terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Planeje sua aposentadoria

Planeje sua aposentadoria Na maioria dos países, inclusive no Brasil, o sistema previdenciário se baseia em um sistema de "Três Pilares", através do qual, a renda necessária para garantir a aposentadoria das pessoas será fruto da soma dos benefícios que uma pessoa recebe da Previdência Social e da Previdência Complementar, sendo que esta última inclui os benefícios recebidos pela contribuição aos fundos de pensão formados pelas empresas e os benefícios recebidos da contribuição que você faz a um plano de previdência privada individual.

Como a Previdência Social brasileira enfrenta dificuldades financeiras graves e um número ainda restrito de empresas oferece planos de previdência para seus funcionários, o sistema de "Três Pilares" acaba dependendo excessivamente daquilo que você poupa individualmente. Em outras palavras, o seu futuro financeiro depende, cada vez mais, da sua capacidade de acumular um patrimônio próprio, que lhe permita gerar uma renda ao se aposentar.

Erros que podem comprometer a sua aposentadoria
Para a maioria das pessoas, o planejamento da aposentadoria termina quando elas deixam de trabalhar. Afinal, tendo acumulado uma reserva adequada, acreditam que não seja preciso se preocupar com o futuro. Mas, não é bem assim! Ainda que o planejamento na fase de acumulação (como é conhecido o período no qual você ainda está na ativa e poupa para acumular um patrimônio) seja importante, ele não é suficiente para garantir seu futuro. Afinal, a sua tranqüilidade vai depender da forma como irá administrar estes recursos após a aposentadoria: o que inclui não só a decisão de onde investir, como a definição do quanto sacar mensalmente.

O que afeta a duração do seu patrimônio?
São comuns os casos de aposentados que, animados com a maior disponibilidade de tempo, acabam sacando uma parcela significativa do seu patrimônio nos primeiros anos de aposentadoria, o que acaba comprometendo a sustentabilidade do patrimônio. Em outras palavras, se este ritmo de resgate for mantido, muito provavelmente o patrimônio não durará o tempo previsto. De maneira geral, os especialistas em gestão patrimonial concordam que a duração do seu patrimônio será função de quatro fatores:

Taxa de resgate mensal
Deve ser expressa em termos do valor do patrimônio inicial, ou seja, aquele que você tiver acumulado ao se aposentar. Por mais que os juros estejam elevados, e que seja possível investir em renda fixa e obter um ganho líquido superior a 1% ao mês, isso não significa que você possa sacar integralmente o rendimento que obteve.

Em primeiro lugar porque, como já discutimos anteriormente, o patrimônio precisa ser preservado da erosão causada pela inflação. Além disso, é preciso conservadorismo na definição do retorno de longo prazo do seu patrimônio: o ideal é projetar que o patrimônio terá um retorno de 5% ao ano acima da inflação. Na prática isso equivale a dizer que você pode sacar até 5% do seu patrimônio sem comprometer a sua sustentabilidade.

Contudo, esta hipótese não assume um valor residual do patrimônio. Porém, caso o retorno da carteira seja maior, de 6% acima da inflação, o diferencial de 1% poderá ser deixado como herança para os seus beneficiários. Alternativamente, pode-se considerar este valor excedente como uma reserva para possíveis gastos extraordinários, sobretudo na área de saúde, que são bastante comuns no caso de pessoas idosas.

Forma como o patrimônio é investido Ainda que, ao se aposentar, muito provavelmente a sua expectativa de vida supere os 10 anos, o que é considerado como sendo longo prazo, isso não significa, contudo, que não seja preciso rever a sua estratégia de investimento e reduzir a parcela direcionada em ativos de risco. Afinal, você agora terá que viver da renda deste patrimônio, de forma que é importante dar preferência para ativos líquidos e de baixo risco, que possibilitem rápido redirecionamento caso o cenário econômico exija. Afinal, é preciso fazer o seu dinheiro render após a aposentadoria. Imagine, por exemplo, a situação de uma pessoa que acumulou um patrimônio de R$ 600 mil, e que se planejou para sacar 5% deste patrimônio no ano, o que equivaleria a R$ 30 mil. Imagine que este aposentado tenha 30% do seu patrimônio em ações, e que em determinado mês o Ibovespa registre queda de 5% e que o restante do patrimônio esteja em renda fixa rendendo 1,5% ao mês. O retorno no mês do patrimônio seria negativo de 2,7%.

