quarta-feira, 25 de abril de 2012

Caros colegas,
Tenho lido algumas matérias sobre a questão de Basiléia III e seu impacto nas contas do Banco e gostaria de esclarecer alguns pontos que, pelo que pude perceber, esta gerando confusão entre alguns colegas.

Basileia I
Em 1988, o Grupo dos Dez (Alemanha, Bélgica, Canadá, EUA, França, Holanda, Itália, Japão, Reino Unido, Suécia e a Suíça) adotou um conjunto de normas e critérios com o objetivo de preservar a solvência da atividade bancária e minimizar os riscos assumidos. Naquela época foi
criado o Comitê de Supervisão Bancária da Basileia (Suíça).
Este comitê estabeleceu parâmetros mínimos para a adequação do capital dos bancos, com base nos ativos que eram divididos subjetivamente em diferentes graus de risco, variavam entre 0% e 100%. A partir disso estabeleceu-se um coeficiente de padrão mínimo de 8% (índice de Basileia) entre o patrimônio líquido e estes ativos ponderados pelo risco. No Brasil, o Banco Central foi mais conservador e além de aperfeiçoar o modelo, adotou índice de Basileia 11%.

Basileia II
Em janeiro de 2001, o Comitê de Supervisão divulgou o Novo Acordo de Capital da Basileia (Basileia II), mais complexo e extenso que o anterior, dando ênfase nas metodologias de gerenciamento de risco dos bancos, na supervisão das autoridades bancárias e no fortalecimento da disciplina de mercado. O intuito era alinhar a avaliação da adequação de capital mais intimamente aos principais elementos dos riscos bancários e fornecer incentivos aos bancos para aumentar suas capacidades de mensuração e administração dos riscos. Como consequência, a Basileia II implicava que o capital requerido varia de acordo com o apetite ao risco. Quanto maior apetite, maior capital exigido e vice-versa. No Brasil, a novidade ficou por conta da inclusão de necessidade de capital para riscos operacionais (risco de perdas provocadas por fraudes, assaltos, furtos, erros humanos, demandas trabalhistas e etc.) e risco de mercado de commodities e da renda variável.

Basileia III
Uma vez que Basileia I e II não foram suficientes para impedir as práticas arriscadas dos bancos que culminaram em uma profunda crise no sistema financeiro mundial em 2008 e 2009, vem aí a terceira versão do Acordo, Basileia III. Publicada em setembro de 2010, Basileia III aumenta as exigências de capital dos bancos, através da melhora da qualidade deste capital para ampliar a capacidade das instituições absorverem perdas e resistirem mais a apertos de liquidez. Atualmente, o capital pode ser classificado em alta qualidade, nível I e nível II.
O capital mínimo de alta qualidade vai aumentar de 2% para 4,5% dos ativos ponderados pelo risco, gradualmente, entre 2013 e 2015. O capital de nível I passará dos atuais 4% para 6% até 2015. Adicionalmente, os bancos terão que constituir, aos poucos, entre 2016 e 2019, dois colchões de capital para serem usados em momentos de crise, quais sejam: Colchão de conservação e Colchão contracíclico. Desta forma, o capital mínimo exigido considerando os dois colchões poderá chegar a 13%.
Outras inovações na proposta são a introdução de um padrão de liquidez global para cobertura de passivos com vencimentos em até 30 dias e padrão de alavancagem máxima global, que será, em princípio, de 3% dos ativos totais (não relacionados a risco). Ou seja, os bancos com 30 de capital nível I só poderão ter até 1000 de ativos em sua estrutura.
As regras deverão ser adotadas lentamente pelos bancos entre 2013 e 2019, a fim de que não tenham um impacto significativo na oferta de crédito e, por conseguinte, na recuperação da economia mundial.

No Brasil, o impacto nos bancos deverá ficar por conta da classificação de capital de maior qualidade. Em especial no que se refere ao Banco do Brasil que deverá sofrer o maior impacto:

1) Créditos Tributários – quando uma instituição faz uma provisão para eventuais perdas com calote em sua carteira de crédito, isso reduz o lucro do banco, mas não o imposto pago. É isso o que dá origem à maior parte do crédito tributário no Brasil, que, pelas regras atuais, pode ser contabilizado como capital. Por exigir um capital de mais qualidade, a partir da adequação às regras internacionais de Basileia III, o Banco Central acabará por limitar o uso desse tipo de ativo, considerado mais incerto;

2) Superávit da Previ – o BB precisará retirar do capital (nível I) o superávit que a PREVI gera para o Banco pelos planos de benefícios. O Bacen permitiu, entretanto, que fossem deduzidos os impostos que o BB deverá pagar sobre esse ganho.

17 comentários:

  1. O que significará esse ítem 2) Superávit da Previ, para os aposentados?

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  2. Cecília,
    Desculpe a ignorância vc. está falando em fumanchu pois o que esta tal de basiléia(seria o feminino de brasil)tem de comum conosco?Desculpe tá.

