quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Presidentes do BB e da Previ podem cair

A situação não está nada boa para os dirigentes da Previ e do Banco. Pelo que está desenhado e pelo perfil da nossa Presidenta, é bem provável que os dois dancem. Vamos aguardar os novos acontecimentos.

Aproveitando, acabei de disponibilizar uma mensagem em vídeo no blog (à esquerda da página inicial) e segue, abaixo, o link para acessar o vídeo.

http://www.youtube.com/watch?v=ZlkIbVaZi-4

A escalada da crise envolvendo o Banco do Brasil e a Previ, fundo de pensão dos funcionários do banco, fez com que a cúpula do governo começasse a discutir uma saída drástica para o caso: a demissão dos executivos envolvidos na disputa.

Segundo o cálculo no Palácio do Planalto, a solução poderia evitar novas acusações de cada lado e o surgimento de informações comprometedoras para a imagem das instituições.
Interlocutores da presidente Dilma Rousseff, no entanto, defendem que é melhor apostar em uma acomodação entre o grupo do presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, e o de Ricardo Flores, titular da Previ.
Ambos têm padrinhos poderosos: Bendine é ligado ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o fundo de pensão do banco é território de setores do PT paulista.
A crise que tomou conta do Banco do Brasil teve origem bem longe de Brasília. Começou no Rio de Janeiro, há cerca de um ano, durante o processo de substituição do executivo Roger Agnelli na presidência da Vale. Neste momento, entram em cena dois Ricardos. Um deles é Ricardo Flores, que comanda o conselho de administração da mineradora e preside a Previ, bilionário fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. O outro é Ricardo Oliveira, mais conhecido como 'Ricardo Gordo'. Vice-presidente de governo do BB, ele é considerado por muitos o homem mais influente da instituição hoje. É próximo do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. A Ricardo Gordo é atribuída, por exemplo, a indicação de Aldemir Bendine para a presidência do BB, em 2009.
Quando o governo articulava a troca de comando na Vale - que é privada, mas sofre forte influência de Brasília - , o grupo de Ricardo Gordo tentou emplacar o sucessor de Agnelli. Foram duas indicações: Rossano Maranhão, ex-presidente do BB hoje no comando do Banco Safra, e o próprio Bendine.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, preferiu Murilo Ferreira, executivo que já tinha passado pela Vale. Flores respaldou a escolha do ministro, o que contrariou Ricardo Gordo e Bendine. Pessoas ligadas ao grupo de Ricardo Flores afirmam que, ao perder a Vale, a artilharia do grupo rival se voltou para a presidência da Previ, que tem em caixa mais de R$ 160 bilhões para investir.
* Fontes primárias da informação Folha de S. Paulo + O Estado de S. Paulo

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

BB x PREVI - Disputa tem novo foco de atrito

Complementando a matéria divulgada anteriormente, segue a matéria que saiu nesse último domingo sobre a confusão que se instalou entre BB e Previ. Como estamos percebendo, a questão do teto também está sendo colocada e, caso o Presidente da Previ esteja defendendo a implantação do teto que tinha sido aprovado em todas as instâncias, parabéns para ele, pois é um absurdo se a proposta do Presidente do BB for aprovada. Nessa briga, se alguém tiver que fazer as malas, que seja quem defende benefícios sem teto ou com teto fora do plano de cargos do Banco.

A disputa de poder no Banco do Brasil vai obrigar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a arbitrar até sobre as aposentadorias do alto escalão da instituição.
Na sexta-feira (24) a Folha revelou a queda de braço entre os presidentes do BB, Aldemir Bendine, e da Previ (fundo de pensão dos funcionários do banco), Ricardo Flores.
Disputa política no Banco do Brasil preocupa governo

Fracassa tentativa de trégua em crise no Banco do Brasil

Bendine é homem de confiança de Mantega e acusa Flores de tentar derrubá-lo. Já o grupo de Flores diz que Bendine quer um aliado à frente do fundo de pensão dos funcionários do banco.
É em meio a essa disputa que Mantega terá que decidir sobre o aumento de cerca de 30% nas aposentadorias do presidente, de vice-presidentes e de diretores do BB, considerado irregular pelo Ministério da Previdência. A discussão poderá ir à Justiça.
Desta vez o impasse é com a Previc, instituição ligada ao Ministério da Previdência que regula os fundos de pensão fechados do país.
A entidade contesta, em parecer, o pagamento de aposentadorias considerados irregulares pelo órgão aos executivos do banco que saíram da ativa recentemente.
O que era para ser uma discussão técnica se tornou embate entre o presidente do Banco do Brasil e o titular da Previc, José Maria Rabelo, ex-vice-presidente do banco.
Rabelo foi um dos vice-presidentes demitidos por Bendine quando este assumiu o banco, em 2009. Ele é ligado justamente a Ricardo Flores, desafeto de Bendine e personagem da atual disputa.
O imbróglio das aposentadorias começou quando, em 2010, o comando do BB revogou regra definida dois anos antes para calcular a aposentadoria do alto escalão.
Essa medida determinava que benefícios como auxílio-alimentação, licença-prêmio, férias, bônus e 13º fossem incorporados aos salários mensais dos 27 diretores, 9 vice-presidentes e do próprio presidente, mas excluía esses adicionais do cálculo da aposentadoria, paga pela Previ.
Também ficou acertada a imposição de um teto para os benefícios pagos pelo fundo de pensão.
A incorporação era uma forma de aumentar em cerca de 30% o rendimento dos executivos do banco que estavam na ativa. O objetivo era aproximar os salários do BB dos da iniciativa privada.
Só que, por decisão de Bendine e da cúpula do banco, diretores e vice-presidentes puderam se aposentar com os benefícios incorporados aos salários. A Previc, então, recebeu denúncias de funcionários insatisfeitos, pediu explicações e fez um parecer apontando a irregularidade.
Esse questão dos benefícios acabou se misturando à disputa política no BB.
Diante do risco de eventual impacto financeiro à Previ, Fazenda e a Previdência pediram um parecer da AGU (Advocacia Geral da União) antes de posicionar.

Fonte: Folha de São Paulo, 26.02.
É o clima entre os Presidentes do Banco do Brasil e Previ não está nada bom, como já foi comentado aqui no blog. Pelo andar da carruagem a situação está insustentável e fica a grande pergunta: será se haverá entendimento ou a separação é inevitável? Caso seja inevitável, quem arrumará as malas, Bendine ou Flores? Manter os dois nessa situação é pouco provável. O resultado configurará o grupo que está com mais poder no governo, pois até o momento, está empatado. Qual é sua opinião?

A verdade é que esta situação levanta uma outra muito ruim para todos nós, associados de um fundo de pensão - a ingerência do governo nos fundos de pensão das empresas estatais e de economia mista, como é o caso do BB. O que seria correto é que as pessoas estivessem nesses cargos por competência e não por interesses difusos. As discordâncias teriam que acontecer no plano das ideias, nunca em questões políticas mal resolvidas. O conflito pode ser bom quando apresenta ganhos tanto para a empresa como para seus funcionários e, no nosso caso, os associados, porém nesse caso está parecendo pura guerra de vaidades de grupos políticos ou será que é coisa pior?
Por outro lado, os nossos eleitos estão calados, não se manifestam... O que será que está acontecendo na Previ? Será que a caixa preta voltou????

Diante de um clima de conflagração no Banco do Brasil, o Ministério da Fazenda tentou ontem promover uma reunião entre as partes em conflito, mas sem sucesso. O presidente do banco, Aldemir Bendine, recusou-se a encontrar seu desafeto da Previ, Ricardo Flores, chefe do fundo de pensão dos funcionários do BB. A assessoria de Flores, no entanto, informou que ele está disposto a marcar o encontro.