Mesmo que esta perda seja temporária, como o aposentado vive da renda destas aplicações, terá que sacar o dinheiro. Como, diante da queda de valor da parcela investida em ações, ao final do mês o valor do patrimônio será menor, na prática o saque efetuado naquele mês será superior ao resgate planejado de 5%. Quanto mais tempo esta queda durar, maior será o volume de perdas realizadas, e mais difícil a recomposição do patrimônio.

Prazo de duração do patrimônio Este prazo nada mais é do que a sua expectativa de vida. Mas, caso seja casado (a), o mais aconselhável é que considere a expectativa de vida do cônjuge mais novo. Ou seja, se você já tem 70 anos (expectativa é de 13,1 anos), mas o seu cônjuge ainda está com 65 anos (a expectativa é de 18,5 de expectativa), é a expectativa dele que deve ser usada e não a sua. Afinal, a menos que queira que ele volte a trabalhar quando você vier a falecer, o ideal é que o patrimônio dure enquanto ele estiver vivo. Um erro de cinco anos, que equivale à diferença de expectativa de vida entre o marido e a esposa, teria um impacto significativo no planejamento. Voltando ao exemplo acima, imagine que o patrimônio de R$ 600 mil foi acumulado com a expectativa de renda 4% acima da inflação e para durar 20 anos. Neste caso, seria possível ter uma renda de R$ 3,6 mil. Mas se o prazo for 5 anos maior, esta renda cai para R$ 3,1 mil. Pode não parecer muito à primeira vista, mas quando acumulado pelo prazo de 20 anos, equivale a R$ 120 mil, que é a quantia que poderia ter deixado para a sua esposa viver após o seu falecimento.

Herança que pretende deixar Ninguém tem obrigação de deixar herança para outra pessoa. Mas, em alguns casos, esta é uma meta pessoal, de forma que é preciso levá-la em conta. A forma mais fácil de assegurar um valor residual para o seu patrimônio, é sacar menos do que os 5% discutidos acima. Um resgate entre 3% e 4% do patrimônio permitirá que você assegure uma herança para os seus beneficiários sem maiores dificuldades.

Não é difícil ver que um erro na definição de alguma das variáveis acima pode comprometer significativamente sua qualidade de vida durante a aposentadoria. Exatamente por isso, mesmo que já esteja aposentado, e só agora tenha consciência de ter cometido alguns erros de planejamento, saiba que nunca é tarde para rever a sua estratégia de investimento.

Fonte: Fernanda de Lima

20 comentários:

  1. Cara Senhora,

    Digo MEU DEUS!!!

    O Banco do Brasil contabiliza o Superavit, e quer o que seria dos aposentados e nem liga para os calculos e projeções citadas no texto.
    Por favor tenham um pouco de consideração com os aposentados.
    Abçs

    ResponderExcluir
  2. Cara Cecília.

    Estou apenas aguardando minha parte do RENDA CERTA para investir e planejar meu futuro. Pois, do benefício que recebo não está sobrando nada.

    ResponderExcluir
  3. Colega Cecília,
    Todos nós, aposentados e pensionistas do “PB-1”, de alguma forma “planejamos” a nossa aposentadoria. Senão vejamos: Cada um ao entrar no Banco optou por apartar, durante toda a vida laboral e até mesmo após a aposentadoria, parcela significativa dos proventos e todo mês vertê-la em favor do nosso plano de benefícios. Dessa forma, penso eu, todos estariam contribuindo para formação de um “colchão individual de tranquilidade”, a ser utilizado por cada um tão logo terminado o período de tempo na ativa. Justamente quando pretendíamos usufruir o que foi poupado, para proporcionar um pouco mais de qualidade de vida para nós, nossos filhos & netos vem o governo, em conjunto com o patrocinador, e nos dá uma baita de uma rasteira deixando todos boquiabertos e com caras de “bun....”. Colega Cecília, como sempre a sua intenção é sempre a melhor possível em nos orientar e o seu texto também é muito bom. Mas infelizmente não há planejamento que resista, em nenhum lugar do mundo, a cambalachos similares ao que foi perpetrado contra todos os aposentados e as pensionistas do “PB-1” da Previ.