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  3. Caro Domini,
    O mais relevante dessa determinação e que o Banco não poderá mais lançar em seu balanço os possíveis ganhos relativos ao superávit. Apenas poderá considerar o imposto retido.
    A farra do boi vai diminuir... Ou poderá aumentar a pressão por distribuir de uma vez o superávit, pois dessa forma ele poderá contabilizar em seu balanço, principalmente considerando os desmandos da Resolução 26.

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  4. Cecília,
    Ao ser irônico em meu comentário quiz mostrar minha ignorância sobre o assunto e vc de pronto como sempre mostrou sua capacidade de perceber e em poucas linhas disse tudo.Obrigado

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  5. Eh ou nao eh nossa CANDIDATA. Responde-nos sempre, e aas vezes alguem ainda fala coisas indevidas, mais sao perdoados.

    Agora eh votar EM CECILIA .

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  6. Cecilia,
    O povo recifense ficou encantado com voce. Recebi vários telefonenas de colegas elogiando sua simplicidade e simpatia, Inclusive meu amigo Gurgel, que eu te apresrentei ficou muito feliz em te conhecer pessoalmente. Vamos continuar nossa campanha aqui prá te eleger.
    Quanto à noticia acima é de suma importancia, pois como era antes só quem corria atrás da distribuição do Superávit éramos nós associados da PREVI. O BB ficava simplesmente dificultando e com isso o processo era muito demorado só era resolvido nos ultimos dias do 3º ano superavitário, por que ele todo ano contabilizava em seu balanço o que achava que ia receber e nós ficávamos para o final. Agora com essa resolução, se eles quiserem contabilizar o superavit anual terão que fazer a distribuição antes e só receberão qdo nós também recebermos.
    Muito justo.

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  7. Colega Cecília,
    Ainda sobre o pagamento dos pré-67 que o Banco está eximindo-se de efetuar e a Previ está arcando com uma responsabilidade que não é dela. Não seria o caso de se levar o assunto ao órgão fiscalizador, no caso a Previc, tendo em vista que, como Você citou, os recursos do Bet destinados aos associados acabarão antes do prazo estabelecido para o seu término? Outra coisa: todo o mês é retirado do fundo criado para pagamento do Bet um determinado valor para crédito na conta de todos os associados? Não é isso? Valor idêntico é creditado em favor do patrocinador? Não é isso? Por que motivo não se compensa de imediato do crédito destinado ao Banco a parcela relativa ao pagamento dos pré-67? Ficarei no aguardo de sua breve, importante e oportuna manifestação.

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  8. Caro Jorge,
    Como sempre, ótimas colocações. Você esta correto e a sua pergunta e a mesma que eu faço. Se fizermos a conta, o Banco, alem de não pagar, ele ainda esta recebendo o credito em seu fundo.
    Qual e a independência que o Sasseron tem para cobrar devidamente ao Banco? Protocolar na Previc poderia ser uma saída, porem será que a Previc ficaria do nosso lado? Parece que a opinião deles e que o grupo pre-67 esta recebendo indevidamente o BET, porque não compôs reserva matemática.
    Eu acho muito engraçado esse discurso, pois os recursos desse grupo estão na Previ e contribuíram para construir o superávit. Concordam?

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  9. Antônia,
    Fiquei muito feliz com a receptividade no Recife. Fiquei mais aibda emergizada e com muita vontade de ganhar essas eleicoes.
    Não e por ser a Chapa 1 - Previ, o futuro e agora, a nossa chapa, mas se compararmos, e a chapa que melhor poderá nos representar.
    Quero agradecer muito o apoio. Infelizmente, não poderei comparecer em todos os lugares, pois e muito bom receber esse carinho e o reconhecimento do meu trabalho.

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  10. Carlos Valentim Filho26 de abril de 2012 às 09:38

    Prezada Cecília,

    Se o pessoal da PREVIC acha que os PRÉ-67 não constituíram Reservas Matemáticas, então eu pergunto: e as contribuições vertidas aspós a aposentadoria para que serviram? Todos os pré-67 contribuiram, até dezembro de 2006, por 38 anos e 9 meses, totalizando:429 meses, bem mais do que as 360 contribuições estabelecidas como necessárias para garantir a aposentadoria aos 30 anos de serviço.
    No meu caso, por exemplo, tomei posse em março de 1949 e me aposentei em outubro de 1980. Estou recebendo o BET por direito.
    Injustiça está a PREVI fazendo com os pré-67 que se aposentaram antes de março de 1980 e nada estão recebendo.
    Ademais, entendo que a PREVI deveria devolver a todos os assistidos as contribuições excedentes de 360, vertidas quer na ativa, quer resultantes do somatório: ativa e como aposentados.
    Qual a sua opinião?

