sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Petrobrás e os Fundos de Pensão

Caros colegas,
Como o assunto continua em destaque no mercado, eu resolvi postar nova matéria que saiu sobre o assunto e que remete aos Fundos de Pensão das empresas estatais ou de economia mista, como é o caso da Previ. A Previ tem investido na Petrobrás o montante de, aproximadamente, R$ 7 bilhões. O interessante é que ela não indica nenhum conselheiro. Ela apoia junto com a Petros e a Funcef as indicações do Governo. Alguns acionistas minoritários, inclusive o maior deles têm reclamado de não conseguirem assento no Conselho da empresa e reclamam da falta de transparência da empresa. O engraçado é que a Previ briga em todas as empresas onde ela é minoritária para indicar Conselheiros e na Petrobrás, ela aprova todas as indicações do Governo, sem pestanejar. Onde está os preceitos da Governança Corporativa tão defendidos por esses fundos de pensão? Apesar de haver alguns nomes de peso no Conselho, altamente técnicos, os representantes do Governo são os que dão as cartas, aliás, quem dá as cartas é a Presidenta.

Os atuais Conselheiros de Administração da Petrobrás, eleitos este ano para um mandato de 1 ano, são:
- GUIDO MANTEGA - Ministro da Fazenda
- MARIA DAS GRAÇAS SILVA FOSTER - Presidente da Petrobrás
- MIRIAM APARECIDA BELCHIOR - Ministra de Planejamento
- FRANCISCO ROBERTO DE ALBUQUERQUE - Foi Comandante do Exército Brasileiro no Governo Lula
- LUCIANO GALVÃO COUTINHO - Presidente do BNDES
- MÁRCIO PEREIRA ZIMMERMANN - Secretário-Executivo do Ministério de Minas e Energia
- SERGIO FRANKLIN QUINTELLA - Vice-Presidente da FGV
- JOSUÉ CHRISTIANO GOMES DA SILVA - representante minoritários - Filho do ex-presidente José Alencar e atualmente é Diretor da Coteminas
- JORGE GERDAU - Presidente do Conselho da empresa GERDAU - representante dos acionistas titulares com ações preferenciais
Desacreditada pelo mercado, a Petrobras terá de investir na transparência e no respeito aos acionistas se quiser viabilizar uma nova rodada de injeção de dinheiro, segundo analistas.
Mesmo com uma eventual trégua na crise atual, dificilmente a estatal conseguiria fazer hoje uma operação igual à de 2010, quando obteve R$ 120,4 bilhões.
Desde a capitalização, os investidores perderam de 23% (ação ordinária, sem voto) a 29% (preferencial, com voto). A estatal perdeu para a Vale o posto de ação mais negociada na Bolsa.
Apesar do caixa alto, a estatal precisará até 2015 de dinheiro do mercado para atender seu plano de investimentos, que consome R$ 50 bilhões anuais.


NOVO MERCADO

Para reforçar a credibilidade após o prejuízo, os investidores cobram uma ação agressiva de aproximação com mercado, como a adesão ao Novo Mercado, segmento de alta transparência da Bolsa, que só tem ações ordinárias.
A Petrobras, porém, está longe das exigências de transparência e de abertura de informações exigidas.
"Como maior companhia do país, a Petrobras deveria abraçar isso. Mas é uma realidade muito distante. Nem representante dos minoritários conseguimos eleger", disse Will Landers, gestor da Blackrock, a maior minoritária com 5% da estatal.
A Blackrock e a Polo Capital tentaram eleger em março dois conselheiros, mas foram voto vencido porque os fundos de pensão Petros (Petrobras), Previ (BB) e Funcef (Caixa), que também são minoritários, apoiaram a chapa do governo.
Com só ações ordinárias, o próprio governo ganharia com uma divisão mais equilibrada de dividendos.
Hoje, a diferença de preço entre as ações preferenciais e ordinárias é de apenas 3%. À época da capitalização, em outubro de 2010, a diferença era de 11,3%.
As ordinárias são mais caras porque têm direito a voto e, em caso de venda da companhia, um bônus extra no valor de venda.
A maior resistência é de parte do governo, que teme diluir sua fatia de controle e ser obrigado a abrir informações estratégicas.
"O controle não está em risco com essa mudança. O mercado cobra transparência porque a empresa perdeu muito valor", disse Ricardo Tadeu Martins, vice-presidente da Apimec-SP (associação dos analistas).
"É uma discussão importante para todas as estatais", disse Carlos Eduardo Brandão, conselheiro do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa).