    ResponderExcluir
  4. Gostaria de propor aqui, a única coisa de que o Banco tem medo! Se até 31 de dezembro o BB não negociar com a PREVI a distribuição do superávit, VAMOS TODOS RETIRAR NOSSAS CONTAS DO BB. SIMPLES, BASTA ABRIR CONTA EM UM OUTRO BANCO E TODO DIA 20 COMANDAR UM DOC LIMPANDO A NOSSA CONTA NO BB.... LEVAR TUDO: APLICAÇÕES, SEGUROS, ETC. NEGOCIAR NOSSOS EMPRESTIMOS (CDC) DO BB COM OUTROS BANCOS... SE TODOS OS APOSENTADOS FIZEREM ISSO, AI SIM O BB VAI NOS OUVIR...AH E CONVENCER NOSSOS AMIGOS E FAMILIARES A FAZER O MESMO! VAMOS QUEBRAR O BB!!!

    ResponderExcluir
  5. Cecilia,

    Eu sou exemplo de pessoa que não fiz os tres pilares de sustentaçao. Tenho 54 anos e precisei voltar ao mercado de trabalho. Ganhando uma merreca e trabalhando muito. Gostaria
    de poder parar de trabalhar um dia. Para que isto ocorra preciso receber o superavit da PREVI. Tambem gostaria de saber mais sobre DESAPOSENTAR. Porque voltei a contribuir com o INSS. Por favor me orientem. Obrigada

    ResponderExcluir
  6. Cara Cecília
    Brilhante a sua exposição, o que demonstra sua competência técnica e merecedora de estar na PREVI, eleita por nós, a defender nossos direitos A grande questão da Previdência Social no Brasil é o caráter mutável das leis. Por mais zeloso que seja o cidadão ele não pode estar seguro, quando jovem, de que pode “programar” a sua aposentadoria para desfrutar seus anos de ócio com tranqüilidade. Nossas Leis, Cecília, mudam ao gosto dos governantes. Você é testemunha disso, como todos nós somos, quando a reforma da Previdência nos pegou em meio à nossa carreira no BB e tivemos de mudar nossos planos, pois alterou-se a idade mínima, alterou-se o teto de benefícios, e etc. Quando se fala em Previdência Complementar ai que a porca torce o rabo mesmo, pois a Previdência Complementar ainda é erroneamente vista como “privilégio”, principalmente no que tange às Entidades Fechadas de Previdência Complementar como a nossa PREVI. Veja bem, até 1967, nossos colegas mais velhos tinham sua aposentadoria assegurada pelo Tesouro (pelo BB e, em última instância, pelo Tesouro). Criou-se a PREVI e à época pressionaram para que todos a ela aderissem. Veio, com a criação da PREVI, a primeira mudança da regra do jogo: a parte da PREVI não seria mais “suplementar” à do INSS, mas “complementar”... Veio 1997 e mudou mais ainda, criou-se a Parcela Previ, um delimitador fortíssimo. Assim, por quantas mudanças radicais passamos? Várias e assim é difícil programar... Mudam às Leis ao sabor de quem governa e isso não é privilégio de governos passados ou atuais, é “política de governo”, seja ele qual for.

    ResponderExcluir
  7. Colegas,
    Segundo noticias (é só digitar no Google "Brasilprev R$ 600.000,00") tem alguem que já se preocupou com a aposentadoria.
    Vejam com seus próprios olhos.A noticia, se procedente, estarrece.

    ResponderExcluir
  8. Parabéns aos colegas Jorge Teixeira e Isa Musa pelos comentários...

    ResponderExcluir
  9. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  10. Dá com uma mão, tira com a outra. O Governo faz um esforço "herculeo" para dar um aumento de 6% para os aposentados que ganham acima do salário mínimo e, logo em seguida, corrige a Tabela do Imposto de Renda para 2.010 e m 4,5%. Era de se esperar. Mais um golpe nos aposentados e demais brasileiros.

    ResponderExcluir
  11. Cecilia,
    Tu tá brincando com os da ativa!
    Nós aposentados do Plano 1 sabemos bem o que é "planejar" neste País, cujas leis são mudadas por simples Resoluções (veja a de nº26)
    Tenha dó !

