quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Frase da Semana

"Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado". Karl Marx, Das Kapital, 1867 (qualquer semelhança não é mera coincidência).

Esta frase é bem interessante, pois apesar de ter sido publicada em 1867, reflete o momento atual que estamos vivendo hoje. Como podemos verificar, a economia dos países, as reações políticas, as crises, entre outras situações, são cíclicas e sempre voltam para assustar da mesma forma as reações dos governos que também se repetem, inclusive os erros. A boa notícia é que como qualquer tempestade, ela passa, às vezes deixando sequelas, porém sempre passa. O grande desafio é prever quando termina e como se preparar adequadamente para enfrentá-la.

É lógico que os colegas estão mais interessados em saber como estará nosso superávit em 2009, 2010,... e se vai ter alguma melhoria de benefícios, tão discutida no último ano.

O ano de 2008 deixou-nos um amargo na boca pela diluição drástica dos recursos da conta reserva especial para revisão do plano que era a esperança dos associados em ter seus benefícios melhorados. Se não fosse só a crise financeira, ainda aparece uma Resolução, com a alegação de que estaria protegendo os associados, e resgata mais recursos permitindo que os patrocinadores se utilizem à vontade dos superávits de nossas fundações.

Já o ano de 2009, ainda um grande ponto de interrogação, inicia com uma performance da Bolsa de Valores, que se mantiver nesse patamar, recupera um pouco dos recursos do superávit que foram reduzidos no ano anterior, porém é muito difícil avaliar se podemos começar a respirar ou se coisas piores virão por aí. Quando as empresas começarem a mostrar, de forma transparente, como fecharam seu balanço em 2008 e como fecharão o primeiro trimestre de 2009 já teremos uma idéia clara de como será o ano de 2009.

Algumas entidades estão tentando, junto à CVM, recurso contra o fato relevante anunciado pelo Banco do Brasil no mês passado, que provisiona valores referentes a recursos advindos do Fundo de Pensão - PREVI, na ordem de R$ 5 bilhões. Temos claro de que, se aplicarmos a mesma Resolução CGPC 26 que o Banco cita em seu fato relevante, não existirão recursos a serem distribuídos e este é o grande argumento que as entidades vem defendendo.

O que temos que ter em mente é que, segundo a mesma Resolução CGPC 26, qualquer medida de utilização de superávit para ser aprovada necessita de maioria absoluta, tanto da diretoria como do Conselho Deliberativo da Fundação e os colegas eleitos terão um papel fundamental neste processo. Tenho certeza que nenhum recurso sairá da Previ se não for para as mãos, ou melhor para o bolso de seus legítimos donos - os associados.

14 comentários:

  1. Olá Cecília, muito oportuna essa colocação do Karl Marx. De fato é o que ocorre hoje no capitalismo mundial. No Brasil, porém, as coisas estão melhores fundamentadas. As hipotecas são feitas num valor realista (há casos que se financia somente 70% do valor do imóvel sem contar o valor do terreno). A nossa bolsa está se comportando muito bem (faixa dos 40 mil pontos). Sei lá do futuro mas penso que não haverá de ser como predisse Marx. Pelo menos no Brasil.

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  2. Estamos aguardando noticias da reunião do Conselho Deliberativo da PREVI, ocorrida sexta-feira, dia 30/01/2009.
    Assuntos de pauta e extra pauta.
    Como votaram os 3 conselheiros eleitos pelos associados?
    Obrigado.

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  3. A FALTA DE RESPEITO PARA COM A PREVI E SEUS SOCIOS, É GRITANTE, O BANCO NAO PODE SE VALER DE UMA RESOLUÇAO PARA PROVISIONAR NOS SEUS BALANÇOS UM LUCRO QUE NAO EH SEU.
    ISSO SO ACONTECE PORQUE AS ENTIDADES NAO SE UNEM EM DEFENDER UMA ENTIDADE TAO SÉRIA COMO A PREVI, INFELIZMENTE A CECILIA ESTA SOZINHA, EH UM DAVI CONTRA VARIOS LEOES. QUE DEUS POSSA LHE DAR AS ARMAS NECESSARIAS EM DEFESA DA PREVI.

    NAO VOU CITAR ENTIDADES QUE AINDA NAO FIZERAM DEFESA DA PREVI, MAS DEUS ESTAH VENDO TUDO E NAO TARDARÁ A COBRAR.

