fiscal da Previ havia separado uma série de investimentos de risco, que exigiam atenção especial. Quando Sérgio Rosa me deu a orientação, resolvi pesquisar nesse arquivo, que era uma bela matéria-prima. Sérgio me autorizou a consórcio Voa, que era comandado pelo Daniel Dantas. Os jatos eram usados para transportar políticos ligados ao Daniel. Minha missão era vincular o senador a um desses voos. Peguei a agenda do senador, informações sobre ele na internet, dados de seus familiares e cruzei com os voos. Mas acabei não conseguindo nada conclusivo.
Além da Previ, quais as outras ramificações desse grupo político?
O grupo do Sérgio Rosa e do Berzoini é muito forte em todos os bancos públicos e fundos de pensão. Na Previ, dos seis dirigentes, quatro são petistas e ex-dirigentes de sindicatos de bancários. No Banco do Brasília maioria dos diretores e vice-presidentes 6da mesma linha política. A presidente da Caixa, Maria Fernanda, é da Articulação Sindical Bancária. Os presidentes do Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa) e da Petros (fundo de pensão dos funcionários da Petrobras) também foram indicados por Berzoini e Sérgio Rosa.
Nesses outros locais também é comum a prática de espionar adversários e produzir dossiês?
Não posso citar casos concretos, porque nunca participei. Mas com certeza os métodos são os mesmos, já ouvi muitos relatos, já apareceram algumas acusações. Agora, com a proximidade das eleições presidenciais, vários casos estão vindo à tona. Mas prefiro me ater àquilo de que participei. (Otávio Cabral - Revista Veja)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Matérias sobre os "dossiês" envolvendo Previ

Previ é fábrica de dossiê do PT, diz ex-diretor
Fundo de pensão do BB também serviu para arrecadação de dinheiro às campanhas, afirma Gerardo Xavier.
PT não comenta o caso; Previ diz que atual cúpula desconhece acusações feitas à "Veja" e à Folha
Ex-diretor e ex-assessor da presidência da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), Gerardo Xavier Santiago diz que o fundo funciona como "fábrica de dossiês" contra a oposição do governo Lula e máquina de arrecadação para o PT.
Gerardo foi gerente-executivo da Previ entre 2003 e 2007, sendo ligado diretamente ao ex-presidente do fundo Sérgio Rosa, que deixou o cargo em junho de 2010. Gerardo saiu da Previ após brigar com Rosa em 2007, quando deixou o PT.
As declarações sobre a espionagem foram feitas à revista "Veja" desta semana. À revista ele afirma que o fundo é "um bunker de um grupo do PT" e que "a Previ está a serviço de um determinado grupo muito poderoso, comandado por Ricardo Berzoini, Sérgio Rosa, Luiz Gushiken e João Vaccari Neto".
Segundo revelou a Folha neste mês, um dossiê sobre a filha do ministro Guido Mantega foi feito por essa ala do PT, ligada ao sindicalismo bancário. O Planalto atribui o dossiê ao grupo de Rosa, que perdeu espaço na campanha de Dilma Rousseff.
"Estranharia se na minha época tivessem me pedido coisa semelhante contra o Mantega. Uma coisa é fazer com o adversário. É uma involução do PT por causa da disputa interna", afirmou Gerardo à Folha.
Ele também disse que concedeu a entrevista à "Veja" há dois anos e confirmou as acusações à revista nesta semana, antes da publicação.
O ex-diretor, que também já foi do Sindicato dos Bancários do Rio, disse à Folha que, além de montar dossiês, a Previ serviu a interesses do partido para aumentar a arrecadação. Segundo ele, a Previ montou uma rede de conselheiros ligados ao PT em empresas nas quais o fundo tem participação. A intenção era influenciar as doações das companhias para beneficiar o partido.
Santiago diz que o primeiro dossiê produzido por ele na Previ é de 2002, no governo FHC. O material deveria, diz ele, comprometer a gestão tucana e provar a ingerência do governo na Previ.
"Dossiês com conteúdo ofensivo, para atingir e desmoralizar adversários políticos, só no governo Lula mesmo, na gestão do Sérgio Rosa", diz o ex-diretor à "Veja".
Santiago lista os oposicionistas que teriam sido investigados com base em dados sigilosos, cujo acesso teria sido ordenado por Rosa: o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), já morto, o governador José Serra (PSDB) e o então presidente do DEM Jorge Bornhausen.
O ex-diretor diz na entrevista que reuniu denúncias sobre eles em 2005, na CPI dos Correios, e que Rosa solicitou "informações sobre investimentos problemáticos da Previ que estivessem ligados a políticos da oposição".
O PT não se manifestou. A Previ disse que "a atual cúpula desconhece essa prática e está muito tranquila em relação a suas recentes práticas de governança". Rosa não comentou o assunto. (Folha de S.Paulo-08.08)

