Caros Colegas,
Em primeiro lugar gostaria de me desculpar pela minha ausência nessas duas últimas semanas, porém
tive alguns problemas de saúde
somados a um grande número
de desafios pela frente na área em que atuo. Agora estou bem melhor e pronta para discutirmos os pontos que estão borbulhando neste
cenário de
grande turbulência.
Esta semana também
participei de uma reunião
com o grupo de dirigentes que foram eleitos recentemente para as fundações, que tem o
mesmo perfil, ou seja, não têm ligação com
grupos ou partidos políticos,
focando mais o caráter
técnico. Nesse encontro foram compartilhadas as agonias de cada fundação. O Postalis
merece o maior destaque, pois o déficit
acumulado do plano é maior
do que o seu patrimônio.
O plano tem um patrimônio
de R$ 5 bilhões
e o déficit é de 110% desse
valor, ou seja, um déficit de R$ 5,5 bilhões. O plano foi saldado em 2008, o que significou que a partir de 2008 nem
os participantes nem o patrocinador pagavam contribuições. O absurdo dessa história é que o primeiro déficit foi em 2010,
depois do plano saldado, o que é
um absurdo, considerando que um plano para estar saldado deveria ter sua
alocação mais
conservadora e sem grandes mudanças
na forma de investimento. Eles - os indicados dos Correios - extrapolaram todas
as regras de ética e do bom senso e
investiram em verdadeiros "micos", como os títulos podres da Venezuela e Argentina
e outras dezenas de ativos que foram para o lixo, causando um enorme prejuízo aos milhares de pessoas, que terão que voltar a contribuir com 26%, ou seja terão uma redução no benefício, que já não é muito.
Outra fundação
que merece destaque é
a Petros. Há 11
anos que os eleitos do Conselho Fiscal não
aprovam as contas e em 2013 todos os conselheiros fiscais rejeitaram as contas. E não aconteceu
absolutamente nada.
Este é
o ponto que quero destacar - não
aconteceu nada - Onde estava o órgão regulador, criado
e mantido pelas contribuições
dos fundos de pensão?
A TAFIC, taxa criada para manter o órgão, é uma taxa obrigatória, que é calculada de
acordo com o patrimônio
do fundo. A Previ é a
fundação que
paga a maior taxa - R$ 7 milhões em 2014. Era para a Previc, órgão fiscalizador e
regulador do sistema ter uma gestão
mais eficiente e proativa para que não
aconteça o que
estamos vendo com as principais entidades.
Apesar da Previ configurar uma situação bem diferente que essas entidades - fechamos 2014, ano muito difícil, com superávit acumulado, mesmo com uma alocação agressiva em
renda variável
no Plano 1 em um ano que a Bolsa quase evaporou, principalmente o ativo Petrobras. O Plano 1 é um dos planos
brasileiros mais agressivos em investimento em renda variável, principalmente pelo seu perfil de plano fechado e maduro - nós temos grandes
pendências com
o órgão regulador, a
primeira delas, campeã
em audiência,
é a questão do teto para cálculo de benefício, que foi
aprovado em todas as instâncias
em 2010 e, no momento de implantar, o patrocinador voltou atrás. O órgão regulador criou
um TAC "termo de ajustamento de conduta", que está no colo do Banco
até hoje.
Segundo informações,
está em alguma
gaveta de algum Ministério.
A questão é que esse TAC tinha
como prazo 30 dias e já
se passou mais de um ano. E o que fez o órgão regulador? Enviou
uma penca de ofícios
cobrando o teto e o TAC, pois o TAC não
impede a criação
do "teto", ou melhor a implantação,
já que teto
está aprovado.

É bom lembrar que, no nosso caso, houve a suspensão do BET (benefício especial temporário) e o retorno das contribuições em 2014, em função da redução do superávit abaixo dos 25% da reserva de contingência. O patrocinador recebeu os mesmos valores repassados aos associados em um fundo criado que só pode ser utilizado para dívidas previdenciais. Os valores referentes às atuais contribuições do patrocinador são debitados desse fundo, logo o Banco está deixando de desembolsar esses valores.
É bom lembrar que, no nosso caso, houve a suspensão do BET (benefício especial temporário) e o retorno das contribuições em 2014, em função da redução do superávit abaixo dos 25% da reserva de contingência. O patrocinador recebeu os mesmos valores repassados aos associados em um fundo criado que só pode ser utilizado para dívidas previdenciais. Os valores referentes às atuais contribuições do patrocinador são debitados desse fundo, logo o Banco está deixando de desembolsar esses valores.
Se não
temos recursos para melhorar benefícios,
já que o ano
de 2014 foi deficitário
e o que nos salvou foi o superávit
acumulado, é hora
de avançarmos
em medidas que não
necessitam de recursos, como o teto, o fim do voto de minerva e o retorno da
consulta ao corpo social. Questões
que só dependem
de vontade política.
Bem, colegas, estou à disposição para iniciarmos nossas discussões e, lembrando, que apenas os colegas do nosso grupo, que fazem parte da gestão, têm a coragem de ter espaços de discussão onde os associados são ouvidos. As críticas serão sempre bem-vindas quando forem construtivas, porém quando forem oportunistas ou destrutivas, não merecerão destaque. O nosso intuito é agregar, é defender os colegas e respeitamos todas as opiniões diferentes. Isso é que faz a diferença. O ideal é que todos os dirigentes eleitos tivessem canais como os que nós temos, onde damos a oportunidade para todos os colegas falarem e compartilharem suas críticas, sugestões e dúvidas.