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  4. Cara Cecília.
    Se esses comentários fossem editados pelo patrocinador cairiam como uma luva para justificar a apropriação indébita em curso - já dada como favas contadas, pelo que alí se contém.
    Mas, em sendo de sua autoria, Cecília, é muito estranho o que ora divulga. Ou, então, a senilidade já me atinge embotando a mente que teima em pensar positivamente a seu respeito.
    Você simnplesmente joga a última pá de cal para enterrar o que se esperava de 2008 ao declarar, como certeza, que o conformismo é generalizado e que "estamos mais interessados em saber como será o superávit de 2009, 2010,... e se vai ter alguma melhoria de benefícios, tão discutida no último ano".
    Também já se volta para acalentar esperanças para o decorrer de 2009. Mas acenando, mesmo assim, com sombrios vaticínios como uma declaração de que já são articuladas novas manobras para o saque espúrio do superávit vindouro.
    No fim do arrazoado oferece uma balinha de açúcar para adoçar a boca dos velhinhos diabéticos, lhes passando a "certeza que nenhum recurso sairá da PREVI se não for para as mãos, ou melhor, para o bolso de seus legítimos donos - os associados".
    De tudo isto me vem a cisma de que o verdadeiro sentido dos comentários direcionados à "frase" não está nas entrelinhas, como se costuma dizer para justificar suposições acerca de conceitos dúbios; o verdadeiro sentido está nas linhas, mesmo! É pena.

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  5. Cecilia,
    Eu concordo em gênero, número e grau contigo. A impressão que dá é que as pessoas não aprendem com os erros. Isto está parecido comigo. Casei várias vezes. Errei, mas continuo insistindo no erro. Que as mulheres (ex e atual) não me ouçam.

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  6. Colega anônimo,
    Não houve nenhuma deliberação sobre o assunto referente ao superávit, até porque ele não estava pautado. O que aconteceu foi que os conselheiros eleitos entregaram uma carta ao Presidente do CD afirmando que não concordam com as manobras que o Banco está tentando fazer e que não vão aprovar nenhum repasse de recursos ao patrocinador BB.

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  7. André,
    Eu acho que fui mal interpretada por você. O que eu quis dizer é que eu divaguei um pouco em relação à frase do Marx e que talvez não tenha focado diretamente na questão do superávit e poderia frustrar um pouco os associados. Não foi minha intenção passar a idéia sobre o conformismo dos associados. Não acredito nisso, pelo contrário, os aposentados têm sido muito efetivos nas discussões e minha confiança é muito grande nos colegas aposentados.

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  8. Vamos ao que interessa: O que foi feito do superávit de 2007? Porque ano passado, 2008, estavamos discutindo AQUELE superávit, o de 2007. O ano sequer tinha fechado e nem sabiamos se iria ou não háver superávit em 2008. Ou seja derrepende o 2008 vira o foco das atenções e ESQUECEM de falar do de 2007. Então vamos lá: Aonde está o dinheiro? E quanto ao de 2008? Quando vamos discutí-lo? Me perdoe a sinceridade, mas isso tá MUITO MAL contado. Gostaria de informações claras...precisas! Poque agora não foi dito NADA sobre a última reunião? A previ deve uma explicação. Estamos todos esperando.

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  9. Cara Cecília,

    A história se repete. É preciso, entretanto que nos situemos no tempo para ver que Karl Marx ao pronunciar-sr daquela forma fazia uma apologia do sistema socialista com base no Estado que, como sabemos, também faliu.

    O que acontece hoje, apesar de uma repetição da crise de 1929, apresenta um quadro totalmente diferente porque hoje a economia é globalizada e o dinheiro não desaparece, muda de lugar e onde uns perdem outros ganham.
    Ninguém pense, entretanto que essa crise se resolverá já em 2009, mas aos poucos irá perdendo as forças por conta de ações conjuntas que terminarão por trazer resultados positivos.
    O que vai ocorrer é uma maior conscientização do consumidor para o que representa suas reais necessidades, gastando menos em supérfluos, o que reflitirá em queda do consumo, que será mais seletivo.

    É uma nova ordem econômica mais responsável que se instalará e que representará um avanço mais consciente.

    O americano, com certeza já está revendo seus gastos, trocando o excessivo pelo necessário, o que redundará em poupança que movimentará o ciclo ecoômico com mais responsablidade.

    Por isso acho que nossa PREVI vai ter um 2009 de equilíbrio, mas sem recuperar o volume de perdas que, em nosso caso, é puramente contábil. Mas a longo prazo, cerca de dois anos, estaremos mais fortes do que antes da crise, pois não somos especuladores e nosso Patrimônio está preservado.

    Podem crer nisso.

    José Omar A. Coelho

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  10. Jonas,
    O superávit acumulado de 2008 engloba o superávit de 2007. Não existe o fechamento dos recursos como se começasse um novo ano, tudo zerado. Se isso acontecesse, o ano de 2008 fecharia com déficit, o resultado superavitário foi consequência do superávit acumulado dos anos anteriores.
    Quando fechamos o balanço de 2008, o resultado do superávit acumula os anos anteriores. Hoje o resultado que temos que discutir é o registrado no balanço de 2008.
    Se você ler as matérias que escrevi anteriormente verificará que com a aprovação da Resolução CGPC 26, que regulamenta a utilização do superávit e impõe medidas para serem efetivadas antes de melhorar os benefícios, os recursos ficam zerados, não há o que distribuir entre os associados através de melhoria de benefícios. Algumas entidades vem tentando, sem muito sucesso, suspender os efeitos dessa Resolução, porém até o momento só conseguiram suspender o repasse ao Banco dos recursos do superávit.