Previ: Ex-assessor diz diz que Fundo era "fábrica de dossiês"
O ex-diretor e ex-assessor da presidência da Previ Gerardo Xavier Santiago, afirmou à revista "Veja" que participou da elaboração de relatórios, inclusive com dados sigilosos, contra adversários do PT a mando de Sérgio Rosa, que presidiu o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil por sete anos. Segundo Santiago, Rosa teria transformado a Previ numa "fábrica de dossiês".
Santigou disse que, em 2005, quando a CPI dos CORREIOS pressionava o PT, recebeu de Rosa pedido para que reunir informações sobre investimentos problemáticos ligados à oposição.
Santiago se diz arrependido e decepcionado com o PT.
O ex-diretor da Previ a afirmou que, na CPI do Mensalão, encadernou documentos sigilosos que comprometeriam oposicionistas.
Ele acusou Sérgio Rosa e o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) de terem influência em bancos públicos e fundos de pensão. Rosa e Berzoini não foram localizados sábado. (O Globo-08.08)

PT e Previ silenciam sobre dossiês; Dilma reage
Candidata compara caso a grampos da privatização no governo FHC, mas outros petistas não comentam denúncia de ex-dirigente do fundo de pensão de Ceilândia
Nem o comando do Partido dos Trabalhadores nem Sérgio Rosa reagiram ontem às denúncias feitas por Gerardo Xavier Santiago, ex-diretor e ex-assessor da presidência do fundo de pensão Previ. Em entrevista à revista Veja, Santiago disse que a Previ é uma "fábrica de dossiês" e funciona como "um bunker" e um "braço partidário" a serviço de um grupo do PT. A única reação à entrevista partiu da candidata do PT, Dilma Rousseff.
Santiago contou que, "cumprindo ordens superiores", elaborou dossiês contra deputados e senadores da oposição. Ele disse que no comando dos pedidos estava o presidente do fundo, Sérgio Rosa, que deixou a Previ dois meses e meio atrás, depois de sete anos na direção máxima da entidade que tem capital de R$ 140 bilhões.
O ex-diretor revelou que um dos momentos em que a Previ mais trabalhou na coleta de informações para dossiês foi durante a CPI dos Correios, em 2005, quando a ordem foi para vasculhar documentos sigilosos, cruzar planilhas e dados com investimentos sobre negócios do fundo que envolviam parlamentares da oposição, como o deputado ACM Neto (DEM-BA), os senadores Jorge Bornhausen (DEM-SC) e Heráclito Fortes (DEM-PI) e José Serra (PSDB-SP).
"A Previ está a serviço de um determinado grupo muito poderoso, comandado por Ricardo Berzoini (ex-presidente do PT), Sérgio Rosa, Luiz Gushiken (ex-ministro) e João Vaccari Neto (dirigentes histórico da cúpula sindical bancária, junto com Berzoini)". A Previ está por trás, acrescentou, das informações espalhadas contra uma suposta relação entre Heráclito Fortes e Daniel Dantas, que permitiria que o parlamentar usasse jatinhos cedidos pelo banqueiro.
O próprio Santiago diz que ninguém conseguiu comprovar esse uso dos jatinhos, mas que a notícia foi plantada e posta a circular a partir da investigação deflagrada na Previ. Disse, ainda, que a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) usou informações da "central de dossiês" do fundo na CPI dos Correios. Ontem, o DEM anunciou que vai entrar com uma representação contra Ideli no Conselho de Ética do Senado.
Dilma reage. Para defender-se das recentes polêmicas sobre criação de dossiês por petistas contra adversários, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, comparou o caso da Previ ao escândalo dos grampos das privatizações do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e pediu que irregularidades de gestões anteriores também sejam apuradas.
"Se for fazer vinculação de denúncias de pessoas que integram governos, levantemos de todos e não só os meus. Me parece bastante eleitoreira essa tentativa de vinculação", disse. "É possível que a imprensa levante tudo o que aconteceu em governos anteriores. Por exemplo, todos os grampos que ocorreram durante as privatizações no BNDES. Atingirão, por acaso, o candidato da oposição, o meu adversário, José Serra? Então acho que como aquilo não atinge, isso (dossiês) também não tem nada a ver com minha campanha", afirmou, em visita a uma feira em Ceilândia, no Distrito Federal.
Ela referiu-se aos processos de privatização de estatais no governo do tucano Fernando Henrique na segunda metade da década de 90, um negócio de R$ 22 bilhões. Conversas telefônicas revelaram indícios de que houve irregularidades e esquemas para favorecer empresas.
Em junho passado, uma crise atingiu a campanha de Dilma depois da revelação de uma tentativa de elaboração de um dossiê, supostamente por pessoas ligadas à campanha dela, contra o candidato do PSDB, José Serra. Ontem, a petista repudiou as ligações feitas entre sua campanha e esses episódios, como o da Previ. "Eu não acredito que tenha algo a ver isso com a minha campanha. Porque até essa questão de alguém acusar alguém tem que ser provada. Mas de qualquer jeito eu não tenho nenhuma vinculação, minha campanha não tem nenhuma vinculação com a Previ'', afirmou. (Leandro Cólon - O Estado de S.Paulo)