Fonte: Folha de São Paulo 

7 comentários:

  1. Lendo o post acima, agora entendi porque insististes no assunto PETROBRÁS.

    Gostaria de ouvir o que diz o nosso Colega Claudio Roberto de Almeida, a respeito, diga-se de passagem muito ponderado em todas os seus comentários.

    A proposito, desejo falar aos colegas que como eu tem curiosidade para entender a crise economica, recomendo que deêm uma passadinha neste site da internet http://www.rumosdobrasil.org.

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  2. Colega Cecília,
    A matéria revela que a Petrobrás precisará voltar ao mercado a fim de obter dinheiro novo até 2015. Hoje, diante do prejuízo apresentado no 2º trimestre e do congelamento do preço da gasolina, penso que essa chamada de capital seria totalmente inviável. O “PB-1” está entupido de investimentos em renda variável. Mais à frente, mantido esse quadro sombrio relatado no seu post, pergunto o que poderia ser feito, se é que há algo que se possa fazer, por parte dos associados e das entidades representativas para que, em havendo abertura do processo de subscrição de ações, a Previ não exerça o seu direito de subscrevê-las. A propósito, gostaria de saber também a sua opinião sobre o que seria melhor para o plano:
    1º) – subscrever ações da Petrobrás; ou
    2º) – emprestar recursos para os associados com taxa de risco zero. Ficarei no aguardo de sua breve, importante e oportuna manifestação.

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  3. Cecília,

    Tenho um amigo que diz que o detalhe é a oficina do diabo.

    Que as estatais são saco de pancada não temos dúvida. Que os fundos de pensão rezam na cartilha do Governo idem.


    Será que a Previ teria distribuído o superavit através do BET não fosse o interesse do Patrocinador?

    Os temas de alta relevância, políticos, econômicos, jurídicos, não estão ao nosso alcance.

    Na nossa insignificância devemos focar no possível.

    A Previ tem um canal de comunicação com os assistidos através do "fale conosco", onde recebem sugestões, reclamações, etc.

    As mensagens podem ser enviadas até para o Presidente da Previ. Serão respondidas de forma educada e padronizada.

    O possível no momento é uma revisão do ES para nos tirar do sufoco.

    Contamos com a Anabb e você.
    O que a Anabb tem feito?


    Agradeço ao anônimo das 20;10, pelo "ponderado", mas em verdade sou "escaldado". Anônimo, não queira entender a crise econômica, pois ela é uma ferramenta do capitalismo. É nos momentos de crise que os capitalistas aumentam seus ganhos.
    O dinheiro (capital) não desaparece ele apenas se esconde para novas investidas em busca de novos ganhos.
    Lí, não lembro onde, que nos paraisos fiscais existem 33 trilhões de dólares em depósito.

    Abraços.

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  4. Prezados colegas,
    A culpa é toda nossa, que nunca nos impusemos junto à PREVI. Vivemos mendigando, em vez de EXIGINDO o que nos cabe por direito. Mendigamos até que eles nos emprestem dinheiro que a nós pertence.Nunca tivemos representantes que agissem como tais.Esse é que é o problema.

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  5. Acabo de ler em outros blogs que entidades de pensão e assistência tais como Cassi e Previ, estão querendo resolver seus problemas de caixa com a aplicação da eutanásia em todos os assistidos que ultrapassaram a expectativa de vida. Estão dizendo que é por causa de tanto suplicarem pelo ES 180 x 180.

    Era só o que faltava!!!

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  6. Eutanásia! Grande idéia. Nós somos mesmo uma pedra no sapato da Previ. É melhor que nos matem mesmo. Eu aceito.

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  7. Cara Dra Cecília, reconhecendo seu esforço pessoal em favor de tantas almas aflitas, pedimos-lhe, encarecidamente, sejam mantidas e , se possível, ampliadas suas ações junto à ANABB, para que aquela instituição se empenhe junto à Previ(Diretoria de Seguridade), objetivando a elevação do Teto do ES da Previ para algo em torno de 150 mil, com consequente ampliação de prazo, ainda no mês de setembro/2012. QUE DEUS a abençoe

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