sexta-feira, 7 de junho de 2013

Brasil pode ser rebaixado pela S&P

Caros Colegas,

A situação não tem se mostrado tão maravilhosa como o Governo tenta passar para a população. Como as eleições presidenciais estão se aproximando, os problemas estão sendo escondidos debaixo do tapete e não sei até quando esse tapete vai aguentar tanta sujeira.

A agência de risco Standard e Poor's colocou a nota do Brasil em perspectiva negativa, ou seja, existe a possibilidade de ser rebaixada. O que significa essa nota? Quanto maior essa nota (chamada em inglês "rating") de um país, melhor ele é visto internacionalmente como um país que garante os investimentos. A nota atual do Brasil é BBB, que significa que o país tem condições de cumprir os compromissos financeiros e essa nota é considerada como "grau de investimento", dada a países avaliados como investimento seguro pelas agências.

Segundo divulgado pela agência, eles podem rebaixar essa nota (rating) nos próximos dois anos se o crescimento econômico continuar lento, se os fundamentos fiscais e externos continuarem ruins e se houver "alguma perda da credibilidade da política fiscal por sinais ambíguos na política, que possam diminuir a capacidade do Brasil de gerenciar um choque externo". A agência também ressalta os atrasos na implementação de medidas para impulsionar o investimento privado, especialmente no setor de infraestrutura que acabam contribuindo para a baixa expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2013 e nos próximos anos, fazendo com que o risco de maior enfraquecimento fiscal se eleve e o aumento no custo da dívida pública.

A agência ressaltou "que pode revisar a perspectiva para o rating do Brasil para "estável" caso iniciativas mais consistentes gerem maior confiança no setor privado e, portanto, maior crescimento".

Agora, cá para nós, vocês acham que perto das eleições presidenciais, o governo adotará medidas que poderão prejudicar os seus eleitores? Vocês acham que o povão está preocupado em "rating do país"?

Apesar de que essas agências de rating ficaram meio desacreditadas na crise de 2008, quando as instituições financeiras que quebraram tinham notas excelentes, a lógica que elas apresentam, é preocupante, pois demonstra o buraco que o governo está se metendo em busca de uma perpetuação no poder. Tanto que o Banco Central, em reunião do Copom, aumentou novamente a taxa de juros para 8%. Isso significa a dificuldade que o Governo está tendo para segurar a inflação. Por um lado, é bom para os investimentos de renda fixa, mais seguros, que com uma taxa mais alta conseguem cumprir a meta atuarial, mas por outro lado, a inflação não é nada boa para todos nós. Agora, ter inflação  e tentar manipular esse aumento nos produtos é cruel para os trabalhadores, visto que eles acabam ficando com seus rendimentos defasados. Nós conhecemos bem essa história, não é mesmo?

A revista britânica "the Economist" fez um balanço da economia brasileira e sugeriu que o Governo mantivesse o Ministro Mantega no cargo, ironizando que "Ele é um sucesso!" (Jornal O Globo, 07.06).

Aproveitando, vocês sabiam que hoje termina o prazo para votação do "Caref"? É o retorno do antigo representante dos funcionários no Conselho de Administração do Banco, medida adotada por várias empresas e que até demorou muito o Banco voltar a adotar essa prática, porém mais uma vez é bem provável que vença o poderio do PT - Articulação. O candidato apoiado pelos Sindicatos é assessor do Diretor de Administração da Previ, eleito pelos associados e nunca está na Previ, mesmo antes dessa candidatura. Ih... Já vi essa história antes...

16 comentários:

  1. Desde a crise norte-americana de 2008 que venho desconfiando dessas agencias que estabelecem "rating". O fazem com base em premissas diversas, análises muitas vezes não pragmáticas, alicerçadas em projeções muitas vezes mirabolantes. Como se diz em estatística: "coloque a cabeça no refrigerador e os pés no fogo; pela média estatística o meio do corpo deverá estar morno, mas, na verdade, o cidadão esta é morto". E também devemos levar em consideração os interesses diversos que as movem ao fixar essas pontuações. Evidente que há casos claros de insolvência, moratórias externas declaradas, e que eram perfeitamente previsíveis. Tudo por força principalmente não dos modelos econômicos adotados, mas da orientação política imprimida na condução dos respectivos países. Aqui, antevendo 2014, não vejo como discordar da Professora Cecília. Haja tapete.

