quarta-feira, 3 de julho de 2013

O Despreparo Confirmado

Colegas,
O editorial do Jornal o Estado de São Paulo do dia 26.06 é muito interessante e vale a pena refletir sobre ele mesmo de pois de uma semana. Hoje, após ler os jornais, fiquei mais preocupada do que estava em relação ao que acontecerá à economia do país. As manifestações recentes deixaram claro que o povo está atento e que mecanismos de manipulação não funcionarão como o governo pretende.
Por exemplo, esta semana está em discussão o plebiscito para a reforma política. Por que a urgência para que seja aprovado em toque de caixa para valer a partir de 2014? O que está por traz de tudo isso é a intenção do PT aprovar o fim da reeleição e, dessa forma, em 2014, poderá ser candidato pelo PT, o salvador da pátria... Adivinhem quem?
Pois é, é tudo uma falta de sensibilidade e ética onde, mesmo com o grito da população, os governistas continuam cometendo os mesmos erros, achando que com as medidas assistencialistas vão conseguir comover a população. Isso não vai bastar, pois com os preços subindo sem parar, o povo começará a se revoltar. O aumento da demanda de consumo está diminuindo e os estoques estão cheios de produtos que não serão consumidos, acabando por diminuir a capacidade produtiva das empresas. Não precisa ser um economista para perceber que a situação está fugindo do controle do governo e o problema é que tudo isso vai repercutir no nosso fundo de pensão.
Quem achava que o "trem bala" tinha sido esquecido, ele está de volta com uma taxa de retorno um pouco melhor, porém sem nenhum investidor privado interessado. Para quem sobrará esse negócio? Adivinhem??? As empreiteiras entram para construir e os fundos de pensão das estatais entram para pagar a conta, que, com certeza, não será barata.


O despreparo confirmado
26 de junho de 2013 - Editorial - O Estado de S. Paulo

Custa crer que a presidente Dilma Rousseff tenha falado sério quando propôs um "plebiscito popular" - existe outro? - para a convocação de uma Assembleia Constituinte, sem a participação dos atuais legisladores, com a incumbência exclusiva de fazer a reforma política.
Essa foi a principal enormidade que apresentou na reunião de emergência da segunda-feira com os 27 governadores e 26 prefeitos de capitais, convocada para a presidente mostrar serviço à rua.
Ela também pediu pactos nacionais para, entre outras coisas, tipificar a "corrupção dolosa" - existe outra? - como crime hediondo e pela responsabilidade fiscal para conter a inflação.
Eis um faz de conta: ninguém contribuiu tanto para desmoralizar esse princípio do que o atual governo com a "contabilidade criativa" a que recorre para tapar os seus desmandos fiscais.
A ideia da Constituinte exclusiva - que teria sido soprada para a presidente pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador do Ceará, Cid Gomes - foi defendida pelo então presidente Lula na campanha re-eleitoral de 2006, para exorcizar o mensalão denunciado no ano anterior.