Reportagem da Folha mostrou que ambos não se falam há quase um ano, o que fez com que o ministério tentasse organizar uma trégua. A tentativa, porém, foi em vão. De São Paulo, Bendine informou ao governo não haver possibilidade desse encontro ocorrer.
Trata-se, portanto, de uma situação raras vezes vista: o rompimento entre os titulares do maior banco brasileiro e do maior fundo de pensão da América Latina. A relação dos dois executivos tornou-se insustentável nos últimos meses após uma sucessão de desentendimentos e interesses contrariados.
A disputa inclui acusações de ambos os lados de que um tenta derrubar o outro do cargo. O clima tenso acabou estimulando insatisfações dentro do Banco do Brasil de grupos contrários ao presidente, patrocinadas por setores do PT, antes no comando de postos estratégicos.
O mesmo jornal traz a respeito em sua coluna política comentário do líder do PSDB no Senado, Senador Álvaro Dias: “O PT trava uma disputa olímpica com o próprio PT pela medalha de ouro no quesito aparelhamento no BB. É assim também na CEF, na Petrobras e nos fundos de pensão”. Ainda sobre a mesma questão, uma revista semanal trouxe pequena nota neste final de semana dizendo que “até sexta-feira o governo ainda não havia marcado uma conversa com Aldemir Bendine, presidente do Banco do Brasil, e Ricardo Flores, presidente da PREVI, ora em rota de colisão”.
* Fontes primárias da informação Folha de S. Paulo + O Estado de S. Paulo + VEJA

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Aeroportos - alegria precipitada

O mercado considerou os lances muito altos; isso pode atrasar investimentos e, no limite, até causar a devolução da outorga, como ocorreu na Ayrton Senna

O leilão de privatização dos aeroportos foi motivo de júbilo no governo, e a maioria dos analistas parece concordar com a alegria geral.

Temos poucas dúvidas de que a gestão privada adicionará valor à administração dos aeroportos. No entanto, parece-nos precipitada a celebração baseada nos altos ágios com relação ao preço mínimo exigido pelo governo -de 159,75%, em Campinas, a 673,89%, em Brasília.

É possível que os altos ágios, na verdade, impeçam que os investimentos em estrutura aeroportuária sejam feitos em tempo hábil para os megaeventos internacionais que nos esperam.

Consideremos o preço da ação do grupo OHL, que concorria pelos aeroportos, no dia do leilão.

Logo após a abertura do pregão (às 11h), há uma queda abrupta de quase R$ 64 para R$ 62,2 por ação. Nesse momento, o lance de R$ 12 bilhões dado pelo consórcio liderado pela OHL estava se saindo vencedor no leilão do aeroporto de Guarulhos.

Isso muda após o anúncio do lance de R$ 16 bilhões da Invepar, consórcio que seria vencedor. As ações da OHL, então, tiveram forte alta.

Às 12h30, logo após o encerramento do leilão, a preço da ação da OHL pula de R$ 63 para R$ 67, ficando neste patamar durante o resto do pregão. Ou seja: quando a empresa passou de vencedora para perdedora, as suas ações se valorizaram.

Há 68.888.888 ações da OHL. Portanto, perder o leilão adicionou quase R$ 331 milhões de valor à empresa. Todas as empresas cotadas em Bolsa que perderam no leilão subiram mais que o mercado no dia 6 de fevereiro. Por outro lado, os papeis da Triunfo, que tem 45% do consórcio vencedor em Viracopos, caíram mais de 3%, representando uma perda de R$ 42 milhões -e o Ibovespa subiu nesse dia.

No dia seguinte, quando a agência de risco Fitch colocou a dívida da Triunfo em observação negativa, houve uma queda adicional de incríveis 10% no valor da companhia. Maneira gloriosa de celebrar a vitória.

Em teoria de leilões, essa perda é chamada de maldição do vencedor: ganhar é um sinal de que os outros avaliaram que o objeto vale pouco. Trata-se, portanto, de uma má notícia para a empresa.

Afinal, as três maiores empreiteiras brasileiras participaram do leilão e deram lances bem abaixo dos vencedores. Deve haver alguma razão para isso. O veredito do mercado é que as empresas vencedoras perderam. Mas o governo ganhou? Não necessariamente.

Essas empresas serão responsáveis por investimentos significativos na melhoria dos aeroportos. Se elas não conseguirem rentabilizar as suas operações, os investimentos sofrerão e a operação dos aeroportos ficará comprometida.

O passo seguinte é a tentativa de renegociação -ou, na linguagem um tanto eufemística da indústria, "administração de contratos".

Nesse caso, o governo, além de não obter os investimentos, pode perder a receita da outorga. Afinal, o pagamento será feito em parcelas, durante os 20 anos de concessão.

No limite, é melhor para a concessionária devolver a outorga do que continuar jogando dinheiro fora. É preciso lembrar que um dos vencedores recentemente devolveu a outorga da rodovia Ayrton Senna.

Talvez seja fácil entender alguns lances vencedores, como o de Guarulhos. Sendo concessionária, a empresa não está sob jurisdição do Tribunal de Contas da União que, corretamente, exige a transparência necessária em investimentos públicos.

Além disso, boa parte dos recursos do consórcio vencedor vêm de entidades fortemente ligadas ao governo federal (os fundos de pensão Previ, Petrus e Funcef). Ou seja, seria uma privatização branda. Mas o dinheiro do cotista é privado.

A esta altura, não é claro se os passageiros têm muitos motivos para celebração. Mas está claro que, se fôssemos cotistas da Previ, o dia 6 de fevereiro não seria uma razão para comemoração. (VINICIUS CARRASCO e JOÃO MANOEL PINHO DE MELLO - Folha de S.Paulo)

A Petros na privatização dos aeroportos

A diretoria da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) lançou manifesto, ontem, contra a “utilização dos recursos dos empregados da Petrobrás na recente privatização dos aeroportos”. A Petros, fundo de pensão dos petroleiros, participa do consórcio INVEPAR-ACSA, vencedor do leilão do aeroporto de Guarulhos (São Paulo).

Estranhos no ninho

Como bem descreve a diretoria da Aepet, a INVEPAR é mistura estranha entre a construtora OAS e os três maiores fundos de pensão de estatais: Previ, do Banco do Brasil; Petros, da Petrobras e Funcef, da Caixa Econômica Federal.

Que isso, companheiro!

A Associação dos Engenheiros reclama que a participação da Petros no leilão não foi discutida no Conselho Deliberativo da Petros.

Centralismo

Diz a diretoria da Aepet: “entendemos que os recursos dos empregados não devem ser utilizados para privatização ou concessão de setores fundamentais para a população. Muito menos para favorecer um grupo privado que, como a grande maioria das grandes empreiteiras, é financiadora de campanhas eleitorais”.

Mais do mesmo

A Associação lembra que os fundos de pensão foram utilizados em governos passados para viabilizarem a privatização dos setores siderúrgicos, de energia elétrica e telecomunicações, criando grandes oligopólios privados e disparando os valores das tarifas cobradas.

Bom dinheiro

“Os recursos da Petros devem ser utilizados em investimentos eticamente defensáveis, que contribuam para o desenvolvimento do país, com rentabilidade justa e segura, sem favorecimento a grandes grupos privados”, reclama a Aepet. (Gazeta/Porto Gente)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

PREVI e Provisões Extras reduzem lucro do BB

O Banco do Brasil registrou um lucro líquido de R$ 2,972 bilhões de outubro a dezembro do ano passado, com uma queda de 25,7% em relação ao mesmo período de 2010. Fatores como a redução dos ganhos com o fundo de pensão dos funcionários do banco (Previ) e maiores provisões colaboraram para a redução do resultado. No ano, porém, houve um crescimento de 3,6%, para R$ 12,1 bilhões.
Um dos principais entraves para no último trimestre de 2011 veio da Previ. O superávit do fundo de pensão caiu de R$ 1,9 bilhão de outubro a dezembro de 2010 para R$ 500 milhões em igual período do ano passado. Além disso, houve um crescimento das provisões de 52%, para R$ 3,2 bilhões. Essa cifra inclui tanto reservas para créditos de liquidação duvidosa quanto para disputas judiciais. Do lado do crédito, o movimento, segundo o banco, se deve a uma base de comparação com um trimestre de 2010 cujo volume de provisão foi "anormalmente baixo". (...)
(...) As ações do Banco do Brasil reagiram bem aos números apresentados ontem. Os papéis tiveram uma valorização de 4,09%, enquanto o Ibovespa recuou 0,99%. A visão do Goldman Sachs é que, apesar do peso do Votorantim, que teve um expressivo volume de provisões, o Banco do Brasil mostrou um resultado sólido, especialmente levando em consideração a carteira de crédito (que sem BV, teria crescido 6,2% na comparação com mesmo trimestre do ano passado).
O Barclays Capital ressaltou que "a qualidade dos ativos do banco foi melhor que o esperado e manteve-se razoavelmente sob controle", notando que o BB já deu sinais de que trabalha nos problemas do Votorantim. (Colaborou Felipe Marques- Valor Online)

Plano 1 - Entenda a reversão de valores ao patrocinador

Os participantes do Plano de Benefício Definido do Fundo de Pensão dos Trabalhadores da Vale (Valia) estão passando por situação similar aos participantes do Plano de Benefícios 1 da Previ quanto a distribuição de superávit. No entanto, em função das diferentes leis que regem a previdência complementar, no Plano 1 da Previ o superávit teve que ser dividido com o patrocinador, ao contrário do que aconteceu no Plano da Valia.

