quinta-feira, 16 de setembro de 2010

PREVI: Superávit continua crescendo

Esta matéria saiu ontem no jornal Valor Econônico e acho que vale a pena nos debruçarmos sobre ela, pois pelo que dá para perceber, as discussões estão começando, porém as propostas que estão sendo estudadas pela Diretoria de Seguridade, sinceramente, na minha opinião, vai causar nova insatisfação nos associados, pois trata-se de proposta de um pequeno reajuste, como 5% em um período de tempo, com patamar mínimo de R$ 500,00. A mesma proposta que o Diretor de Seguridade e a Comissão de Empresa colocaram na mesa de negociação passada. Eu espero, sinceramente, que os nossos representantes apresentem propostas mais interessantes, como as que foram condensadas no evento que a Anabb organizou e que contou com a participação de muitos associados ou mesmo uma proposta bem simples e fácil de calcular, de um aumento mais relevante por um período de tempo, por exemplo: 30% do benefício por 2 anos e, após este período, se houver recursos na conta "reserva especial para revisão do plano", prorroga por igual período, com um patamar mínimo de R$ 1.000,00. Um aumento de 30% traz um alívio para todos os associados, principalmente àqueles que estão atolados no ES e o cálculo é bem simples. 

Que tal colocarmos as propostas que achamos mais interessantes em discussão???


Desde 2007, nenhum dos cerca de 150 mil participantes do plano de benefícios definidos da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, paga um único centavo de contribuição, mesmo os que estão na ativa. O banco, patrocinador do fundo, também não. Essa suspensão de contribuições só foi possível porque a fundação acumula superávits desde 2003, com exceção do ano de 2008.
Ainda assim, o superávit acumulado da Previ - algo que pode ser mal comparado ao lucro de uma empresa - não para de crescer. Fechou 2009 em R$ 44,2 bilhões e cresceu R$ 17,9 bilhões só no ano passado. O desempenho da bolsa é o principal responsável por essa valorização. Apenas a participação da Previ na Vale, por exemplo, era avaliada em R$ 31,08 bilhões no fim do ano passado, enquanto o patrimônio total do fundo era de R$ 140,8 bilhões.
Com números dessa magnitude e em ano de eleição para Presidência da República e de troca de presidente e diretores da Previ, é natural que a discussão sobre o que fazer com o superávit do fundo tenha ganhado um contorno político. Mas a questão merece um olhar mais técnico e analítico, por conta de seu impacto na vida futura de milhares de participantes e, em última instância, na vida do contribuinte, já que o Tesouro Nacional é o controlador do BB.
Vamos lá, às regras. Lei de 2001 determina que ao menos 25% do superávit tem que ficar guardado, a título de contingência para os benefícios que serão pagos ao longo do tempo. Trata-se de uma espécie de colchão de liquidez. Grosso modo, isso significa dizer que, do superávit registrado de R$ 44,2 bilhões, o excedente já baixa para R$ 33,15 bilhões apenas com a aplicação da regra. Esse é o valor que entra na chamada reserva especial para revisão do plano. A Lei Complementar 109 também determina, de forma genérica, que após três anos de superávit, é preciso decidir o que fazer com ele: deve-se revisar o plano de benefícios. Se a opção for pela redução ou suspensão das contribuições, a revisão deve ser proporcional ao regime de contribuição. Um exemplo prático: se o patrocinador contribui com R$ 10, o participante também com R$ 10 e a decisão for diminuir a contribuição em 50%, cada um deles passaria a contribuir com R$ 5 - o corte de 50% é feito proporcionalmente. Detalhe: a regra também vale para o caso de déficit. Para cobrir o buraco, a responsabilidade é de ambos, patrocinador e associado.
Como a lei de 2001 era genérica, a Secretaria de Previdência Complementar (SPC), em 2008, propôs uma norma, que foi depois aprovada e se tornou a Resolução 26. Ali, são determinadas várias outras medidas de cautela com relação à apuração do superávit e sobre o que fazer com ele. Em primeiro lugar, a resolução prevê que o fundo deve adotar uma tábua atuarial mais atual, a AT 2000. Com dados da tábua, que indica tempo de vida esperado da população, entre outros números, são calculados os benefícios futuros do fundo. A Previ já adota essa tábua. As outras medidas apontadas pela resolução são a redução da meta atuarial para 5% (indicação de uma rentabilidade menor no futuro; hoje o fundo trabalha com 5,5%) e dedução, do superávit, de eventuais dívidas da patrocinadora e de possíveis desenquadramentos do fundo.
A Previ tem pelo menos três desenquadramentos importantes: os investimentos na Vale superam o limite dos 10% de investimentos totais do plano e as participações em duas empresas do setor elétrico, CPFL e Neoenergia, superam o limite de 25% do capital total das empresas.
A estimativa é de que os três desenquadramentos, somados, atinjam R$ 20 bilhões. A adoção da meta de 5% reduziria o superávit em mais R$ 4 bilhões. Em contas bem grosseiras, subtraídos esses valores dos R$ 33,15 bilhões do excedente de superávit, o número cairia para R$ 9,15 bilhões. Se esses ajustes da resolução fossem feitos primeiro e depois fosse separado o colchão dos 25%, a conta subiria um pouco, para R$ 15,15 bilhões. A distribuição, portanto, ficaria entre R$ 9,15 bilhões e R$ 15,15 bilhões. E mantida a regra da proporcionalidade, cada um dos grupos - patrocinador e associados - teria direito a algo entre R$ 4,58 bilhões e R$ 7,58 bilhões. Mesmo partindo de uma conta "grosseira", é possível mostrar que a magnitude dos números é muito menor do que aquelas que vêm aparecendo nos jornais.
Participantes da Previ e entidades que os representam têm entrado com mandados de segurança na Justiça tentando derrubar a aplicação da Resolução 26. Muitos deles também defendem que a distribuição deveria ser feita apenas entre os participantes, o que não parece razoável. Assim como também não parece razoável que o Banco do Brasil, antes mesmo da decisão da Previ sobre o assunto, já tenha se apropriado em seu balanço de R$ 3,03 bilhões (2009) e R$ 5,06 bilhões (2008) a título de amortização sobre ganhos atuariais do fundo de pensão.
A Previ está agora debruçada sobre as regras e os números, tentando chegar à conta final. Depois, a questão terá de ser votada em conselho deliberativo, formada por três representantes do banco e três dos participantes. E nessa sessão, o presidente - seja ele Sérgio Rosa, ou o próximo indicado - não tem voto de Minerva (Valor)