É um delírio político e jurídico.
Chegue como chegar a respectiva proposta ao Legislativo, são remotas as chances de ser aprovada.
É mais fácil Dilma se transformar da noite para o dia numa chefe de governo afável, pronta a ouvir e a respeitar os seus subordinados do que os congressistas entregarem de mão beijada a terceiras pessoas a atribuição, esta sim de sua alçada exclusiva, de aprovar mudanças na legislação eleitoral e partidária.
E, raciocinando por absurdo, se o fizerem, a lei que vier a ser sancionada pela presidente deverá ser abatida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Plebiscitos e referendos o Congresso tem a prerrogativa de convocar - desde que os seus propósitos não colidam com a Constituição.
O conceito de Constituinte exclusiva simplesmente inexiste na Carta de 1988. Uma assembleia do gênero não poderia ter o seu âmbito circunscrito de antemão.
Nomeado por Dilma, o novo ministro do STF, Luís Roberto Barroso, que toma posse hoje, escreveu em 2010 que "ninguém pode convocar um Poder Constituinte e estabelecer previamente a (sua) agenda".
De resto, "não há absolutamente nada" na Constituição que impeça a reforma política.
No mínimo, portanto, a Constituinte dilmista é uma falsa solução para um problema verdadeiro - a crônica relutância dos políticos em mexer nas regras sob as quais fizeram carreiras.
O debate sobre o assunto data de 1993.
Mas só na legislatura iniciada 10 anos depois a questão avançou.
Uma comissão especial aprovou, com o endosso do PT, a proposta de seu relator, deputado Ronaldo Caiado, do então PFL, pelo financiamento público exclusivo das campanhas e o voto em listas fechadas para deputados e vereadores.
A proposta, afinal, não vingou.
Hoje, o que se tem é o projeto do deputado Henrique Fontana, do PT gaúcho.
O texto conserva o financiamento público e o voto em lista, porém "flexível" em vez de fechada.
O que tem de melhor é a extinção das coligações partidárias em eleições proporcionais, o que permite aos partidos nanicos vender aos maiores o seu tempo no horário de propaganda em troca de vagas na chapa comum.
O ponto é que a reforma política não é um antídoto contra a corrupção.
Aplica-se, a respeito, o comentário do criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira sobre o segundo desatino da presidente - o de querer enquadrar a corrupção como crime hediondo.
"A lei penal não inibe a prática de qualquer crime, especialmente de corrupção", observa Mariz.
"Acabar com a corrupção ou reduzi-la depende de mudança ética. Depende da classe política e da própria sociedade".
O pretendido enquadramento, para ele, é "medida demagógica, sem nenhum alcance prático".
A verdade, ao fim e ao cabo, é que seria ingênuo esperar de Dilma que tivesse chamado governadores e prefeitos para uma conversa objetiva e consequente - em vez de brindá-los com "qualquer nota".
Pouco antes, Dilma havia recebido os líderes do MPL, que pregam o transporte gratuito.
À saída, uma deles, Mayara Vivian, foi ao nervo do problema.
"A Presidência" resumiu: "é completamente despreparada."
 

9 comentários:

  1. FUNDAMENTOS DE ECONOMIA TUPINIQUIM V

    Prezada Cecília, nossa anfitriã, e colegas,

    O Governo deseja debelar o açodamento da inflação (consequência dos fatores expendidos nos artigos anteriores), com a medida de praxe: aumento da SELIC. Sabiam os colegas que o aumento da SELIC aumenta os gastos do Pais com os juros da divida publica? Que esse incremento nos gastos correntes demanda o correspondente aumento de arrecadação? Por outro lado, o aumento dos juros encarece os custos de produção, que são repassados ao consumidor final. Dai, que a pretexto de combater a inflação, o que se obtém e uma elevação de impostos, diminuição da produção e alta de preços, ao mesmo tempo que vastos recursos financeiros tem que ser redirecionados a remuneração dos títulos da divida. Claro que, a partir do enxugamento do meio circulante (menos dinheiro na economia), a repressão da demanda acaba estancando a inflação, mas não sem antes repassar aos consumidores (o povo assalariado) o custo decorrente do aumento da SELIC.
    Resumindo: o aumento da SELIC, somado a desvalorização cambial encarece os custos de produção das empresas. Essa elevação de custos e repassada aos consumidores, sem a correspondente recomposição salarial. Resultado: empobrecimento dos trabalhadores assalariados. Menos consumo, menos pressão sobre os preços, menos inflação. Certo? Errado! Há efetivamente uma desaceleração no ritmo inflacionário, mas ao custo intrínseco de perda de poder aquisitivo.
    Se o combate a inflação objetiva, como se alardeia incessantemente, preservar o poder aquisitivo da população, mas, como retro explicado, surte, como corolário das medidas adotadas, o empobrecimento geral, então temos claramente um engodo.
    A cada vez que o BC eleva a SELIC, o trabalhador assalariado arca com a perda de valor de seu salário. Para agravar, essas perdas acumuladas só sao repostas parcialmente após um ano (na data base de cada categoria), sob a justificativa de que um reajuste mais freqüente (mais justo) desencadeia a espiral inflacionaria.
    Toda a conta decorrente do receituário exclusivo convencionalmente utilizado no combate inflacionário recai sobre os trabalhadores assalariados. Ora, aumento de preços ou redução do poder aquisitivo se eqüivalem no efeito pratico. População com salários defasados sofre a mesma perda de qualidade de vida, com preços estabilizados a posteriori, que salários corrigidos com repasse aos preços no dia seguinte (como e consagrado na pratica econômica brasileira).
    Alterar a percepção distorcida, decorrente de décadas da divulgação incessante de raciocínios enganosos, pode ser bastante difícil. Sucessivos governos tem doutrinado a mente do povo deste Pais através da repetição incessante e exaustiva na mídia de que reajuste de salários alimenta a inflação. Esse e o engodo mais perverso que já foi engendrado visando a concentração de riqueza pelos donos do capital.
    Após um período de redução inflacionaria, obtida pelo recalque dos salários (esgotada a margem obtida pelo repasse dos custos), o fenômeno retoma seu fluxo e tudo se repete, com novas perdas salariais sendo impostas aos trabalhadores, num ciclo sem fim.
    Desculpem-me a extensão desse artigo, o assunto e complexo e demanda uma exposição mais minuciosa. Espero ter contribuído para um melhor entendimento.