No acordo fechado com os participantes da Valia não houve reversão de valores ao patrocinador. Isso porque a Valia se enquadra no que diz o artigo 15, parágrafo 2º, da Resolução CGPC nº 26/2008. O dispositivo coloca que os planos de benefícios que não estejam sujeitos a Lei Complementar nº 108, de 2001, que é o caso da Valia, podem destinar a reserva especial de forma exclusiva ou majoritária em prol dos participantes e dos assistidos, sem levar em consideração a proporção contributiva, ou seja, sem ter que dividir o montante com o patrocinador. O Conselho Deliberativo da Valia apenas reforçou a norma e orientou que a destinação do superávit fosse revertida para concessão de benefícios aos participantes.

Os participantes do Plano de Benefícios 1 da Previ, por sua vez, estão sujeitos a Lei Complementar nº 108, que trata da relação das sociedades de economia mista e suas respectivas entidades fechadas de previdência complementar. Isso significa que por se enquadrar na Lei Complementar nº 108, a destinação do superávit do Plano 1 seguiu o caput do artigo 15 da Resolução nº 26.

"Art. 15. Para a destinação da reserva especial, deverão ser identificados quais os montantes atribuíveis aos participantes e assistidos, de um lado, e ao patrocinador, de outro, observada a proporção contributiva do período em que se deu a sua constituição, a partir das contribuições normais vertidas nesse período."

Fonte: www.anabb.org.br

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Banco do Brasil registra lucro recorde de R$ 12,1 bilhões em 2011

Caros Colegas,

O Banco anunciou hoje mais um lucro recorde referente ao ano de 2011. E eu não poderia de deixar de fazer uma provocação e perguntar: Quanto foi contabilizado, em termos de recebimento futuro, dos recursos referentes ao Plano1 da Previ? Com certeza, uma boa parcela do Plano 1 ajudou a compor esse recorde, além dos recursos mensais que estão entrando no caixa do Banco e, da mesma forma, nas contas dos associados.
O Banco do Brasil anunciou nesta terça-feira um lucro líquido de R$ 12,126 bilhões em 2011, com crescimento de 3,6% sobre o resultado de 2010. Segundo levantamento da consultoria Economatica, é o maior ganho anual da história do banco estatal.

O lucro líquido por ação alcançou R$ 4,28 em 2011, contra R$ 4,34 registrados no ano anterior. Os ativos totais alcançaram em dezembro total de R$ 981,23 bilhões, o que corresponde a crescimento de 21,0% em 12 meses.
O ano passado foi de grandes ganhos para os bancos brasileiros. Maior banco privado brasileiro, o Itaú Unibanco teve lucro de R$ 14,64 bilhões - a maior marca já registrada por um banco no Brasil. Já o Bradesco apurou lucro de R$ 11,02 bilhões.
A carteira de crédito do Banco do Brasil fechou 2011 em R$ 465,1 bilhões, um avanço de 19,8% em 12 meses, no conceito ampliado. Sem incluir garantias prestadas e títulos e valores mobiliários privados, a carteira encerrou o ano passado em cerca de R$ 423 bilhões, expansão de 18% sobre um ano antes.
Apesar disso, o aumento da provisão para crédito de liquidação duvidosa foi de 35% entre os períodos, passando de R$ 2,139 bilhões para R$ 2,892 bilhões nos três meses encerrados em dezembro de 2011. Enquanto isso, o índice de inadimplência da carteira do quarto trimestre, medido pelo saldo de operações vencidas há mais de 90 dias, recuou de 2,3% no último quarto de 2010, para 2,1%, se mantendo estável na comparação com o terceiro trimestre.
Para o quarto trimestre, o lucro líquido foi de R$ 2,972 bilhões, uma queda de 25,7% sobre o obtido um ano antes, impactado por aumento de provisões para perdas com crédito. A previsão média de analistas consultados pela Reuters apontava para lucro sem efeitos extraordinários de R$ 2,73 bilhões.
Fonte: informações da Reuters

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Invepar já traça o futuro de Cumbica

Caros colegas,
Essa matéria do Jornal Valor Econômico é bem interessante, pois se trata da estratégia desenhada pela empresa para o negócio, com algumas informações importantes que justificam, em parte, o alto ágio colocado.

A gestão de Guarulhos, o maior aeroporto do país, também conhecido como Cumbica, por onde circulam anualmente 30 milhões de pessoas, não assusta Gustavo Rocha, o presidente executivo da Invepar -Investimentos e Participações em Infraestrutura. "O foco agora é preparar o aeroporto para a Copa de 2014", disse ao Valor. Os investimentos previstos para reforma, modernização e expansão do aeroporto até lá somam R$ 1,8 bilhão e desse total, 51% ou R$ 918 milhões serão aportados pela Invepar e sua sócia privada, a operadora sul-africana ACSA. Os restantes 49% pela Infraero, sócia minoritária na futura Sociedade de Propósito Específico (SPE), a concessionária a ser formada até maio para operar o aeroporto.
O executivo defende de imediato e como mais urgente para aumentar o faturamento de Guarulhos até a Copa erguer um estacionamento com capacidade para 15 mil carros, ante os atuais 4 mil. "Essa é uma questão gritante do aeroporto. Muita gente acaba pagando estacionamento nas redondezas. Isso é receita perdida". O terminal 3 também é urgente, pois prevê um aumento entre 10% e 15% no número de passageiros no aeroporto no ano da Copa, indo próximo de 35 milhões de pessoas. Segundo diz, a cada mês há cerca de 10 pedidos de novos voos, mas não se abre espaço porque a capacidade está estrangulada.
O aeroporto tem limite de expansão de capacidade de passageiros em 55 milhões, a qual deverá ser atingida entre 2020 e 2022, segundo Rocha. Ele também não ignora que o sítio onde fica Guarulhos não tem muitas áreas virgens para explorar, como tem Viracopos, em Campinas. E carro-chefe de sua receita são ganhos tarifários - 60% do total, ante 40% dos não tarifários. Diz que contraria a tendência dos melhores aeroportos do mundo. "Nossa meta é inverter isso nos próximos três a quatro anos".
Os estudos da Invepar apontam oportunidades de negócios não tarifários em mix de lojas, praças de alimentação e investimentos na área de construção de hotéis no entorno de Guarulhos. "Hoje não há quase hotéis próximos ao aeroporto e as pessoas em trânsito têm de ir dormir em São Paulo".
A receita prevista para o maior aeroporto do Brasil em 2012 é de R$ 1,1 bilhão ante R$ 900 milhões no ano passado, alta de 10% a 12%, por causa do novo valor da tarifa, projeta Rocha. "Até 2013, a gestão do aeroporto não vai mudar muito, vai crescer entre 8% a 10% e não vai dar saltos. Vamos assumir a operação do negócio em setembro e até 2014 nossa prioridade é a Copa. Só vamos conseguir pagar a outorga da concessão com retorno do negócio a partir de 2014. Antes, vamos ter que assumir este ônus".
O lance de R$ 16,2 bilhões dado para arrematar o aeroporto e que surpreendeu o mercado não compromete a saúde financeira da empresa controlada pelos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef e pela OAS, afirma o executivo. A empresa não vai arcar sozinha com o pagamento da outorga e dos investimentos nos 20 anos de concessão, com renovação de mais cinco. "O pagamento anual da outorga, no valor de R$ 800 milhões, será feito pela concessionária que vai administrar o aeroporto, conforme previsto no plano de concessão publicado em anexo ao edital". A parte privada da SPE terá 45,9% da Invepar e 5,1% da ACSA.
Os investimentos ao longo da concessão são estimados em R$ 4,1 bilhões, abaixo dos R$ 4,7 bilhões em valor constante previstos pelo edital. A ideia dos sócios é pegar recursos do BNDES dentro dos limites de 80% oferecidos pelo banco. O montante de capital próprio será de no mínimo R$ 570 milhões, sendo $ 250 milhões da Invepar. Rocha prevê que esse valor será maior por causa do plano de negócios.
"Vamos estudar opções de financiamento com dívida e estamos trabalhando para abrir o capital da empresa em Bolsa nos próximos 12 a 24 meses". A planeja fazer neste ano um aumento de capital, cujo valor ainda não foi fixado, para equalizar a participação dos acionistas em 25%. Com isso, a Previ, dona de 36,85% do total, vai sofrer diluição, enquanto Funcef (hoje com 20,48%) e OAS (com 17,67%) vão ampliar suas parcelas para 25%, se igualando a Petros e Previ.
A Invepar tem hoje uma dívida líquida de R$ 2,5 bilhões, equivalente a 6 vezes o seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Rocha não está preocupado com o fato. "Temos que olhar o perfil do endividamento e o nosso é acima de 10 anos. Prefiro ter um perfil de dívida de longo prazo numa relação de 6 vezes o Ebitda do que o de uma vez com perfil de curto prazo de endividamento", diz Rocha.
A entrada em Guarulhos, segundo ele, só reforça o fato de que o investimento em infraestrutura de transporte - foco da Invepar - é intensivo em capital e tem rentabilidade crescente no longo prazo. No caso de Cumbica, a expectativa de retorno da Invepar e de seus acionistas é superior à média mundial de 8% de investimentos em aeroportos semelhantes. (Valor Online)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Dúvidas sobre o BET para os colegas da ativa