14 comentários:

  1. Cecilia,
    Que bom que voce está conosco novamente. NÃO NOS DEIXE.
    Os colegas sabem e reconhecem a sua importancia em nossos movimentos e na busca de informações junto à PREVI. Infelizmente a paciencia de alguns já está no limite e muitas vezes extrapolam nas críticas e principalmente em quem não tem culpa. Delculpe-os, mas não deixe a sua história, que sempre foi de nos ajudar, por causa de alguns comentários maldosos.
    VOLTEMOS AO QUE NOS INTERESSA.
    VOCÊ ACHA QUE SAIRÁ ALGUMA COISA AGORA NESSA REUNIÃO DO DIA 29.09?

    ResponderExcluir
  2. Hoje no site do Jornal O Gloo aparece uma notícia da compra de um apatamento á vista pelo Presidente do Banco do Brasil, acho normal por ser aposentados do BB, talvez com renad certa e polpudos vencimentos,com a justificatica de as estatais precisam segurar seus altos executivos, porém sua explicação para compra à vista é que guarda dinheiro em casa segundo o site aí é que a porca torce o rabo pois como ser presidente do maior Banco do Brasil , guardar o dinheiro em casa e querer que clientes e funcionários façam aplicações e depósitos em suas agências>porque obrigar que a Previcreditem nossos vencimentos no BB não nos dando nada em troca(aposentados, pensionistas).O que quero mostrar com a nota o que hoje conta no País e resulta em muita coisa é a imprensa ainda livre, tentativas de calarem não falta.O que quero dizer é que já que as nossas associações com suas pressões às vezes mínimas não surtem o efeito desejado sempre nos frustando é que sugiro que as mesmas ou nós mesmos mostremos a impensa a situação daqueles coniderados até por ela(a imprensa)os marajás do País.Triste mais triste mesmo é todo ano ficarmos nesta expectativa de distribuiçãom aumento empréstimos simples e estes quando vem é como diz o baiano uma mixuruca.

    ResponderExcluir
  3. Colega Cecília,
    Todos sabemos que a instância máxima no nosso fundo de pensão é o seu conselho deliberativo. Todos sabemos também que um colega seu, oriundo como Você dos quadros da Anabb, ocupa o cargo de conselheiro deliberativo eleito na Previ. Refiro-me ao senhor William Bento. Desde o momento que Você entende que a proposta a ser apresentada pela diretoria de seguridade vai causar nova insatisfação nos associados e sugere uma alternativa um pouco mais interessante para os aposentados e as pensionistas, por qual motivo o Sr. Conselheiro Deliberativo eleito não a leva para deliberação na próxima reunião do DELIB agora no final de setembro? Entendo também que seja um pouco melhor 30% do benefício por 2 anos e, após este período, se houver recursos na conta "reserva especial para revisão do plano", prorroga por igual período, com um patamar mínimo de R$ 1.000,00. Traria alívio para todos os associados, principalmente àqueles que estão atolados no ES. Ficarei no aguardo de sua breve e oportuna manifestação.