Fundos ajudaram governo no mensalão
Ex-gerente da Previ diz que força-tarefa das estatais e fundações municiou governistas na CPMI dos CORREIOS
O advogado Gerardo Xavier Santiago, ex-gerente executivo da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), disse ontem que, na crise do mensalão, integrou uma forçatarefa montada a pedido do governo federal, com representantes de estatais e fundações de previdência, para elaborar um relatório alternativo à CPMI dos CORREIOS e colher dados contra adversários.
Faziam parte da força-tarefa, segundo Santiago, técnicos do Banco do Brasil, Petrobras e Caixa Econômica Federal, bem como de seus respectivos fundos de pensão, Previ, Petros e Funcef.
O grupo se reuniu no dia 2 de abril de 2006, véspera da semana de votação do relatório final da CPMI dos CORREIOS, de autoria do deputado peemedebista Osmar Serraglio (PR), para produzir um texto alternativo.
Segundo Santiago, os dados não chegaram a ser utilizados.
- Eu era um deles. Tenho como provar que estive no dia 2 de abril, um domingo, no Senado, com outros técnicos, para ajudar no relatório alternativo. É só consultar o registro de acessos da Casa - disse.
Em entrevista concedida há dois anos à revista "Veja", que a divulgou na última edição, o exgerente da Previ, que aposentouse recentemente, aos 50 anos, contou que o fundo funciona como "fábrica de dossiês" contra a oposição do governo Lula. Na lista dos oposicionistas que teriam sido investigados, ele citou o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), já morto, o então governador José Serra (PSDB) e Jorge Bornhausen, na época presidente do DEM.
Ex-gerente está disposto a contar o que sabe ao MP Santiago disse ao GLOBO que está disposto a oficializar a denúncia, caso seja chamado pelo Ministério Público, mas não quer depor a pedido de parlamentares, pois teme a exploração política do episódio: O advogado, que trabalhou na Previ de 2000 a 2007, disse que recebeu ordens, em 2006, para levantar dados que comprometessem o então senador ACM com investimentos da Previ na Costa do Sauípe, complexo hoteleiro a 76 quilômetros de Salvador. Santiago deixou o PT em 2006 e diz que resolveu falar porque está arrependido e decepcionado com o partido.
ACM Neto anunciou que irá interpelar judicialmente o bancário Sérgio Rosa, ex-presidente da Previ. (Chico Otavio - O Globo)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Dossiê Mantega