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  11. Colega Cecília,
    Primeiramente gostaria de dizer que os seus esclarecimentos sobre a aplicação das medidas constantes da Resolução 26 do CGPC e, em conseqüência, a não existência de recursos na conta reserva especial para revisão do plano dirimiram quaisquer tipos de dúvidas que eventualmente ainda poderiam existir. Uma questão permanece no ar. Foi noticiado como fato relevante, tornado público em 23.01.2009, que o Banco do Brasil S/A já contabilizou em seu balanço ganhos atuariais no montante de 5.326 bilhões, decorrentes da utilização do superávit da PREVI, em alegada conformidade com a Resolução CGPC nº 26, de 29/09/2008. Referidos recursos gerarão lucro líquido de 2.520 bilhões. Caso eu esteja errado que por favor me corrijam. Continuando o meu raciocínio, esses 2.520 bilhões serão utilizados de imediato apenas com a perspectiva de que no futuro o dinheiro poderia ingressar nos cofres do BB. Veja bem colega Cecília, ao suposto amparo da legislação vigente, tendo ou não os recursos sido subtraídos dos cofres da Previ e repassados ao patrocinador, é fato que os acionistas receberão já no início de 2009, sob a forma de dividendos, parte ou todos esses 2.520 bilhões. É de se temer, então, que o fato consumado da apropriação contábil e da distribuição dos recursos por parte do Banco acabe também por atropelar a sentença judicial a ser proferida. Como sempre tem acontecido ultimamente, os aposentados as pensionistas e os colegas da ativa, até então os únicos, legítimos e incontestáveis donos do patrimônio chamado Previ, ficarão novamente a ver navios. Vale registrar que as manifestações de repúdio de diversas entidades representativas, exclusive a Anabb, e dos diretores e conselheiros eleitos foram totalmente ignoradas pelo patrocinador, configurando atitude de extremo desrespeito e truculência. À vista de tudo que foi aqui exposto, agradeceria se Você retificasse algum cálculo ou previsão errada que eventualmente tenha sido feita ou simplesmente ratificasse o que ora está sendo dito.
    E.T. – os números foram retirados do site da FAABB, onde consta matéria bastante interessante sob o título “FAABB VAI A CVM CONTRA FATO RELEVANTE (2/2/2009)”.

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  12. Cara Cecília.

    Sensibilizado com a publicação da nota anterior e comentários pertinentes, me animo a tecer a opinião seguinte.
    O silência da PREVI é por vezes preocupante e constrangedor. Isto porque toda Organização que se preza mantém seus sócios inteirados de suas decisões.
    Por que a PREVI se posiciona na contramão da regra?
    Por que não age às claras e divulga a mecânica dos seus atos?
    As informaçõs que disponibiliza não contemplam esse mister.
    Será que ela aprovaria comportamento semelhante por parte de empresas participadas?
    É imperioso para os associados o conhecimento da pauta e desenrolar das reuniões de Diretorias e Conselhos. As decisões tomadas servirão de base para participação decisiva em referendos e eleições futuras. Afinal, o que ali se discute determina os destinos da Entidade e, por isso mesmo, afeta diretamente a vida daqueles que dela dependem (e já pagaram por essa submissão, se não bastasse o fato de serem a razão de sua existência - no caso presente).
    Ao patrocinador é dado inteirar-se de tudo por intermédio de seus representantes. Já ao quadro de associados nenhuma informação é dirigida, pois seus Eleitos não se prestam a tal fim; fazem "boca de siri". Aliás, neste sentido tudo que se nos chega tem como veiculo a boa vontade característica deste blog. Mesmo assim as informações a respeito são vertidas a conta-gotas e não contemplam o mínimo necessário.
    Parece até haver um código de ética particular que proibe Diretores de prestar esse tipo de esclarecimento.
    E que não se alegue o conteúdo do Site, relatórios e comunicados para injetar informações. Nada contempla o que aqui se questiona. Melhor seria o conhecimento pleno da ata desses encontros.
    Atenção, PREVI!
    Abra a "caixa preta" e mantenha seus associados inteirados do que ocorre em suas Reuniões. Nenhuma empresa pode ter segredos para seus sócios. Remete à presunção de má-fé.

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  13. Prezados Colegas,
    recomendo a todos acessarem o site www.aafbb.com.br e clicarem a mensagem de 29.01.2009 - SOBRE SUPERAVITS E RESERVAS (Gilberto Santiago). Trata-se de texto bastante didático e elucidativo.
    É o que a PREVI e a ANABB deveriam ter feito, se estivessem realmente preocupadas com os anseios dos associados.
    Obrigado pela atenção.
    Marco Antônio C. de Mattos.
    Porto Alegre-RS.

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  14. Jorge,
    Esses cálculos, que você se refere, foram divulgados pelo Banco e não foram feitos pela Previ. Segundo informações, foram feitos cálculos atuariais por consultorias contratadas.

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