quinta-feira, 9 de maio de 2013

O fantasma da inflação...

Caros colegas,

É... o fantasma da inflação anda assustando muita gente, inclusive eu estou muito apreensiva com o que tenho lido de bons economistas.

Vamos começar falando do índice IPCA, calculado pelo IBGE, tendo como fonte os índices de preços ao consumidor e a população-alvo abrange as famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos. Os itens que têm mais peso no cálculo são: alimentação e bebidas (23%); transportes (20%); habitação (15%) e saúde e cuidados pessoais (11%). Este é o índice que geralmente os economistas utilizam para fazer as análises de mercado.
Já o INPC, índice responsável pelo reajuste dos nossos benefícios, bem como dos benefícios do INSS, tem como população-alvo as famílias com rendimentos mensais entre 1 e 5 salários mínimos. Os itens que têm mais peso no cálculo são: alimentação e bebidas (28%); transportes (17%); habitação (17%); saúde e cuidados pessoais (10%). Este índice foi criado com o objetivo de orientar os reajustes dos trabalhadores.

No mês de abril, o IPCA deu um susto nos analistas e também em todos os trabalhadores, pois o grande impacto foi o aumento do preço de alimentos e remédios. No mês de abril, os preços, em média, subiram mais do que em março. A inflação oficial ficou dentro da margem de tolerância do governo, mas superou as previsões dos economistas. E deixou muita gente preocupada.

Não é novidade para nós, simples mortais, que estamos sentido isso na veia (e no bolso também), pois os preços estão começando a sair do controle. O índice de abril ficou em 0,55%, acima do registrado em março que foi 0,47%. Isso assustou os analistas e irritou muita gente em função das declarações do Ministro Mantega de que tudo está sob controle.
Depois de ter perdido a chance de controlar a inflação em 2013, o Banco Central está alerta para o risco de alta dos preços no ano que vem. É o que indica a ata da reunião em que os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiram elevar a taxa básica de juros a 7,5% ao ano, em abril. O documento mostra que a decisão de elevar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual tem como objetivo neutralizar os riscos de alta da inflação, principalmente em 2014. Segundo as projeções do Copom, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode se distanciar ainda mais da meta no ano que vem.

O Copom também avalia que “o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços, entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência e ensejam uma resposta da política monetária”. Diante disso e da perspectiva de um cenário externo nebuloso, o BC ainda pondera que é necessário cautela. “O Comitê pondera que incertezas internas e, principalmente, externas cercam o cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja administrada com cautela”.
A revista britância “The Economist” do mês de abril, publicou reportagem onde critica o Banco Central (BC), por ter agido tarde para controlar a inflação. Com o título “Atrás da curva”, a reportagem diz que o BC “age tardiamente para trazer os preços de volta ao controle”. “Um banco central sabe que perdeu o controle das expectativas de inflação quando o aumento de preços vira motivo de piada. No Brasil, as piadas foram com o tomate, que ficou muito caro após inundações, secas e o aumento nos custos do frete”, diz o texto.
“Mas os números publicados em 10 de abril (IPCA) mostram que o problema da inflação vai muito além da salada”, de acordo com a matéria. O IPCA encerrou março com alta de 6,59% em 12 meses, acima da meta do governo, de 6,5% – e mais de dois terços dos preços consultados para o cálculo da inflação subiram em março. E em abril a história se repetiu.
Também o FMI (Fundo Monetário Internacional), apresentou comentários sobre a economia no Brasil. Considera que a inflação no Brasil tem aumentado desde meados de 2012, “refletindo o forte crescimento dos salários, restrições de capacidade em alguns setores e a desvalorização da moeda”.

Essas observações tiradas de várias fontes demonstram que existe “esse fantasma” assombrando por aí, porém o Governo e seus militantes continuam afirmando que tudo está sob controle. A questão é que em 2014 é um ano eleitoral e esse fantasma pode atrapalhar, e muito, as pretensões do PT em se perpetuar no poder.
Como controlar e afastar esse fantasma serão os grandes desafios deste governo, porém sem fazer as reformas necessárias, será muito difícil; sem cortar os gastos públicos, será mais difícil ainda. Ao invés de cortar os gastos públicos, o governo, cada vez mais, aumenta criando puxadinhos em sua gestão.

E esse aumento da inflação também vai afetar os aposentados e pensionistas da Previ, pois com a antecipação do reajuste dos benefícios para janeiro, teremos um reajuste este mês de 3.86% e apenas em 2014, haverá a incidência do índice cheio. Se houver um aumento significativo da inflação, os benefícios poderão ficar defasados nesse período.
Outro ponto que é preciso observar é que em 2013, com o cenário que está se apresentando – bolsa de valores em ponto morto, aumento da inflação provocando um possível aumento das taxas de juros - dificultará a estratégia da gestão atual da Previ em criar artimanhas para fechar o ano com superávit. Em 2012, eles conseguiram aumentar o valor econômico da Vale, em função de que o valor contabilizado era bem conservador. Este ano não haverá essa possibilidade. A troca dos títulos de renda fixa que ajudaram muito a construir o pequeno superávit de 2012, terá um volume menor que não conseguirá cobrir o rombo. Outro ponto importante, é que a taxa atuarial terá que ser ajustada à legislação e isso custa “recursos”, que não são poucos, pois essa alteração aumenta substancialmente as nossas reservas matemáticas.

Enfim, a única saída será reduzir os valores da reserva de contingência para 15% para fazer a conta de chegada. Por isso a campanha...
Imaginem a Previ, em pleno ano eleitoral, fechar deficitária????