    ResponderExcluir
  4. Colega Cecília,
    Todos sabemos que a instância máxima no nosso fundo de pensão é o seu conselho deliberativo. Todos sabemos também que um colega seu, oriundo como Você dos quadros da Anabb, ocupa o cargo de conselheiro deliberativo eleito na Previ. Refiro-me ao senhor William Bento. Desde o momento que Você entende que a proposta a ser apresentada pela diretoria de seguridade vai causar nova insatisfação nos associados e sugere uma alternativa um pouco mais interessante para os aposentados e as pensionistas, por qual motivo o Sr. Conselheiro Deliberativo eleito não a leva para deliberação na próxima reunião do DELIB agora no final de setembro? Entendo também que seja um pouco melhor 30% do benefício por 2 anos e, após este período, se houver recursos na conta "reserva especial para revisão do plano", prorroga por igual período, com um patamar mínimo de R$ 1.000,00. Traria alívio para todos os associados, principalmente àqueles que estão atolados no ES. Ficarei no aguardo de sua breve e oportuna manifestação.

    ResponderExcluir
  5. Colega Cecília,
    Em comentário anterior manifestei minha concordância com a proposta que Você sugeriu em substituição a que possivelmente será posta em discussão pela diretoria de seguridade. Entretanto, um detalhe super importante não foi mencionado. As tratativas sobre a possível utilização do superávit da Previ só avançarão se for cumprida a exigência do patrocinador que será a observância total dos termos da malfadada resolução 26. Em sendo assim eu gostaria que Você informasse se haveriam recursos suficientes na rubrica reserva especial para revisão do plano de benefícios que sustentariam a implementação da sua proposição. Ficaremos no aguardo de sua breve e oportuna manifestação.

    ResponderExcluir
  6. Cecília,
    até podemos aceitar este pequeno reajuste de 5%, DESDE QUE fosse em caráter permanente e o piso elevado para mil reais.

    ResponderExcluir
  7. Colega Cecília,
    Recebi um e-mail muito simpático do colega Ari Zanella comunicando a criação do seu blog em http://altogether.criarumblog.com. Ari é professor de inglês mas, tenho certeza, o espaço criado não foi somente “para inglês ver”. Brincadeiras à parte, temos a partir de agora mais um recanto onde será possível atualização e manifestação sobre os assuntos inerentes ao nosso “PB-1”.

    ResponderExcluir
  8. Oi Marco Antonio,

    A questão é que os cálculos feitos pela área de SEguridade da Previ são bem conservadores quando utilizam a prerrogativa de que o reajuste será vitalício. Dessa forma, o custo vai para as alturas. Eu acredito que é muito mais simples e bem melhor para os associados, um aumento maior por um prazo determinado, por exemplo, 5 anos, com um patamar mínimo que pode ser de R$ 1.000,00. Assim todos saem ganhando.

    ResponderExcluir
  9. Oi Jorge,

    REcursos têm, porém com a redução dos desenquadramentos, esses recursos diminuem bastante, mas mesmo assim ainda significativos para distribuir aos associados. O importante é não aplicar reajustes vitalícios, pois como disse anteriormente, o custo aumenta muito e não corresponderá às expectativas dos associados.

    ResponderExcluir
  10. Oi Antonia,

    Obrigada pela força. Pode deixar que não vou terminar com o nosso espaço de discussões, não. Eu posso não ter acesso às informações oficiais da Previ, porém tenho, como sempre tive, muita disposição para brigar pelos direitos daqueles que sempre me respeitaram e me apoiaram. E os nossos dirigentes eleitos têm OBRIGAÇÃO de nos dar informações atualizadas.

    ResponderExcluir
  11. Cecília,

    A sua idéia/proposta de 30% com mínimo de 1.000,00 é bastante interessante. Mas, o montante destinado a revisão do plano comporta estes valores? Tens algum cálculo para embasar a proposta? Ela leva em consideração a resolução 26 ou não? Gostaria de stas respostas para embasar a discussão com os colegas.

    Um abraço,

    Herminio
    Direst RN

    ResponderExcluir
  12. Cecília,

    A sua idéia/proposta de 30% com mínimo de 1.000,00 é bastante interessante. Mas, o montante destinado a revisão do plano comporta estes valores? Tens algum cálculo para embasar a proposta? Ela leva em consideração a resolução 26 ou não? Gostaria de stas respostas para embasar a discussão com os colegas.

    Um abraço,

    Herminio
    Direst RN

    ResponderExcluir
  13. Cecília,

    Propor 5%, por 2 anos, mínimo de 500,00, é zombar de nossa inteligência. Aqueles que não se aposentaram receberam centenas de milhares de reais. Houve até quem levasse quase 2 milhões! E a Previ nasceu,presume-se que seus estatutos valham, para amparar os APOSENTADOS, em primeiro plano.
    Ou nos devolvem o que já devolveram a quem tem menos direito ou, no mínimo, pensem em sua proposta de 30%, que, em conjunto com um ES mais elástico, pode realmente nos trazer um certo alívio.

    Paulo Motta.

    ResponderExcluir
  14. Oi Hermínio,

    Quando se calcula um percentual por um prazo determinado, com um mínimo estipulado, o custo diminui bastante. O que terá que ser avaliado é o percentual adequado e o prazo, porém é um cálculo simples, sem necessidade de cálculos atuariais que são bem complexos. É a quantidade de aposentados x o percentual x o número de anos, considerando o patamar mínimo.

    ResponderExcluir

Poste seu comentário