    Atenciosamente

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  2. Soma-se a tudo isso a ação infame do Presidente da Câmara Federal, Deputado Henrique Alves, que utilizou aeronave da FAB em deslocamento de NATAL/RIO/NATAL para, juntamente com a família e amigos, participar da final da Copa das Confederações. Pressionado pela mídia alega que ressarciu o Tesouro Nacional no valor correspondente ao custo cobrado pelas aéreas comerciais, mas somente dos companheiros de viagem. Ele mesmo, por não ter agenda oficial, não poderia ter-se servido desse meio de transporte. Pediu desculpas alegando equívoco, mas na verdade trata-se de malfeito, ação anti-ética, praticada justamente por quem deveria dar o exemplo. Realmente as vozes das ruas ainda não chegaram no interior da Câmara Federal. Questiono se não caberia representação à Comissão de Ética por quebra de decoro parlamentar.

    Luiz Faraco

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  3. Aos que andam espalhando a inverdade do sumiço do LULA, informo que acabo de vê-lo na TV ao lado do Bob Esponja

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  4. Prezados aposentados e pensionistas do Plano 1,

    Convido a todos para realizarmos uma reunião na porta da Previ na próxima segunda-feira às 10 horas, com objetivo de organizarmos nossa manifestação. Caso entendam que a data não seja a melhor, aguardaremos outra proposta. Lembrando que esta reunião é apenas para traçarmos as estratégias de atuação. Chega de esperar que associações façam o que delas esperamos.

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  5. Retirado do site da colega Leopoldina


    "Colegas aposentados e pensionistas do Plano de Benefício 1,

    Convido a todos que compareçam na próxima segunda-feira às 10 horas na porta da Previ para organizarmos nossa manifestação. Caso seja consenso que a data não é a melhor, aguardaremos sugestões. Lembrando que esta primeira reunião tem apenas como objetivo criação de estratégias de atuação do nosso movimento. Assim como o sucesso das manifestações pacíficas ocorridas em todo Brasil se deu pela ausência de lideranças, confiamos que nossos objetivos nortearão nossas ações"

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  6. Caro Carlos,

    Seu comentário foi longo, mas muito relevante e muito bem colocado. Realmente estamos vivendo um momento muito complicado. A inflação está corroendo os salários, não a inflação divulgada pelo Governo, que é totalmente manipulada, mas sim a que nos acompanha quando vamos comprar remédios ou quando vamos ao supermercado.
    Quem achou que a antecipação do reajuste dos benefícios para janeiro foi um "presente", só se foi presente de grego, pois os benefícios serão corroídos até o próximo reajuste em janeiro.

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  7. Caro Luiz Faraco,
    É uma vergonha! O pior é que as pessoas não estão percebendo que o povo está cansado de tanta corrupção e tanta roubalheira. Eles não aprendem. Este é um momento para deixar de lado a arrogância, assumir os erros e tratar de minimizar suas consequências, mas não, eles insistem nos mesmos erros.

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  8. Caros colegas,
    Se houver a reunião na porta da Previ, podem contar com a minha presença, porém não seria o caso, se essa reunião for apenas para traçar a estratégia, de nos reunirmos em outro local?

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  9. Os anônimos que convocam essa reunião na porta da Previ como serão identificados? Portarão uma placa "anônimo" sou eu?

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