terça-feira, 13 de abril de 2010

BB briga pelo comando da Previ

Com patrimônio de R$ 140 bi, a Previ, fundo de pensão do BB, está na mira da cúpula do banco, que quer indicar o novo presidente entre um nome do PT e um do PMDB. Sérgio Rosa deve trocar o cargo pela campanha de Dilma. Uma briga bilionária Sucessão à presidência da Previ opõe grupo de Sérgio Rosa a Banco do Brasil A briga política pelo poder do maior fundo de pensão do país, a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil (BB), colocou em rota de colisão a atual gerência do fundo e a Instituição financeira federal. De um lado o presidente da Previ, o petista Sérgio Rosa, quer fazer como sucessor seu fiel escudeiro, o atual diretor de Participações, Joilson Rodrigues Ferreira. De outro, o BB trabalha para pôr no comando da entidade, cujo patrimônio é de cerca de R$ 140 bilhões, um de seus principais executivos.

Estão na lista para possíveis indicados os atuais vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Paulo Rogério Caffarelli e o vice-presidente de Crédito, Ricardo Flores. Com menos força, também aparece o nome do atual vice-presidente de Negócios Internacionais e Atacado, Allan Toledo.

0 novo presidente da Previ assumirá no inicio de junho e a sucessão já entrou em pauta pelo papel estratégico do fundo. Além de ter um patrimônio bilionário e ser sócio de diversas empresas impor tantes — como AmBev Embraer e Vale, o fundo é essencial dentro das políticas públicas e de negócios. É o caso, por exemplo, do leilão da usina de Belo Monte, do qual o fundo deve participar por meio da Neoenergia (onde é acionista, junto com o BB), que integra o consórcio liderado pela Andrade Gutierrez.

BB quer registrar ganhos da Previ

Pesam também no interesse do BB os ganhos que, pelo menos desde 2001, a Previ tem registrado. Para o BB, trata-se de uma vantagem contábil, já que reconhece em seu balanço esses ganhos desde então. Em 2009, por exemplo, foram R$ 3 bilhões em receitas que, apesar de não entrarem efetivamente no caixa, ajudam a melhorar o patrimônio do banco e, assim, ampliar sua capacidade de empréstimos.Mas isso não tem sido tão simples, porque os representantes dos funcionários do BB dentro da Previ não aceitam essa divisão. Para eles, os ganhos do fundo pertencem exclusivamente aos próprios bancários, não à estatal. O BB, por sua vez, entende que pode ficar com 50% desse superávit — mesma proporção que arcava quando havia déficit no fundo. Por isso, a Previ ainda não fechou seus cálculos e as conversas continuam.

Como fundo de pensão não é entidade lucrativa, periodicamente os bons resultados deveriam ser distribuídos entre patrocinador e participante, conforme determina a legislação. Segundo nterlocutores do governo, de olho no lucro da Previ, antes do fechamento do balanço do BB, executivos do banco procuraram a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) do Ministério da Previdência para entender melhor o processo de distribuição do lucro e como obter vantagem. Ter alguém do banco no fundo passou, então, a ser uma estratégia, disse uma fonte.

O BB lembra outra fonte, tem o poder de voto de minerva, já que Sérgio Rosa é um representante da instituição e teria a mesma posição, mas prefere a negociação. Quer evitar desgaste político e que a discussão seja levada à Justiça. Caffarelli e Flores, ambos funclonárlos de carreira do BB e cotados para suceder Rosa na Previ, são hoje dois dos dirigentes mais atuantes no banco, cuidando de áreas sensíveis na instituição. O primeiro surge com mais destaque para uma eventual ida ao fundo por ter a simpatia do PT, que "comanda" a Previ desde antes do inicio do governo Lula. O vice- presidente já esteve no fundo entre 1999 e 2000 na área de Finanças. Caffarelli cuida da reestruturação da área de seguros dentro do BB, que tem sido seu principal foco nos últimos meses. Essa tarefa, no entanto, já está quase concluída.