    Cordialmente,
    Luiz Faraco

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  2. Cecília, realmente a situação não esta nada boa para o país. E para nós da Previ, além da bolsa em 53 mil pontos (já esteve em 70 mil), temos a ameaça do fim do Bet. Para q o Bet se tornasse definitivo necessitaríamos de desprendimento do BB, algo impensável no momento. Ou revogar a Resolução 26. O pior é a crise à nossa porta e o brasileiro vivendo como céu de brigadeiro: financiamentos, viagem para o exterior, gastos e mais gastos. O momento é de cautela. Será q ninguém vê isso? Celio Vilela

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  3. Prezada Cecília,

    A lógica que rege a política econômica do Brasil e primaria. Nosso Pais, que eu saiba, e o único no mundo a perseverar nesse modelo. Desde o período colonial os senhores almejam o enriquecimento com o menor dispêndio de capital. Consequentemente nosso modelo produtivo se mantém primitivo. Escassos investimentos e baixos salários. Como nossos produtos não tem qualidade, são destinados ao consumo interno. Como os salários são baixos, a poupança interna e escassa e o Governo só obtém os recursos necessários através da adoção de uma carga tributaria escorchante. Se os impostos incidem sobre uma massa salarial subdimensionada as alíquotas, para compensar, devem ser elevadas, de forma a assegurar o volume necessário de arrecadação. Ocorre que a tributação elevada encarece os preços e reduz o poder de compra dos trabalhadores, reduzindo o consumo interno e gerando desestimulo ao investimento. Para aquecer a economia o Governo aloca vastos volumes monetários, obtidos através da emissão de títulos públicos, ao credito. Dai, em consequência, advém dois efeitos danosos: pressão inflacionaria e aumento dos juros. O pior mundo possível. Qualquer bom economista conhece esse mecanismo e seus resultados. Por que então não se aplica um "Plano Marshall" no Brasil? Por uma única e exclusiva razão elementar: nosso empresariado insiste naquele modelo colonial de exploração com dispêndio mínimo de capital. Os salários permanecem muito baixos e os preços, para compensar a perda de lucro de escala, são inflados de forma irreal. E o ciclo se retroalimenta, numa espiral sem fim. Dai resulta a péssima colocação do Brasil no IDH, que inclui a indecente concentração de riqueza nas mãos de uma minoria que deseja preservar as coisas como estao. São essas pessoas (famílias) que exercem o poder e determinam a política econômica do Brasil.
    Espero que essa pequena explanação proporcione aos colegas uma palida perspectiva das forcas que se congregam contra nossas legitimas reivindicações. A lógica equivocada dessa gente ignora a dimensão humana fora da esfera de seus interesses. Visam exclusivamente ao enriquecimento com mínimo dispêndio.

    Saudacoes

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  4. Caro colega Faraco,
    Ótima sua comparação. Adorei. Realmente esse tapete tem que ser bem grande para caber tanta poeira e pensar que poderia ser tudo diferente, não é mesmo?

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  5. Caro colega Célio,
    Concordo plenamente contigo e fico preocupada com esse jogo político de esconder as fragilidades por conta do processo eleitoral. Pode ser que esperar 2015 para tratar do doente seja tarde demais e coloque em risco algumas conquistas do nosso país. O grau de endividamento dos brasileiros está em um nível bem acima do que o esperado. Caso a inflação aumente muito, a situação poderá piorar muito mais. Nós temos um defeito de não olharmos o que pagamos de juros nos nosso financiamentos. Olhamos apenas o que cabe no nosso orçamento mensal, sem refletir sobre o quanto de juros está embutido no total pago e isso é uma bola de neve que pode aumentar e os salários não acompanharem esse aumento. Nós já vimos esse filme antes e o final não foi nada interessante.

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  6. Caro colega Carlos,

    Excelente suas colocações. Sem contar com o aumento do gasto público que impacta terrivelmente nesse contexto. O Governo ao invés de fazer o dever de casa e reduzir suas despesas em um momento como esse, para manter os apoios políticos, aumenta mais ainda os puxadinhos na máquina pública. E é lógico que a sociedade, principalmente os assalariados é quem pagam o "pato".

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  7. É triste, mas é verdade, Cecilia. O q me assusta é o baixo conhecimento econômico dos brasileiros e, principalmente, dos colegas do BB, estes cuja principal atividade era as finanças. E cada dia é uma nova notícia ruim: inflação alta e com inercia, aumento da Selic, fim do IOF para capital estrangeiro atraindo especuladores, perspectivas de redução do "rating" do país, bolsa a 51 mil pontos, etc. Sem esquecer da bolha imobiliária, do endividamento alto, da inadimplência e de um governo que parece perdido. Vem crise "braba" por ai... não precisa ser especialista para ver. Celio

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  8. Cecilia, você está está se especializando em dar somente noticias ruins aos aposentados e ao que parece, você adora.
    Se continuar assim, feche o seu blog.

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  9. Está à disposição dos interessados em www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=FAABB um ABAIXO ASSINADO pela aprovação, na COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS – CAE do Senado, do PDS-275/2012, de autoria do ilustre Senador Paulo Bauer, que susta dispositivos da malfadada Resolução do Conselho de Gestão da Previdência Complementar nº 26, de 29 de setembro de 2008, que permitem a reversão de valores dos fundos de pensão para as patrocinadoras. Na própria página o interessado poderá inserir os e-mails de alguns colegas, para que lhes sejam enviadas mensagens sobre o abaixo-assinado. Não há dificuldade alguma nesse tipo de procedimento. É tudo bem rapidinho.