Dossiê Mantega: Berzoini nega participação e pede sindicância
Postado por Christina lemos em 03 agosto 2010 às 08:00

O ex-presidente do PT, Ricardo Berzoini, está furioso com a citação de seu nome em reportagem da Folha de São Paulo deste domingo, como um dos envolvidos direta ou indiretamente no que o jornal chamou de “dossiê contra Mantega” e os petistas batizam de “carta apócrifa”. O documento acusa Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de tráfico de influência junto à diretoria do Banco do Brasil. Seus autores, de acordo com o jornal, pretendiam impedir Mantega de indicar Paulo Caffarelli para a presidência da Previ – o fundo de pensões do Banco do Brasil.

“Acredito que o anonimato é o último refúgio da covardia, tanto em cartas como nos offs jornalísticos. É grotesca a tentativa de atribuir a mim estímulo ou conivência com uma iniciativa dessas” – escreveu Berzoini em seu blog, ainda no domingo. O deputado sai em defesa de Mantega e dos personagens apontados com “suspeitos” do dossiê, Alencar Ferreira e José Luiz Salinas, segundo ele, “profissionais concursados do BB, que exercem altas funções no banco há bastante tempo, sempre elogiados por suas atuações.”

Pelo twitter, nesta segunda-feira o petista contou que pediu formalmente abertura de investigações sobre o caso: “mandei um e-mail hoje ao presidente do Conselho de Administração do BB, Nelson Barbosa, pedindo que seja instaurado inquérito pra apurar”, informou Berzoini. E completou, minutos depois: “se o BB não apurar, o MP será acionado por mim”, acrescentando que se referia “à eventual participação de funcionários do BB na elaboração ou distribuição da carta apócrifa contra o ministro Mantega.”

O ex-presidente do PT também se irritou com a informação da Folha de que teria sido afastado da campanha de Dilma Rousseff. Alega que ainda em fevereiro, quando deixou o comando do partido, avisou aos companheiros que pretendia se dedicar ao mandato de deputado e à família, ambos prejudicados pela tarefa de presidir o partido. E completa que vem se dedicando à campanha de Dilma como militante do PT em São Paulo.

Mantega rechaça validade de acusação sobre dossiê
06 de agosto de 2010 14h 56
SABRINA VALLE - Agência Estado

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, desclassificou o suposto "dossiê" que o acusa de tráfico de influência dentro do Banco do Brasil, para auxiliar interesses de sua filha, a atriz, modelo e apresentadora Marina Mantega, e o namorado dela, Ricardo Staub, sócio da Gradiente. "Você daria crédito a uma carta apócrifa? Não faz nenhum sentido dar crédito a cartas apócrifas que não trazem nada de substancial", afirmou.

O ministro se refere a duas cartas anônimas que supostamente teriam sido escritas por integrantes do PT, e que acusam a filha do ministro de ter se reunido com o vice-presidente de Cartões do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli. O motivo dos encontros seria o de ajudar o namorado de Marina para captar recursos voltados para a Gradiente. O ministro deu as declarações hoje pela manhã em evento da Casa da Moeda, no Rio de janeiro, que inaugura novo maquinário para produção de cédulas.

Reunião da Anabb com o Ministro do Planejamento

Ministro do Planejamento participa de reunião sobre superávit Previ

Nesta quinta-feira (5/8), o presidente do Conselho Deliberativo da ANABB, Valmir Camilo, participou de reunião com o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo Silva, para discussão sobre a utilização do superávit da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ).

Paulo Bernardo, que também é funcionário de carreira do Banco do Brasil, disse que acredita que as direções do Banco e da Previ têm grande interesse em debater o assunto com o funcionalismo. O ministro colocou-se à disposição para ajudar na busca pelo bom entendimento entre as partes.

