Caros colegas,
Analisando o relatório de 2012 da Previ, estarei
resumindo os principais pontos para facilitar nossas discussões. Hoje, falarei
sobre o desempenho dos investimentos. Preparem as perguntas, dúvidas e críticas
para discutirmos.
A rentabilidade dos investimentos do Plano 1 foi
de 12,62%, assim distribuído:
- Renda fixa - 17,45%;
- Renda variável – 8,12%;
- Investimentos estruturados – 1,73%
- Imóveis – 36,53%
- Operações com participantes: 11,45%
Podemos verificar que a renda variável teve o pior
desempenho e esta rentabilidade impacta diretamente no nosso plano, em função
de um alto percentual investido em ações.
A rentabilidade da renda fixa foi impactada pela
operação de troca de títulos (já falado aqui no blog), onde houve um “incremento” de R$ 3.679.733, parte
deste “ganho” foi justamente em função da troca de títulos, estratégia
responsável pelo resultado positivo que a Previ apresentou. Caso não fosse
feita essa troca de títulos, o resultado seria deficitário.
A alegação da Previ para a troca de títulos foi a
adequação do prazo dos títulos públicos federais ao fluxo de caixa de longo
prazo da Previ e, é lógico, também beneficiou o Governo.
Em relação à renda variável, o Plano 1 tem R$
46.899.102 em ações, distribuídos conforme abaixo:
- Instituições Financeiras – R$ 5.055.879;
- Companhias Abertas – R$ 32.725.791;
- Soc. Propósitos Específicos – R$ 1.551.509;
- Patrocinador – R$ 7.565.905.
O maior volume investido está concentrado nas
seguintes empresas:
- Banco do Brasil ON – R$ 7.565.904.512,00;
- Banco Bradesco, ON - R$ 1.083.386.725,24;
- BRF Foods
S.A. ON – R$ 4.452.999.325,18;
- Cia Bebidas Ambev, ON - R$ 6.247.868.884,40;
- Itaúsa Invests Itaú S.A. PN – R$ 1.265.549.087,49;
- Itaú Unibanco Holding – PN – R$ 2.710.029.231,00;
- Litel Participações S.A., PRC - R$ 1.522.388.611,57;
- Neoenergia ON – R$ 4.578.894.966,16;
- Petrobrás PN – R$ 6.746.531.972,80;
- Telemar Participações ON – R$ 19.846.266,64;
- Tupy S.A., ON - R$ 1.006.954.570,23;
- Ultrapar Participações, ON - R$ 1.468.341.945,00
Além desses investimentos em renda variável, há
também os fundos de investimento, que totalizam R$ 84.497.535, com a
predominância dos fundos de renda fixa – R$ 33.604.335 e do fundo de ações – R$
49.721.962.
A Previ apresenta diversos desenquadramentos em
relação à legislação (Resolução CMN 3792, de 24.09.2009), conforme abaixo:
1)
“As aplicações cujo emissor seja Cia. Aberta
com registro na CVM não podem exceder o limite de 10% dos recursos de cada
plano de benefício” (art.41, inciso III, alínea b).
Vale S.A. –
Participação direta e por intermédio da Litel Participações – 22,10%.
2)
“O total das aplicações de uma mesma
companhia não pode exceder 25% do respectivo capital total” (art. 42, inciso
I).
521 Participações
S.A. – 100%
CPFL Energia S.A. –
31,02%
Invests Participações
Infra Estrutura S.A. INVEPAR – 25,56%
Neoenergia S.A. – 49,01%
Sauípe S.A. – 100%
Tupy S.A. – 35,61%
3)
“O total das aplicações de uma mesma
companhia não pode exceder 25% do respectivo capital votante” (art. 42, inciso
II).
521 Participações
S.A. – 100%
Centrais Elétricas
Santa Catarina S.A. – 33,11%
CPFL Energia S.A. –
31,02%
Fiago Participações
S.A. – 51,89%
Fras-le S.A. – 34%
Neoenergia S.A. – 49,01%
Sauípe S.A. – 100%
Tupy S.A. – 35,81%
4)
“No caso da carteira de Fundos de
Investimento Estruturados, o total das aplicações em um mesmo fundo não pode
exceder 25% do Patrimônio Líquido do Fundo”. (art. 42, inciso IV, alínea b).
Fundo Investimento
Imobiliário Panamby – 31,60%
A justificativa da Previ é que esses excessos
estão previstos no plano de enquadramento que foi aprovado pelo CMN em novembro
de 2004 e que foi revisto em 2010. Ou seja, o que a Previ tem feito é
apresentar relatório de execução do plano de enquadramento à PREVIC
semestralmente acompanhado do parecer do Conselho Fiscal que atesta as
providências adotadas.
Essa questão do desenquadramento é séria porque
demonstra como a Previ está concentrada em alguns ativos que podem trazer
prejuízos aos participantes do plano. Ainda bem que as empresas onde a Previ
está mais concentrada, como a Vale, CPFL Energia e Neoenergia são empresas
consolidadas e não dá para pensarmos em prejuízos no longo prazo, porém para um
plano fechado e maduro, como o Plano 1, não deixa de ser bem temerosa em função
dos recursos líquidos necessários para pagar os benefícios.
Podemos perceber também que não há mais espaço
para investir em renda variável no Plano 1. Precisamos buscar alternativas
menos arriscadas para proporcionar tranquilidade e segurança aos nossos
associados em relação aos seus benefícios futuros. O plano 1 não está mais na
fase de captação, como é o caso do Plano Previ Futuro, plano jovem e em fase de
captação, porém se vocês observarem, nesse Plano, a Previ é bem conservadora. Por
que será? Simplesmente porque nesse plano se ela fizer algum investimento ruim,
o impacto é direto na cota do associado e, por isso, ela é muito conservadora
na forma de gerir o plano. No Plano 1, como é um plano solidário, os recursos
se misturam e qualquer prejuízo ou lucro é dividido por todos.
Bem, colegas, o objetivo desta análise é fazer uma
discussão sobre os investimentos da Previ e abrir espaço para que os colegas
tirem dúvidas ou coloquem suas opiniões sobre o assunto. Sua participação é
muito importante.