Na semana passada, um colega fez um comentário sobre o valor que está sendo apartado para os funcionários da ativa do Plano 1 em relação ao benefício especial temporário - BET (distribuição do superávit 2010), o qual reproduzo abaixo incluindo meus comentários após uma apuração técnica do fato.


"Cecília, voltando ao assunto BET, então como o valor médio do INSS está na faixa de R$ 2.300,00, isso quer dizer que cada funcionário da ativa está contabilizando de BET cerca de R$ 460,00 a mais do que cada aposentado. Isso é justo? Será que ninguém atentou para isto? O pessoal da ativa além de receber PLR, ajuda alimentação, cesta alimentação, plano dentário ainda recebem, a mais, cerca de R$ 460,00 de BET. (...)"

Gostaria de informar que não procede a afirmação do colega, pois ele está achando que enquanto o BET está elevando o complemento Previ dos aposentados em 20% o mesmo está sendo provisionado para o ativo em 20% sobre o valor total da aposentadoria (INSS + complemento), o que não está acontecendo.

Mensalmente, na conta individual do participante ativo é provisionado um valor para pagamento do BET para quando ele se aposentar, que corresponde a 20% do COMPLEMENTO PREVI que é simulado no último dia útil do mês, considerando aquela média dos últimos 36 salários de participação. Não existe majoração do BET para o ativo. Enquanto o BET do aposentado fica fixo durante 12 meses, sendo reajustado junto com o reajuste do benefício, para o ativo esse valor sobre pequenas oscilações, tendo em vista que a média dos últimos 36 salários é variável a medida que o tempo passa.

Independente de diferentes pontos de vista em relação à questão de incluir os colegas da ativa nos acordos firmados de distribuição de superávit, a ideia é apenas esclarecer para que não haja interpretações equivocadas sobre a matéria.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Leilão de concessão dos aeroportos

Caros Colegas,
O assunto que bombou hoje nos noticiários foi o leilão de concessão dos aeroportos. Eu separei algumas matérias que acho bem interessantes para lermos e refletirmos sobre o impacto que isso poderá proporcionar ao nosso patrimônio, pois apesar da participação ser através da empresa Invepar, a Previ tem uma participação considerável e, qualquer problema na empresa, recairá em cima do colo dos sócios e, por consequência, no colo da Previ. Fora a questão do nosso patrimônio do Plano 1 ser jogado em um negócio tão arriscado como este, também podemos citar o absurdo do BNDES bancar, com recursos dos cidadãos, financiamentos com juros subsidiados. Eu grifei algumas partes que julguei mas relevantes e que podem provocar a reflexão dos colegas.
Invepar, Triunfo e Engevix vencem leilão

Terminou o leilão de concessão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília (DF), na BM&F Bovespa. O valor global arrecadado pelo governo foi de R$ 24.535.132.500,00.
O consórcio liderado pela Invepar (em parceria com a sul-africana ACSA) venceu a disputa por Guarulhos (SP), oferecendo R$ 16,213 bilhões – ágio de 373% em relação ao lance mínimo estipulado pelo governo (R$ 3,424 bilhões). A segunda mais alta foi do consórcio liderado por EcoRodovias, que ofereceu R$ 12,863 bilhões (ágio de275%). Também concorreu no leilão a viva-voz a OHL Brasil em parceria com a espanhola Aena (cujo maior lance de R$ 12 bilhões, ágio de 250%). Só os três foram classificados para a segunda rodada.
Já a Triunfo Participações e Investimentos venceu a concessão de Viracopos, com lance de R$ 3,821 bilhões (ágio de 159% em relação ao mínimo de R$ 1,471 bilhão). Ao todo, quatro consórcios fizeram lances por Viracopos. Além do Consórcio liderado pela Triunfo, também apresentaram propostas o Consórcio Novas Rotas, liderado pela Odebrecht, em parceria com a operadora de Cingapura Changi (R$ 2,524 bilhões); o Consórcio Operador Brasileiro de Aeroportos (OBA), liderado pela OHL Brasil em parceria com a operadora espanhola Aena (R$ 1,7 bilhão); e o Consórcio Invepar-ACSA, liderado pelo Grupo Invepar, em parceria com a operadora sulafricana Airports Company South Africa (R$ 2,113 bilhões). Os quatro foram classificados ao leilão de viva-voz, mas nenhum ofereceu propostas nessa etapa.
No caso do aeroporto de Brasília, o vencedor foi o consórcio liderado pela Engevix, com lance inicial de R$ 3,5 bilhões e venceu a disputa com uma oferta de R$ 4.501.132.500,00 (ágio de 673,39%). Outros concorrentes foram os consórcios de OHL Brasil (cujo maior lance foi de R$ 4,4 bilhões), Invepar (lance de R$ 3,213 bilhões) e Fidens (R$ 3,082 bilhões). Apenas Invepar não ofereceu lances na segunda rodada. (Fábio Pupo, Marina Falcão e Rodrigo Pedroso - Valor)