Segundo Valmir Camilo, os participantes do Plano de Benefícios 1 da Previ aguardam a definição sobre a utilização dos recursos destinados à "Reserva Especial para Revisão do Plano", desde o resultado superavitário da instituição em 2007.

“Tal fato, aliado à edição da Resolução, do Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC), nº 26/2008, influenciou as negociações sobre a distribuição dos recursos, que até o momento estão estagnadas”, disse Valmir.

A edição da resolução CGPC nº 26, que regulamenta a utilização e destinação do superávit das entidades fechadas de previdência complementar, causou uma reviravolta na distribuição das sobras da Previ, ao deixar claro que os recursos referentes à conta “Reserva Especial para Revisão do Plano” devem ser repassados ao patrocinador de forma proporcional às contribuições. Além disso, o fato de o BB vir contabilizando em seu balanço cifras relativas ao superávit gerado pelo plano de Benefícios 1 da Previ também causa dúvidas aos participantes e assistidos.

Manter a comunicação com os associados é uma das soluções para sanar essas dúvidas. Por meio de matérias publicadas nos jornais Ação e em edições especiais, a ANABB mantém o tema ‘superávit Previ’ constantemente em pauta.

A Associação defende a isonomia entre os participantes e assistidos do plano de Benefícios 1, de forma a corrigir as injustiças e beneficiar todos os que contribuem para a formação do patrimônio da Previ.

Veja a matéria Realinhamento no Plano de Benefícios 1, publicada no jornal Ação nº 206 e que contém as propostas aprovadas pelos participantes e apresentadas à Previ.

Fonte: www.anabb.org.br

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ação da ANABB paga R$ 94 milhões aos associados

Ação da ANABB paga R$ 94 milhões a mais de 32 mil associados
R$ 94 milhões repassados a mais de 32 mil associados. Este é o resultado da ação IR Quilometragem impetrada pela ANABB há 11 anos e que está em fase de liquidação. É com grande satisfação que a ANABB noticia mais esta grande vitória na Justiça.

A ação libera o pagamento de Imposto de Renda em verbas de ressarcimento de despesas por utilização de carro próprio em serviço. A liminar com decisão favorável veio em 1999 e determinou depósito em juízo. Após longo trabalho da Associação, os valores depositados serão pagos aos associados.
A ANABB enviou carta aos milhares de associados comunicando as providências necessárias para receberem os valores procedentes. Entre os documentos encaminhados está uma “Autorização de Crédito” que deve ser assinada e devolvida por meio do envelope “Carta Resposta Comercial”. As despesas com Correio serão pagas pela ANABB. Os valores a serem pagos individualmente serão informados após a liberação pela Justiça.
Mais uma vez, a ANABB reitera o papel em defesa dos associados e está atenta às ações que provoquem prejuízos ao funcionalismo do BB e aos associados.

Fonte: www.anabb.org.br

Sergio Rosa recolocado

Sergio Rosa, ex-presidente da Previ, já disse "sim" ao convite de Guido Mantega: topa ser presidente da Brasilprev, empresa de previdência complementar do Banco do Brasil. Ou seja, antes cuidava da previdência dos funcionários do BB; agora, vai cuidar da dos clientes. (Revista Veja)

Taxa de Administração é reduzida de 5 para 4%

Antes chamada taxa de administração, a taxa de carregamento dos planos da PREVI foi reduzida de 5% para 4%. Proposta pela Diretoria Executiva e aprovada pelo Conselho Deliberativo nesta sexta-feira, 30/7, a redução beneficiará principalmente os participantes do PREVI Futuro, que terão ao final do período contributivo um saldo de conta maior, já que a taxa incide sobre as contribuições mensais. Com uma dedução menor, um valor maior da contribuição mensal será agregado à reserva pessoal de cada participante. Para os participantes do Plano 1, a redução da taxa não tem impacto no valor do benefício, já que este é calculado pela média dos 36 salários de participação anteriores à aposentadoria.
A taxa de administração da Capec não sofreu alterações, mantendo-se em 2,5% a.m.
A alteração na nomenclatura da taxa foi determinada pela Resolução 29 do Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC). (Previ/AssPreviSIte)