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  10. Cara e ilustre colega Cecilia Garcez, gostaria de pedir, se possivel utilizar o seu importante Blog para assunto de interesse a todos nós aposentados e pencionistas da Previ. Acabei de assinar a Petição Eletronica, sobre a concordancia com o projeto do Senador Paulo Bauier, e pedir a todos os colegas que façam o mesmo. Agradeço a permiçao de pedir a voce, que o assunto é muito importante a todos nós, que solicite a cada um dos colegas que façam o mesmo. atenciosamente, aposentado de Cambé-pr

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  11. Cara Cecília e demais amigos:

    Esta estorinha de analisar o contexto mundial,abrangente, NÂO existe. Não é matemática, portanto subjetiva. A Propabilidade de acerto ou erro será sempre 50%.
    Proponho "Coisas" realistas, menores, tangíveis.
    É que, as vezes, pensamos fora de nossa cota, só extrapolada pelos gênios- o que NÂO acontece todo dia, como diria/disse o cantor/compositor Guilerme Arantes.

    /lui.

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  12. Parece que o anônimo 7 de junho de 2013 21:20 não entendeu que quem decide a matéria a ser publicada no blog é seu proprietário. A nos, os seguidores, cabe apenas comentar. E no caso a Professora Cecília traz à luz assuntos importantes para debate que, infelizmente, calcados na realidade, sempre mostram uma face cruel.

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    Aproveito o espaço para lembrar também que André Lara Resende, juntamente com Pérsio Arida, foi um dos pais do Plano Real, tendo se afastado do governo assim que percebeu que determinadas correções de rumo obrigatórias não seriam efetuadas na época oportuna. Aliás, uma leitura leve, mas consistente, dirigida ao público leigo, é o livro "Saga Brasileira", de autoria da jornalista Miriam Leitão.

    Luiz Faraco

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  13. Prezada Cecília,

    Todo o esforço deve ser dirigido para a preservação e o fortalecimento da PREVI. Se assaltantes do erário atacam, sistematicamente nossa caixa de previdência, cabe a quem deseja resistir, lidar com os problemas e apresentar soluções. Sinceramente, não esperava o endereço do papai noel ou da cegonha nesse forum. Parabéns pelo seu trabalho e grato aos ilustres colaboradores, sempre atentos e conhecedores das manobrinhas de sindicalistas e predadores de plantão.

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  14. Caro colega Faraco,

    Grata pelo apoio e pelo comentário. Realmente o colega anônimo está achando que o Brasil está vivendo um céu de brigadeiro, o que não concordo. Gostaria muito de defender essa visão, porém a realidade é bem diferente.
    O objetivo deste blog é apresentar questões reais que possam impactar no nosso fundo de pensão. E é lógico que a minha opinião não é a verdade, é a minha verdade e a intenção é apresentar temas que provoquem a reflexão dos colegas e a discussão, que tem sido muito rica com a ajuda de vários colegas.

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  15. Caro colega Augusto,

    Grata pelo apoio. É verdade, nosso principal objetivo é defender a nossa Previ, independente de qualquer governo, partido político ou ideologia. Aqui o objetivo é um só: preservar nosso patrimônio e cobrar que seja cumprida a missão desenhada e que tem que ser respeitada, o que nem sempre acontece.
    "Administrar planos de benefícios, com gerenciamento eficaz dos recursos aportados, buscando melhores soluções para assegurar os benefícios previdenciários, de forma a contribuir para a qualidade de vida dos participantes e de seus dependentes, visando atender suas expectativas e das patrocinadoras". (www.previ.com.br)

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  16. Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos durante a guerra civil, certa vez falou: “podemos enganar todos por algum tempo, alguns o tempo todo, mas não podemos enganar todos todo o tempo”.
    Esta colocação me ocorreu com os acontecimentos deste fim de semana. Creio que teve início a queda do império petista. A aprovação do governo da presidente Dilma caiu 8%, e suas intenções de voto despencaram 7%. Outra pesquisa sintomática, para o governo de São Paulo, apontou 42% para o governador Geraldo Alckmin, e 26% para o imperador Lula, caso ele fosse candidato. Infelizmente, não acredito que o PT possa ser arrancado do poder em 2014, pois nossa oposição é de uma incompetência cavalar (por exemplo, o Serra fica jogando “cascas de banana” no caminho do Aécio Neves, e o governador Eduardo Campos quer ser candidato, mas não entrega seus cargos no governo). Além disto, com o bolsa-família, o governo criou uma legião de dependentes desta esmola, e depois, na campanha, é só fazer terrorismo, em 2010, foi “o Serra vai acabar com o bolsa-família”, em 2014 será “o Aécio vai acabar com o bolsa-família”. Quero deixar claro que não sou contra o programa, de forma alguma alguém deveria passar fome, mas sim contra a forma que é conduzido, com exploração política, e sem um programa eficiente de qualificação desta mão de obra, para que possam melhorar de vida.
    Apenas espero que a queda do império petista não demore tanto quanto a queda do império romano, que levou mais de 200 anos para se completar.
    P.S.
    Outro pensamento do presidente Lincoln: “quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”. Como o ex-presidente Lula se sairia nesta prova? Provavelmente, tiraria 0, como nos seus tempos de escola.

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