    Valentim/Joinville

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  11. Aposentados e pensionistas da PREVI têm os mesmos benefícios que funcionários BB
    O BOMPRATODOS, conjunto de medidas lançado pelo Banco do Brasil neste mês, oferece aos aposentados e pensionistas da Previ as mesmas condições ofertadas aos funcionários BB.

    Além dos benefícios concedidos para todos os clientes, esse público conta também com as seguintes vantagens: isenção da tarifa dos pacotes BOMPRATODOS e redução nas taxas de juros das linhas BB Crédito Veículo Funci, BB Crédito Salário Funci e BB Crédito Renovação Funci.

    Entre os benefícios ofertados a todos os clientes, destaca-se a Assessoria Financeira, que faz parte dos pacotes BOMPRATODOS Econômico, Especial, Completo e Pleno. Assim, ao contratar esse serviço, é possível obter:

    - Até 10 dias sem juros no cheque especial;
    - Redução na taxa de juros no rotativo do cartão para 2,94% ao mês;
    - Parcelamento do saldo devedor do cheque especial e da fatura do cartão em até 24 vezes com encargos de 2,94% ao mês;
    - Ourocard BOMPRATODOS (cartão espelho).

    Para conhecer mais detalhes sobre o BOMPRATODOS, acesse o site na internet.

    Fonte: Intranet do BB

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  12. Cecília, vê se estuda a possibilidade de retirar do cálculo da margem consignável o valor da contribuição feita a Cassi. Penso ser possível, uma vez que já não eh considerada a contribuição a Capec,anabb e etç.

    Abraços

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  13. Prezada Cecília,

    Para a maioria de nós aposentados a Previ é uma enorme caixa preta. Quando na ativa, muitas vezes levei serviço para casa, trabalhei fora de hora, sequer deu tempo de pensar como seria a vida de uma pessoa aposentada. Vivia na ilusão que os bilhões do fundo de pensão daria condições de uma vida mais tranquila de que aquela vivida até então. Qual nada! O dinheiro diminui consideravelmente e aí é que começa a descoberta que o bilionário fundo na realidade é um departamento do BB a serviço do governo que estiver no poder.
    Quantos aposentados passando necessidade? As pensionista então é caso para o Ministério Público. Escândalos atrás de escândalos e parece que a sociedade está imobilizada por uma força invisível que impede que providências sejam efetivamente tomadas. Fica difícil saber em quem votar e por qual motivo...

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  14. Colegas,

    Atualmente o índice fixado pelo BACEN é de 11% e o BB, no seu balanço de 2011, alcançou o índice de Basíleia de 14%, portanto, superior ao mínimo exigido (11%)e uma sobra de Patrimônio Líquido de R$17,2 bilhões, que lhe permitem uma alavancagem de R$156 bilhões em Ativos de Créditos.
    Como esse assunto consulta apenas os interesses do BB, sem efeito sobre os associados da PREVI, aconselho-os a não esquentarem a cabeça com esse tema, o qual, por sinal, é bem complexo. De qualquer maneira, o BB terá que se adequar às mudanças que serão introduzidas pelo acordo Basíleia III. Cada vez mais, aperfeiçoa-se os mecanismos de segurança do sistema financeiro e a coisa é muito dînâmica.

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  15. Caro colega anônimo das 18h,
    Por isso e importante escolhermos bem nossos candidatos. Quem melhor poderá defender os interesses dos associados. Essa caixa preta da Seguridade tem que ser aberta.

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  16. Caro colega Carlos Valentim,
    Eu concordo contigo, pois as contribuições que vocês pagaram durante todo esse tempo colaboraram para o superávit e não e justo ficarem fora dessa distribuição. O erro foi não prever isso e não cobrar do Banco essa conta.

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  17. Caro Colega João Rossi
    Você está certo quando menciona os números de 2011, mas eu gostaria de colocar um tempero neste comentário para nossa reflexão. Eu mencionei que Basileia III entra em vigor a partir de 2013 e lentamente. Por outro lado, nossa presidenta tem convocado os bancos oficiais a baixar as taxas de crédito. Ou seja, além dos Ativos de Créditos do Banco parecerem que vão aumentar, e muito; a exigência do Banco Central vai ser maior. Aí vai começar a faltar capital. Qual vai ser a alternativa do Banco? De onde eles vão querer pegar a grana? Qual será a voracidade do Banco entre 2013 e 2015? E é exatamente durante o próximo mandato na Previ. Não estou preocupada com 2011. Estou preocupada com a nossa representatividade neste período. Será que nós, como participantes, estaremos bem representados com uma composição como a atual?? 5 dos 6 diretores da Previ sendo representantes do governo??? Será que a outra chapa percebe esta ameaça?? Por isso eu digo caro amigo, para ser Diretor na Previ tem que ter conhecimento, experiência e isenção. E esse olhar no futuro se constitui um dos motivos de nossa chapa se chamar “PREVI: O FUTURO É AGORA”.

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