    ResponderExcluir
  12. Por causa de dirigentes que não estão nada interessados em resolver os problemas dos verdadeiros donos deste Superávit, que somos nós, não podemos desfrutar nossos anos de ócio com tranquilidade, Sra. Isa Musa. A não ser que todos nós, gente decente e honesta, tivéssemos cargos em diversas entidades diferentes. Que tal 17 cargos para cada um de nós??? Acho que é um número exorbitante, mas como tem gente desfrutando desta regalia e aberração, quem sabe...

    ResponderExcluir
  13. Colegas,

    Presente de Natal da PREVI !!! Acabou o renda certa. Reduziu o líquido da fopag em mais de R$ 1.200,00. Feliz Natal!!!...Espero o Ano que vem não depender tanto da PREVI, prá não ter essas surpresas desagradáveis.

    ResponderExcluir
  14. Coléga anônimo de ll.l2 às 13:41, voce esta chorando de barriga cheia, quantos colégas assim como eu não recebemos nadica de renda certa mensal, e se qizermos receber alguma coisa, sòmente na Justiça, e se não morrermos até o último recurso da Previ. Quem viver verá.

    ResponderExcluir
  15. Colega de 11/12 - 13:41,voce ainda reclama?Estavas recebendo 1.200,00 ha tanto tempo....e quem nao recebe nada vai dizer o que?

    ResponderExcluir
  16. Cara Cecília!
    Não obstante, seus valiosos conselhos sobre este tema, ultimamente só consigo planejar "corte nas despesas":
    Cortei o seguro do carro... da casa. Cortei a compra de revistas e jornais... Cortei a faxineira...
    Cortei as viagens para visitar os meus pais... Cortei também os "sonhos" com doutorado... Só não cortei a internet por ser a única ligação do meu mundo com o exterior e por poder frequentar diariamente o seu blog.
    Um forte abraço.

    ResponderExcluir
  17. Caro colega 11/12, 13:41 - Na revista da Anabb, nº 201, jun/jul-08, traz uma reportagem sobre Renda Certa e, ao seu final traz números que beneficiaram 8.876 aposentados, dos quais 532 receberam de R$150.000,00 a R$1.075.000,00. Como o nosso Plano1 iniciou em abril/67 não consigo, na matemática lógica, chegar a estes valores pois, quem tomou posse em ABR/67 contribuiu, até dez/06, a mesma quantidade de parcelas, somente variando os valores.
    Ìntegra desta tabela, será divulgada no previplano1, com o título " O sonho acabou e os privilegiados(*).

    ResponderExcluir
  18. Colega,
    Lamento que você e tantos outros não tenham recebido o renda certa. Certamente por você não ter trabalhado mais de 30 anos...o que não é meu caso. Trabalhei 35 anos. Esses R$ 1.200,00 me fazem falta sim, pois são recursos para pagamento de médicamentos e tratamento de saúde de pessoas da minha família extremamente enfermas, já que nem tudo pode ser custeado pela CASSI. Creio ser necessário discutir critérios de distribuição e não valores de individuais de cada um, pois no universo de aposentados e pensionistas da PREVI há uma enorme disparidade nos benefícios. E, certamente não foi a PREVI quem criou esta situação, e em muitos casos nem o Banco. Foi o próprio funcionário quem não se dedicou mais a sua carreira !! Feliz Natal e um ótimo Ano Novo com muita saúde e paz !!!

    ResponderExcluir
  19. Prezada Cecilia,

    Até hoje não consigo compreender a metodologia do renda certa, eis que o funcionário começou a contribuir em 1967 e o ponte de corte vai até 2006,como é que neste período ele contribuiu com mais de 360 contribuições. Além disso,como se consegue fazer reservas para devolver vultosas importâncias de até R$ 1.075.000,00. Francamente não entendi dessa maracutaia realizada pela Previ. Agora espero que a justiça corrija esses erros, através de várias ações ajuizadas contra a Previ. Isto tudo me parece que foi para beneficar certo grupo de aposentados apadrinhados. Adeus Sérgio Rosa e Cia.

    ResponderExcluir
  20. Prezada Cecília,

    Aguardo resposta à minha pergunta de
    de 16.12.2009,implantada às 05:51.

    Obrigado.

    ResponderExcluir

Poste seu comentário