Cumbica, Viracopos e Brasília são privatizados
O sucesso do primeiro leilão de privatização de aeroportos no Brasil superou até os mais otimistas membros do governo federal, com um ágio médio de 347% em relação aos R$ 5,4 bilhões de outorga mínima prevista no edital
Sem nenhuma liminar de última hora para impedir a disputa, o governo conseguiu leiloar ontem os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília com um sucesso acima do esperado pelos seus integrantes mais otimistas: o valor mínimo de outorga de R$ 5,4 bilhões atingiu R$ 24,5 bilhões em menos de duas horas e meia, ágio médio de 347%, metade do tempo que era previsto pelos próprios organizadores da disputa, na BM&F Bovespa.
O resultado do leilão também gerou questionamentos dos pessimistas. Sem nenhuma operadora de renome internacional entre os consórcios vencedores, a gestão dos três aeroportos ficará sob responsabilidade de empresas estrangeiras do mundo emergente. A Invepar, vitoriosa em Guarulhos com um lance de R$ 16,213 bilhões que não recebeu contraofertas, aliou-se à sul-africana ACSA. A Engevix, que arrematou a concessão de Brasília com uma proposta de R$ 4,51 bilhões e ágio de 673% sobre o valor inicial, fechou parceria com a argentina Corporación América - detentora de uma rede de 33 aeroportos na Argentina e com um histórico de renegociações contratuais e falta de investimentos. A Triunfo, ganhadora do leilão de Viracopos com uma oferta de R$ 3,821 bilhões, associou-se à francesa Egis Aiport Operation - curiosamente, suas operações se concentram no Congo, na Costa do Marfim, no Chipre e no Taiti.
Consórcios formados por operadoras estrangeiras como Fraport (Alemanha), Zürich Flughafen (Suíça) e Changi (Cingapura) ficaram longe das propostas vitoriosas. Também não participou da batida de martelo no pregão o "quarteto fantástico" das empreiteiras - Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão -, a maioria com vasta experiência internacional na construção de aeroportos.
O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Wagner Bittencourt, elogiou a "coragem" dos investidores e disse que o "apetite" das ofertas reflete a confiança no país. A assinatura dos contratos de concessão, após um processo de homologação do leilão e de abertura de prazos para recursos administrativos, deve ocorrer em maio. Para o ministro, a ausência das principais empreiteiras e operadoras do mundo entre os vitoriosos não é motivo de incômodo. "Não podemos ter preconceito com a origem do capital. Se não, nós mesmos teríamos complexo eterno de vira-lata."
Nas duas horas e meia de leilão, houve sussurros e expressões de espanto quando a OHL - em parceria com a operadora espanhola Aena - apresentou uma oferta de R$ 12 bilhões pela concessão de Guarulhos, até então maior da disputa. O "advisor" de um banco que assessorava outro consórcio logo comentou: "Essa conta não fecha". Quando a disputa terminou, o próprio presidente da OHL, José Carlos Oliveira, conhecido pela agressividade de seus lances nos leilões de rodovias, disse que havia chegado ao "limite". Depois, questionado se a proposta vencedora de mais de R$ 16 bilhões da Invepar trará retorno aos investidores, ele apenas sorriu antes de caminhar para a saída: "Tomara que dê certo".
Um alto funcionário do governo comentou, reservadamente, que não esperava uma outorga superior a R$ 6 bilhões para Guarulhos. Para ele, a saída da futura concessionária será explorar receitas não tarifárias - como publicidade e espaços comerciais - rapidamente para obter retorno do investimento. "Ela precisará antecipar obras como uma mega-ampliação do estacionamento e a oferta de hotéis e até centro de convenções no entorno do aeroporto", afirmou o funcionário.
Há muito espaço para ganhar eficiência, avalia Adalberto Febeliano, diretor de relações institucionais da Azul Linhas Aéreas, que acompanhou o leilão. Até o fornecimento de eletricidade à aeronave enquanto ela está em solo, para manter as luzes e o ar condicionado ligados, é feito por empresas como Swissport. "É o tipo de serviço que a operadora pode oferecer e gerar receita adicional", exemplifica Febeliano.
O tamanho do desafio da Invepar é ilustrado pela receita total projetada pelo governo para todo o período de concessão de Guarulhos. Nos estudos que balizaram o processo de concessão, estimam-se R$ 17 bilhões em 20 anos, cerca de 5% a mais do que a Invepar pagará somente como valor de outorga, em parcelas anuais. Mesmo assim, o presidente da empresa, Gustavo Rocha, garantiu que "vamos entregar o retorno esperado ao nosso acionista". Ele não detalhou seu plano de negócios, mas antecipou que a ampliação de receitas não tarifárias é parte essencial da estratégia. "Estamos tranquilos."
Pelas regras do contrato de concessão, as tarifas aeroportuárias não podem subir. No ambiente de festa do leilão, a Infraero ganhou elogios. "Ela tira leite de pedra", comentou o presidente da Invepar. "Ao contrário do que pode parecer, temos satisfação em ter a Infraero como sócia", reforçou o presidente da Engevix, José Antunes Sobrinho.
Com apoio de fundos, Invepar faz lance de R$ 16 bilhões
Vencedora do leilão do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, com uma única tacada e um valor surpreendente - R$ 16,2 bilhões pela outorga -, a Invepar - Investimentos e Participações em Infraestrutura SA terá missão dupla: garantir retorno para o pesado aporte e para os investimentos ao longo da concessão de 20 anos. Vai operar um terminal onde passam 160 mil pessoas por dia. Controlado pelos fundos de pensão Previ (majoritária, com 38% do capital), Petros, Funcef e pela empreiteira OAS (minoritária, com 19,4%), o consórcio deu lance três vezes maior do que a soma de seus ativos no país - de R$ 4 bilhões, conforme o relatório anual de 2010.
Para vencer o leilão, a estratégia da empresa foi apresentar um lance inicial que tirasse os concorrentes logo de cara do jogo. Responsável pela terceira maior oferta na BM&FBovespa, de R$ 12 bilhões, o consórcio liderado pela OHL Brasil jogou a toalha logo que viu a proposta da Invepar. "Chegamos ao nosso limite", disse o presidente do grupo, José Carlos Oliveira Filho. O lance da Invepar, em parceria com a sul-africana Airports Company South Africa (ACSA), teve um ágio de 373% em relação ao preço mínimo inicial fixado pelo governo.
Com estrutura de holding, a Invepar tem sob seu guarda-chuva seis empresas operacionais: Linha Amarela, Raposo Tavares, Metrô Rio, 25% da CRT, Bahia Norte e Litoral Norte. A empresa está num momento de diversificação dos negócios, para aumentar seu faturamento, que foi de R$ 1,1 bilhão no ano passado.
Para conseguir dar retorno aos investidores, a empresa planeja aumentar as receitas não tarifárias, como a construção de um grande estacionamento no aeroporto e a renegociação de contrato com os varejistas, além de melhor aproveitamento do espaço comercial. Outro plano da Invepar, que começa a administrar Cumbica em maio, é de abrir seu capital no prazo de 12 a 24 meses. De acordo com a Infraero, a administração do aeroporto no ano passado gerou uma receita de R$ 770,5 milhões à estatal.
"Queremos fazer do aeroporto uma verdadeira porta de entrada do país. Nossa expectativa é de retorno e forte crescimento de receita nos próximos 20 anos", afirmou, ao Valor, o presidente executivo da Invepar, Gustavo Rocha. Em 2011, cerca de 29 milhões de passageiros passaram por Cumbica segundo a Infraero. A estimativa da nova administradora é que o número pule para 50 milhões em 2020. Para conseguir retorno sobre o investimento de R$ 16,2 bilhões, Rocha se mostrou confiante na flexibilidade que a iniciativa privada tem em conseguir aumentar a receita. "O operador privado consegue melhor funding e é mais livre para controlar seus gastos", disse.
O valor da outorga da concessão será pago ao longo dos 20 anos, com R$ 800 milhões anuais. A homologação do negócio e a assinatura do contrato estão previstas para maio, mas o pagamento da primeira parcela só vai ocorrer ao final de 12 meses desde a transferência da operação.
Além do valor de outorga, a Invepar está obrigada por contrato a investir R$ 4,6 bilhões na ampliação da capacidade do aeroporto. A exigência foi feita pelo governo visando o as competições esportivas em 2014 e 2016. Por isso, a empresa vai focar os investimentos nos próximos anos na construção do terminal 3.
Rocha acredita que a Invepar fez o maior negócio de infraestrutura do país na área de transporte e vai conseguir pagá-lo com os resultados do próprio negócio. "Este setor está começando agora a se desenvolver no Brasil e está dentro da nossa estratégia. Queremos ser um dos principais players dessa área", afirmou. "Vamos investir em modernização de free shopping, praças de alimentação, desenvolvimento imobiliário e na parte de carga. No momento, a prioridade é preparar o aeroporto para a Copa".
Até chegar ao lance que inibiu qualquer oferta maior quando o leilão passou para lances viva-voz, a Invepar afirmou ter feito um estudo de oito meses, que envolveu cerca de cem pessoas e contou com a participação de austríacos e espanhóis, sobre a taxa de retorno do investimento. "Estávamos apostando neste negócio há muito tempo, foi muito trabalho e muito estudo e o foco era Guarulhos", disse Marco Geovanne, diretor de participações da Previ.
Segundo informou, a ACSA foi quem preparou os aeroportos da África do Sul para a Copa de 2010. "Eles têm experiência e vão trabalhar nisso conosco", afirmou, lembrando que a companhia administra aeroportos que transportam 50 milhões de passageiros por ano no país africano, além de outros 20 milhões em Mumbai, na Índia.
Após o terminal 3, em construção, o novo operador de Cumbica deverá iniciar o quarto um outro terminal, além de novo pátio para as aeronaves e um terminal de carga também até 2016. Com cerca de 4.500 funcionários, a Invepar vai incorporar cerca de dois mil empregados da Infraero (Daniel Rittner, Rodrigo Pedroso e Vera Saavedra Durão - Valor Online)