12 comentários:

  1. Cláudio Roberto Almeida9 de maio de 2013 às 14:41


    Cecília,

    Há muitos anos, Suplicy levou um caminhãozinho de madeira e de brinquedo no Senado, cheio de tomates, e em seu discurso no púlpito fez cair os tomates supostamente na cidade do Rio de Janeiro, retoricamente.

    Suplicy, PT, então oposição, criticava o ministro da fazenda, Delfim, por manipular a inflação, que era medida no Rio de Janeiro. Delfim aumentava a oferta de tomate para fazer o preço cair.

    Era verdade.

    A inflação sempre foi manipulada. Os índices são apenas uma referência.

    2014, ano eleitoral, quando o governo abre a caixinha de bondades, vai ter inflação baixa, superávit na Previ (reserva de contingência em 15%), lucro nas Estatais, e mais e mais. Novos poços de petróleo no pré-sal.

    Que tal desonerar os salários baixando o imposto de renda?
    Fica a sugestão. Essa medida por certo aumentaria o consumo.

    Abraços

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  2. A continuar a inflação seguindo seu caminho natural(puxadinhos e gastos sem controle), a taxa de juros do governo -SELIC- tem a tendencia também natural de voltar ao seu destino-dois dígitos-.
    Então a taxa atuarial ficaria como está em 5/5,5%.
    A redução da inflação, da Selic e da taxa atuarial fica no "sonho".
    Reduzir de 25% para 15% é preciso ser muito bem analisado.

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  3. Caro Claudio,
    Não é porque sempre foi manipulada a inflação que eu vou concordar com isso. Seja qualquer governo que faça isso, eu vou criticar. Aliás, o PT, quando oposição, sempre foi um crítico ferrenho da manipulação de índices e da inflação. Infelizmente, pela ganância do poder absoluto, esqueceu sua ideologia e ficou até pior do que FHC. Como eu disse, INFELIZMENTE.
    O que eu espero, sinceramente, é que haja uma outra opção, excluindo PT e PSDB, pois a alternância de poder é muito boa para a democracia. É a minha opinião.

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  4. Pois é, colega anônimo das 18:21h,eu concordo contigo. É preciso muito cuidado nessas análises da redução da reserva de contingência. Principalmente, em um momento em que há muito patrocinador querendo retirar o patrocínio. Essa medida pode dar um resultado positivo no primeiro momento, mas pode ser um tiro no pé no futuro. Como dizia minha avó, "cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém".

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  5. A retirada de patrocínio nos moldes do projeto submetido a consulta no ano passado, em face dos inúmeros questionamentos, tornou-se politicamente inviável para o governo, pelo menos até o pleito eleitoral/2014. Assim, optaram por dar prosseguimento nas estratégias que até então já vinham sendo implementadas, que, na prática, se traduzem em retirada de patrocínio com a polêmica reversão de valores camuflada (suspensão das contribuições, 50% superávit,BB não efetuando os repassses oriundos de acordos BB/PREVI, etc.).
    Desta feita, garfarão 50% via redução da Reserva de Contingência. Quando acordarmos, Inês já estará morta.

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  6. A Resolução de retirada de patrocínio será assinada na próxima segunda-feira....

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  7. Prezada Cecília,

    Depois de ler a notícia sobre a inflação e seus ¨mascaramentos técnicos¨, ainda temos a PREVI nos empulhando com um reajuste de benefícios pelo menor índice ao invés de atualizá-lo pelo seu pico. Deve ser a contribuição dos velhinhos para encher as burras do BB pois certamente o superávit irá aumentar ainda mais com menos desembolso para pagamento dos compromissos da PREVI com os associados. E,ninguém grita...!!!
    Obrigado.

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  8. Esta noite eu tive um sonho. Sonhei que o BB tinha retirado o patrocínio de nosso plano e com isto automaticamente o Governo Federal teria perdido a ingerência nos negócios da PREVI.
    Sonhei que todos os conselheiros e dirigentes da PREVI passaram a ser eleitos somente por nos, com participação em larga escala dos aposentados e pensionistas.
    Sonhei que tínhamos contratado um grupo de executivos de alto gabarito, sob condição de risco, para obter de nosso patrimônio a melhor rentabilidade (não digo a máxima).
    Sonhei que as reservas continuaram em 25% por pelo menos mais dez anos, assegurando com isto maior segurança à curva dos pagamentos a efetuar.
    Sonhei, enfim, que tínhamos voltado a ser donos de nosso próprio patrimônio.
    Sonhei tanto que meu próprio sonho não coube nele...

    Anonimo ou seria Dom Quixote de La Mancha?

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  9. Olha o blog do Medeiros de novo com problemas para acessar.

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  10. Caro colega anônimo das 14:46h,
    Vamos ver qual será o texto final dessa resolução que regulamentará a retirada de patrocínio que será aprovada.

    Caro colega Dom Quixote de La Mancha?
    Isso é que eu chamo de sonho... O problema é acordar e constatar que estamos tão longe desse sonho, pois caso o banco retirasse o patrocínio, a gestão seria todinha dos sindicatos... Não é isso que está acontecendo hoje???

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  11. Certo, Sra. Cecilia, mas Dom Quixote referiu-se especificamente a executivos de alto gabarito, sob contrato de risco, o que, no meu entendimento, excluiria os sindicatos oportunistas.

    Anonimo, secundando Dom Quixote.

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  12. Caro colega "Unknown",
    É bem difícil excluir alguém nesse processo, mas o sonho é seu e o que eu estou fazendo tentando entender o seu sonho... :-)

    "Sonho que se sonha só,
    É só um sonho que se sonha só,
    Mas sonho que se sonha junto
    É realidade..." (Raul Seixas).

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