Já Flores, que também responde por uma área importante no banco, tem trânsito e bom relacionamento dentro do governo todo. O ponto que jogaria contra sua possível indicação à presidência da Previ é a proximidade com o PMDB, partido da base aliada do governo, mas que não tem muito espaço dentro do fundo de pensão.Dificilmente o PT abriria tanto as portas para outra legenda neste caso.

Eleições podem dificultar escolha

Na presidência da Previ há oito anos, Sérgio Rosa foi o responsável pela entrada do PT na entidade, ainda no fim do governo Fernando Henrique Cardoso, como diretor. Em 2003, com a vitória do presidente Lula, assumiu o comando do fundo. É um dos homens fortes do PT e tem trânsito livre no governo. Emplacar Ferreira na presidência é a justificativa para manter seu status. Rosa pode sair da Previ para integrar a campanha da ex-ministra Dilma Rousseff.

Bater o martelo sobre o nome do novo presidente da Previ também tem outro obstáculo: as eleições deste ano. Por não ter mandato definido, na troca de um presidente da República é usual o comandante do fundo também ser substituído.

Numa vitória da pré-candidata petista as chances de isso ocorrer são menores, na avaliação de fontes ouvidas pelo GLOBO. E como, tanto dentro do BB quanto da Previ, a avaliação é que o PT fará o seu segundo presidente da República, esse não seria um problema para convencer, eventualmente, um executivo do BB a seguir para a Previ.

Fonte: O Globo – 10/04/2010

3 comentários:

  1. Cecilia,
    Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Estamos num impasse. Se votarmos no PT continua tudo do mesmo jeito. Se votarmos no PSDB corremos o risco da privatização e sabe lá Deus como ficarão nossos recursos. É preciso muita calma e fazer a escolha certa de cabeça fria para depois não se arrepender.
    Mais uma vez voce está cumprindo o seu papel nos informando o que está acontecendo nos bastidores da PREVI. MUITO OBRIGADA E QUE DEUS TE ILUMINE NO TEU NOVO EMPREENDIMENTO.

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  2. Cara Cecília,

    É irritante esse conformismo dos participantes do Plano 1: “É... não vão dividir superávit nenhum, vamos ter que nos conformar em viver com a aposentadoria do INSS”. Parece que já morreram e se esqueceram de deitar!
    Arre! Pra que serve o judiciário, gente? O Banco já não meteu a mão no bolo? Não podemos e nem devemos ficar inertes! Se não conseguirmos reaver o nosso pedaço neste ano eleitoral, vocês vão ver o que nos vai restar.
    Cadê essas benditas entidades de classe? ANABB, AAFBB, FEDERAÇÃO DOS BANCÁRIOS, DOS APOSENTADOS, cadê esse todo, meu Deus, que só se lembra de nós em época de eleição? Que leseira!
    Cara Cecília, O QUE ESTÁ FALTANDO PARA ANABB INGRESSAR COM AÇÃO JUDICIAL PARA FORÇAR A UTILIZAÇÃO DO SUPERÁVIT? E de preferência com pedido de tutela antecipada ...
    Só vão acordar quando começarem a pipocar as ações individuais.
    O patrimônio da PREVI é dos participantes. Esse direito nasce da lei! Vamos nos movimentar, minha gente!

    Frances Britto

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  3. A POLITICA MAIS JUSTA PARA SER DISCUTIDA EM REGIME DE URGENCIA, URGENTÍSSIMA, É DE UMA VEZ POR TODAS ACABAR COM ESSA FAMIGERADA PP - PARCELA PREVI, E NOS DEVOLVER O QUE É DE DIREITO. ENTENDO QUE ESSA PP FOI INSTALADA DE UMA FORMA "PROVISÓRIA" E SE TORNOU PERMANENTE. E AGORA, VEM BENEFICIANDO SEU PATROCINADOR: O BB. JÁ PENSARAM NISSO, SENHORES DIRETORES, QUE, NA SUA GRANDE MAIORIA SÃO DO PT (PARTIDO DOS TRABALHADORES...pelo menos no tempo em que ingressei no partido era...)

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