Operadores 'modestos' levam aeroportos
Responsáveis por terminais na África e na Argentina dominam leilão de privatização de Cumbica, Viracopos e Brasília
Os três grupos vão pagar R$ 24,5 bilhões pela concessão, 347% superior ao esperado; BNDES financia 80%
Pesos-pesados da administração de aeroportos globais, como os de Cingapura, Frankfurt e Zurique, foram derrotados ontem no leilão dos aeroportos brasileiros de Cumbica, Viracopos e Brasília.
Quem levou foram operadores da África e da América Latina, que não administram nenhum dos 30 maiores aeroportos do mundo. Os três grupos vencedores pagarão R$ 24,5 bilhões pela concessão, 347% mais que o lance mínimo. O BNDES financia 80% desse investimento.
As concessões serão de 20 anos (Cumbica), 25 anos (Brasília) e 30 anos (Viracopos). A estatal Infraero manterá participação de 49%. Os consórcios são obrigados a manter um investimento mínimo (e mais concentrado) até a Copa-14.
A Anac (Agência Nacional de Avião Civil) disse que controlará o reajuste das tarifas.
Os vencedores de Cumbica foram o consórcio formado por 90% da Invepar (sociedade entre a construtora OAS e fundos de pensão Previ, Funcef e Petros) e 10% da sul-africana Acsa.
"O fato de ser um país emergente não diminui ninguém porque, senão, teríamos de ter o complexo de vira-lata eterno. Não temos vergonha de ser emergentes", afirmou o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt.
"São atores perfeitamente possíveis de ganhar e ganharam. Pena que os outros não tenham tido tanta ambição."
O maior aeroporto brasileiro, em Guarulhos, com 30 milhões de passageiros/ano, terá como operadora a Acsa, que trabalha, há quase dez anos, com nove unidades da África do Sul, entre elas a de Johannesburgo e a da Cidade do Cabo. Juntas, recebem 35 milhões de passageiros/ano.
Embora o aeroporto de Johannesburgo seja elogiado pela beleza, o país não primou pela excelência na Copa-10. Jatos executivos lotaram os pátios e voos comerciais tiveram de ser desviados. Houve caso de aviões vindos da Europa que tiveram de retornar em pleno voo.
Viracopos, em Campinas, será operado pela Egis, consultoria francesa que administra 11 aeroportos na África (Argélia, Congo, Gabão) e na Polinésia, além do terceiro aeroporto de Paris, o Beauvais, a 55 km da capital francesa. Juntos, têm 13 milhões de passageiros ao ano (menos que Congonhas, que recebe 16,7 milhões).
A Egis tem 10% do consórcio, em sociedade com a Triunfo (45%) e a UTC (45%).


TÁTICA AGRESSIVA
Vencedores do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal, o consórcio formado pela Infravix (construtora Engevix) e pelo operador aeroportuário argentino Corporación América, foi o mais agressivo no leilão, levando Brasília com 675% de ágio.
Com 40 aeroportos na América do Sul e na Armênia, dos quais 33 na Argentina, a empresa tem uma história conturbada em seu país.
Venceu o leilão de privatização nos anos 90 pagando ágio elevadíssimo, mas não conseguiu honrar contratos.
Com dívidas de US$ 600 milhões e atrasos no cronograma de investimentos, o grupo conseguiu, em 2007, renegociar o contrato, trocando a dívida por uma participação de 20% do Estado. Com a "reestatização", deixou de pagar a outorga em troca de um porcentual das receitas para o governo.

Consórcio de fundos de pensão ganha Cumbica
O governo concedeu os três mais atraentes aeroportos brasileiros, mas poderá continuar a ser o dono do maior deles, o de Guarulhos (SP).
O vencedor da licitação, o consórcio Invepar-Acsa, é formado pela brasileira Invepar (com 90%) e com a operadora sul-africana Acsa (10%).
A Invepar é formada pela construtora OAS, com 50% do capital, e os três maiores fundos de pensão de empresas públicas -Previ, do Banco do Brasil, Petros, da Petrobras, e Funcef, da CEF- com a outra metade das ações.
Como a nova empresa que vai operar o aeroporto terá 49% de capital da Infraero e 51% da Invepar-Acsa, a estatal e os fundos de pensão terão 63% das ações da companhia que vai gerir Guarulhos.
O ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt e o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, afirmaram que o governo não vai ter influência na administração da nova empresa. Mas que a Infraero pretende se manter com o tamanho atual e, caso haja aumento de capital, a estatal vai entrar com mais dinheiro para evitar ser diluída.
Em Campinas, a vencedora da licitação foi o consórcio Aeroportos do Brasil, formado pelas construtoras TPI e UTC (90%) e a operadora francesa Egis Airport (10%).
Em Brasília, venceu o consórcio Inframérica, formado por Engevix (50%) e Casa (50%), operadora argentina com 49 aeroportos no mundo, entre eles o de São Gonçalo do Amarante (RN), o primeiro brasileiro privatizado.
Os ágios (sobrepreços) no leilão foram considerados altos. Em Guarulhos, o consórcio ofereceu R$ 16,1 bilhões por 20 anos de contrato, 373% mais que o preço mínimo.
Ano a ano, a empresa terá que pagar ao governo R$ 800 milhões. O valor da outorga é maior que toda a arrecadação do aeroporto em 2010 -R$ 693,1 milhões. A operadora terá de bancar ainda obras avaliadas em R$ 4,6 bilhões -R$ 1,4 bilhão até 2014.
"As propostas refletiram muito mais o espírito de risco", afirmou o advogado Adelmo Emerenciano.
Em Campinas, com R$ 3,8 bilhões, o ágio foi de 159%. Brasília teve o mais alto, 675% -chegando a R$ 4,5 bilhões.
Esse valor ocorreu porque foi Brasília foi o único aeroporto para o qual houve disputa na fase de viva-voz. O consórcio da mineira Fidens com a ADC&HAS (EUA) deu um lance e saiu do páreo.
Na disputa com o grupo formado por brasileiros e argentinos, os espanhóis da OHL/Aena desistiram depois do terceiro lance.
Em Guarulhos e Campinas, não houve essa disputa. A proposta vencedora foi dada nos lances em papel. A segunda colocada em Guarulhos foi a proposta da brasileira EcoRodovias com a alemã Fraport, que ficou R$ 3,3 bilhões abaixo da vencedora.
"Estamos seguros do que fizemos", disse Gustavo Rocha, presidente da Invepar.
Preço alto deixa dúvida sobre rentabilidade
Simulações mostraram que ágio a ser pago por aeroportos não permitiria amortizar investimento até fim da concessão
Para desistente, seria necessário abrir mão de lucro para cobrir proposta vencedora do terminal de Guarulhos
As maiores construtoras do país -que participaram do leilão em parceria com operadores dos melhores aeroportos do mundo- desistiram da disputa.
Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão nem chegaram a fazer proposta no viva-voz, após o lance inicial.
A Folha apurou que elas consideraram o ágio elevado demais para garantir retorno sobre o investimento no prazo da concessão.
Para Guarulhos, vendido por R$ 16,2 bilhões, elas chegariam a, no máximo, R$ 10 bilhões com chance de retorno sobre o investimento.
Um dos desistentes afirmou à Folha que, pelas simulações, teria de abrir mão de lucros para cobrir a proposta vencedora em Guarulhos.
Ainda segundo ele, com a receita obtida, daria para pagar impostos, no máximo.
Outra evidência dessa suposta distorção foi a relação entre o valor a ser pago pela outorga ao longo dos anos e a receita do aeroporto.
Em 2011, a receita bruta de Guarulhos foi de R$ 1 bilhão. Somente para pagar a concessão, durante o prazo de 20 anos, o consórcio vencedor desembolsará, em média, R$ 810 milhões por ano.
Isso sem contar o pagamento de impostos, encargos, os custos operacionais e os investimentos que terão de ser feitos ao longo dos anos.
Em Brasília, o vencedor (consórcio Inframérica) pagará, em média, R$ 180 milhões por ano até 2037. Em 2010, a receita bruta do aeroporto foi de R$ 200 milhões.
Para o aeroporto internacional de Campinas, que teve ágio de 159%, o consórcio vencedor (Aeroportos Brasil) pagará R$ 127,4 milhões por ano, em média, até 2042. Em 2011, a receita bruta foi de R$ 300 milhões.


SUPERAVIT
O governo não só se surpreendeu com o resultado do leilão dos aeroportos como já prevê arrecadar no início do ano que vem pelo menos R$ 1,3 bilhão com as concessões. Os recursos contribuirão para engordar o superavit primário de 2013.
Com a concessão, o governo passou a garantir receita extra de, ao menos, R$ 1 bilhão por 20 a 30 anos.
A presidente Dilma Rousseff celebrou o resultado. No ano passado, ela fora informada pela sua equipe de que o valor estimado da concessão dos três aeroportos ficaria em torno de R$ 10 bilhões. (DIMMI AMORA, MARIANA BARBOSA, JULIO WIZIACK E MARIANA SALLOWICZ - Folha de S.Paulo)

Invepar está confiante no retorno
Grupo que venceu a disputa por Guarulhos ficou 8 meses trabalhando na proposta, que contou com consultores da Áustria e Espanha, envolvendo cerca de 100 pessoas
A Invepar, que venceu a disputa pelo Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, destaca que um operador privado tem mais flexibilidade de estratégia e busca de funding. O presidente da empresa, Gustavo Rocha, disse estar confiante no retorno do projeto, apesar da proposta agressiva de R$ 16 bilhões pelo terminal.
As obras em Guarulhos até a Copa do Mundo, segundo Rocha, vão se concentrar no terminal de passageiros. "A Infraero está tirando leite de pedra" disse o executivo quando questionado sobre a situação atual dos aeroportos brasileiros.
O executivo destacou que o Grupo Invepar ficou 8 meses trabalhando em sua proposta, que contou com consultores da Áustria e Espanha, envolvendo cerca de 100 pessoas. Sobre seu parceiro internacional, a ACSA, da África do Sul, disse que a empresa foi a responsável pela administração dos aeroportos na Copa de 201O.


IPO
A Invepar pretende abrir seu capital no prazo de 12 a 24 meses, segundo o presidente da empresa, Gustavo Rocha. O presidente da Invepar disse ainda que a proposta da empresa pelo aeroporto de Guarulhos, a mais alta do leilão, foi muito bem avaliada e discutida, com cerca de 100 executivos participando de sua elaboração, incluindo técnicos de seu parceiro internacional, a sul-africana ACSA. O lance oferecido foi de R$ 16,2 bilhões. (Silvana Mautone, Fernanda Guimarães e Altamiro Silva Junior - Agência Estado)


Interesse pelos ativos de infraestrutura
Estamos presenciando atualmente a voracidade dos investidores por ativos de infraestrutura no Brasil.
Apesar dos riscos de ser um sócio da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) e de fragilidades do edital, nos deparamos com participantes dispostos a pagar um valor incrível, às vezes até questionável, como no caso do consórcio vencedor de Guarulhos.
Esse fato apenas evidencia dois grandes temas: o primeiro, a latente ineficiência do Estado em gerir esses ativos de infraestrutura.
Quando os ativos foram analisados por competidores que entendem do mercado, eles conseguiram visualizar mais eficiência na administração, dado que o custo operacional hoje praticado pela Infraero é muito elevado, por conta de sua ineficiência.
Também enxergaram oportunidades de negócios já existentes em inúmeros aeroportos no mundo e ignorados no Brasil.
A ineficiência chega ao ponto de o aeroporto de Guarulhos perder clientes de estacionamento -sendo que ele detém monopólio do serviço- para competidores localizados a mais de três quilômetros, por não disponibilizar vagas. Se não fosse trágico, seria até engraçado.
E o segundo grande tema é a oportunidade que o país está perdendo com a morosidade dos processos licitatórios de transferência desses ativos de aeroportos, portos, rodovias, entre outros, para a iniciativa privada.
Esperamos que essas evidências façam essa situação mudar.
Outra questão é: como se comportará a Infraero como sócia?
Esperamos que a estatal não atrapalhe a necessidade de investimento e crescimento dos aeroportos.
Inúmeros outros processos de concessão e PPPs (Parcerias Público-Privadas) encontram-se paralisados, caminhando vagarosamente pela malha do Estado em todas as esferas: municipal, estadual e federal.
O risco é perdermos a janela de oportunidade por mais uma ineficiência do Estado brasileiro. (EDUARDO PADILHA - Folha de S.Paulo)


O espantoso leilão dos ares
Lances pelos aeroportos foram altíssimos; governo deveria aproveitar a onda e privatizar mais
Desde o fim do espantoso leilão de privatização dos aeroportos até o começo da noite de ontem, analistas financeiros faziam contas para entender como os consórcios vencedores esperam lucrar com seu empreendimento.
Os analistas, independentes das empresas envolvidas, não entendiam nem as contas das empresas nem concordavam com as contas de outros colegas.
Mas a frase de um deles resumia o espírito das conversas de gente do governo e de participantes do leilão, durante o dia de ontem. "Deve estar sobrando dinheiro barato em algum lugar. O governo deveria vender logo os outros aeroportos."
Dados os preços de ontem, na verdade, o governo deveria vender qualquer coisa: aeroporto, estrada, porto, açude, trilha de vaca, cacimba ou até a Esplanada dos Ministérios (cedendo alguns ministros de brinde, de preferência).
Os analistas podem estar errados, prevendo retornos baixos. Erraram, por exemplo, na conta das concessões de usinas hidrelétricas (Jirau e Santo Antônio), erraram em leilões mais recentes de rodovias. De resto, empresas que disputam concessões têm mais conhecimento do negócio que um isolado analista de instituição financeira.
De qualquer modo, a conta dos vencedores é pesada. No caso de Guarulhos, primeiro é preciso pagar a concessão: R$ 16,213 bilhões, em parcelas distribuídas por 20 anos (tempo da concessão). Há ainda os investimentos (R$ 4,6 bilhões) mais 10% da receita bruta anual. A receita atual de Guarulhos não dá nem para a saída.
Até 80% do investimento pode ser financiado pelo BNDES. Os vencedores de Guarulhos (fundos de pensão, OAS e a estatal sul-africana de aeroportos, Acsa) podem vender ações. Arruma-se financiamento (barato, no bancão estatal, mas que tem custo) e capital para o investimento (que, por meio de ações, dilui o lucro). Ainda resta a questão do retorno.
Problema das empresas, certo? É, essa é a lógica do leilão. Mas, mesmo com as multas pesadas em caso de descumprimento de contrato, as melhorias podem atrasar ou não ser tão "melhores" assim.
O consórcio vencedor de Guarulhos é 90% dos fundos de pensão Previ (funcionários do Banco do Brasil), da Petros (Petrobras), da Funcef (da Caixa Econômica Federal) e da empreiteira OAS.
Haveria mão do governo aí, nos lances altos (o governo indiretamente nomeia parte do conselho desses fundos, pois as empresas são estatais)? Não parece, pois as propostas derrotadas, se menores, também eram espantosas. De resto, há uma empresa privada no grupo.
De resto, esses três fundos são os maiores do país, têm 45% do patrimônio dos fundos de pensão brasileiros, foram feitos para isso mesmo, juntar poupança, e, pois, precisam colocar o dinheiro em algum lugar, além de terem metas de rentabilidade para cumprir. Não é tão fácil inventar teorias conspiratórias.
Por fim, além de haver "dinheiro sobrando" para privatizações, é preciso lembrar que aeroportos fazem parte de um sistema nacional: não adianta arrumar três se os demais não funcionam (aviões saem de um lugar, precisam chegar a um outro -bidu). Quando serão concedidos os aeroportos do Rio, de Minas, do Rio Grande do Sul? (Vinicius Torres Freire - Folha de S.Paulo)


O impacto deste leilão
O sucesso do leilão de concessões dos aeroportos de Guarulhos, Brasília e Campinas, realizado nesta segunda-feira, não pode ser medido somente pelo forte interesse despertado entre os 11 consórcios concorrentes (ágio médio de 348%) e pela nova fonte de receitas para o Estado, de nada menos que R$ 24,5 bilhões.
O principal fator desse sucesso está em ter demonstrado definitivamente que a transferência da gestão de importantes serviços públicos para o setor privado é o único modo de garantir rápido avanço à infraestrutura do Brasil.
Esses três aeroportos movimentam juntos cerca de 30% dos passageiros; 57% das cargas; e 19% das aeronaves que passam pelos terminais do País. E, uma vez ampliados, contribuirão decisivamente não só para o aumento dos transportes de passageiros e carga, mas para a redução das tarifas, à medida que elevarão a escala de operação.
Ainda resiste dentro do governo Dilma – especialmente no PT, principal partido da base de sua sustentação política – o entendimento de que qualquer iniciativa com algum cheiro de privatização é um atentado contra interesses nacionais. Essa gente continua apegada a velhos preconceitos ideológicos e por isso refuga tudo o que transpira delegação de serviços públicos. Ignora que o Tesouro está excessivamente espremido. E não há recursos que deem conta de tudo quanto tem de ser feito para evitar os apagões do serviço público no Brasil.
Nas últimas semanas que precederam à realização do leilão, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato Nacional dos Aeroviários e outros mais tentaram ação desesperada para impedir o fato consumado. Argumentaram que o leilão transfere o filé mignon dos projetos de ampliação dos aeroportos e deixa os ossos para Infraero – estatal que controla a infraestrutura de 69 aeroportos no Brasil –; desvia recursos públicos administrados pelo BNDES; e exige participação de capitais estrangeiros na administração dos terminais.
Pois os resultados do leilão mostram não apenas que a Infraero continua com 49% de todos os negócios na área, como também dispõe agora de nada menos que R$ 24,5 bilhões, com o quais não contava, para obras de expansão por meio do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac).
O outro foco de críticas dentro do governo é a transferência de recursos do BNDES para o financiamento das obras dos consórcios vencedores. Repete-se aí o surrado discurso daqueles que condenaram a participação do BNDES nos processos de privatização realizados ao longo do governo Fernando Henrique. E, no entanto, esses financiamentos cumpriram, como cumprem ainda, a função de aumentar o interesse pelos leilões. De mais a mais, o BNDES existe para financiar atividades privadas, não para bloqueá-las.
A participação de empresas estrangeiras nos consórcios foi exigida porque nenhuma das brasileiras tem experiência em operar terminais aeroportuários. Não se trata de desnacionalizar o setor ou quaisquer outros, como esses fundamentalistas tentaram fazer acreditar.
Se esse leilão contribuiu para o reencontro do governo Dilma com as melhores práticas de investimento público e governança, então seu sucesso não será limitado aos bons resultados obtidos nesta segunda. (Celso Ming - O Estado de S.Paulo)

CASSI divulga as chapas inscritas nas eleições 2012


A Comissão Eleitoral da Cassi divulgou as cinco chapas que solicitaram registro para concorrer às Eleições 2012. No pleito, serão escolhidos dois membros titulares e dois suplentes para os Conselhos Deliberativo e Fiscal, além do Diretor de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes.
O prazo para apresentação dos pedidos de impugnação das chapas começa hoje, 7/2, e termina às 18h da sexta-feira, 10/2. Os pedidos devem ser encaminhados ao email comissaoeleitoral@cassi.com.br ou protocolados no endereço SGAS 613, Conjunto E, Bloco A, L2, Asa Sul, Brasília (DF), junto à Comissão Eleitoral.

Relação das Chapas inscritas:

Chapa “CASSI: RESPEITO, TRANSPARÊNCIA E INDEPENDÊNCIA”
Diretor:  João Luiz Leite Rabello
Conselheiro Deliberativo -Titular 1 - Fábio Rodrigues Noronha
Conselheiro Deliberativo - Suplente 1 - Ricardo Roberto Moreira Guinther
Conselheiro Deliberativo - Titular 2 - Jorge Luiz Malizia
Conselheiro Deliberativo - Suplente 2 - Pascoal Bruno
Conselheiro Fiscal - Titular 1 - Claudio de Lara Rocha Pessôa
Conselheiro Fiscal - Suplente 1 - Janete Fontinelle de Melo
Conselheiro Fiscal - Titular 2 - Joice Terezinha Lisbôa da Rocha
Conselheiro Fiscal - Suplente 2 - Maurício Gomes de Souza


Chapa “SEMENTE DA UNIÃO - CASSI”
Diretor:  Divany de Souza Silveira
Conselheiro Deliberativo - Titular 1 - Osvaldo Carvalho Junior
Conselheiro Deliberativo - Suplente 1 - Raul Lima de Avellar e Almeida
Conselheiro Deliberativo - Titular 2 - Odilon de Oliveira Barros
Conselheiro Deliberativo - Suplente 2 - João Luiz Almeida de Souza
Conselheiro Fiscal - Titular 1 - Maria Lizete da Silveira
Conselheiro Fiscal - Suplente 1 - João Zaghini
Conselheiro Fiscal - Titular 2 - Ademir dos Santos
Conselheiro Fiscal - Suplente 2 - Thompson Alves de Souza


Chapa “UMA NOVA CASSI”
Diretor:   Humberto Santos Almeida
Conselheiro Deliberativo - Titular 1 - Denise Aparecida Cunha de Paula
Conselheiro Deliberativo - Suplente 1 - Paula Regina Goto
Conselheiro Deliberativo - Titular 2 - Ronaldo de Moraes Ferreira
Conselheiro Deliberativo - Suplente 2 - Maria Fernanda Leister Costanzo
Conselheiro Fiscal - Titular 1 - Gilberto Luís Fernandes Monteiro
Conselheiro Fiscal - Suplente 1 - Bruno Rodrigues Chermont Vidal
Conselheiro Fiscal - Titular 2 - Wagner Cardoso de Mesquita
Conselheiro Fiscal - Suplente 2 - Ailson Bernardi Sampaio


Chapa “CUIDANDO DA CASSI”

Diretor:  Mirian Cleusa Fochi
Conselheiro Deliberativo - Titular 1 - Antonio Cladir Tremarin
Conselheiro Deliberativo - Suplente 1 - Milton dos Santos Rezende
Conselheiro Deliberativo - Titular 2 - José Adriano Soares de Oliveira
Conselheiro Deliberativo - Suplente 2 - Mário Fernando Engelke
Conselheiro Fiscal -Titular 1 - Carmelina Pereira dos Santos Nova
Conselheiro Fiscal - Suplente 1 - Cláudio Gerstner
Conselheiro Fiscal - Titular 2 - João Antônio Maia Filho
Conselheiro Fiscal - Suplente 2 - José Eduardo Rodrigues Marinho

Chapa “RESPONSABILIDADE E EXPERIÊNCIA”

Diretor:  Denise Lopes Vianna
Conselheiro Deliberativo - Titular 1 - Nilton Brunelli de Azevedo
Conselheiro Deliberativo - Suplente 1 - Maria do Rosário de Fátima Ferreira Durães
Conselheiro Deliberativo - Titular 2 - João Antonio Ferreira Leite
Conselheiro Deliberativo - Suplente 2 - Gilberto Antonio Vieira
Conselheiro Fiscal - Titular 1 - Ricardo Akiyoshi Maeda
Conselheiro Fiscal - Suplente 1 - Sérgio Ricardo de Areco Pereira
Conselheiro Fiscal - Titular 2 - José Luiz Barboza
Conselheiro Fiscal - Suplente 2 - Jonas Sacramento Couto

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Notícias da segunda-feira

Caros colegas,

Eu gostaria de compartilhar com vocês algumas notícias que saíram esta semana e que seria interessante discutirmos:

"Mudanças na Sete Brasil
Pouco mais de seis meses após ter sido criada, a Sete Brasil, associação entre fundos de pensão, bancos e Petrobrás para construir partes das sondas que servirão à exploração do pré-sal, terá uma alteração em sua composição societária: o Santander não acompanhará o aumento de capital que será feito em breve. O onipresente BTG Pactual, por sua vez, aumentará sua participação na empresa. (Fonte: Radar - Veja 06.02)

Pois é, minha gente, a Previ, com o nosso patrimônio do Plano 1 entrou nessa empresa e, pelo visto, entrará nesse aumento de capital com a desculpa de não ser diluída em sua participação. O que motivou essa participação em um projeto tão arriscado, como é o pré-sal? Já não bastava a participação forte na empresa Petrobrás, inclusive no aumento dessa participação no aumento de capital que houve em 2010?

"Fio Desencapado
Apesar de todos os rumores de que a Previ e o Banco do Brasil estão vendendo o controle da Neoenergia aos sócios espanhóis, as coisas na terceira maior distribuidora de energia do Brasil ficam como estão. O que aconteceu, de fato, foi o interesse de setores do BB em se desfazer dessa participação. (Fonte: Radar - Veja 06.02)

Outra matéria bem interessante para pensarmos: Por que a Previ tem que entrar em uma participação tão arriscada como a empresa Sete Brasil e sair de um investimento rentável, com poucas oscilações, como é uma empresa de energia elétrica? Onde está o mapeamento de riscos para verificar o que é melhor para o nosso Plano? Na minha opinião, estão trocando 6 por 3, com uma promessa de no futuro, bem futuro, um lucro enooorrmmmeee!!! Eu não sei vocês, mas eu prefiro não arriscar tanto, principalmente quando estamos nos referindo a um plano fechado e maduro...

Cecilia Garcez