Caros colegas,
É... o fantasma da inflação anda assustando muita gente, inclusive eu estou muito apreensiva com o que tenho lido de bons economistas.
Vamos começar falando do índice IPCA, calculado pelo IBGE,
tendo como fonte os índices de preços ao consumidor e a população-alvo abrange
as famílias com rendimentos mensais entre 1 e 40 salários mínimos. Os itens que
têm mais peso no cálculo são: alimentação e bebidas (23%); transportes (20%);
habitação (15%) e saúde e cuidados pessoais (11%). Este é o índice que
geralmente os economistas utilizam para fazer as análises de mercado.
Já o INPC, índice responsável pelo reajuste dos nossos
benefícios, bem como dos benefícios do INSS, tem como população-alvo as
famílias com rendimentos mensais entre 1 e 5 salários mínimos. Os itens que têm
mais peso no cálculo são: alimentação e bebidas (28%); transportes (17%);
habitação (17%); saúde e cuidados pessoais (10%). Este índice foi criado com o
objetivo de orientar os reajustes dos trabalhadores.
No mês de abril, o IPCA deu um susto nos analistas e também
em todos os trabalhadores, pois o grande impacto foi o aumento do preço de
alimentos e remédios. No mês de abril, os preços, em média, subiram mais do que
em março. A inflação oficial ficou dentro da margem de tolerância do governo,
mas superou as previsões dos economistas. E deixou muita gente preocupada.
Não é novidade para nós, simples mortais, que estamos
sentido isso na veia (e no bolso também), pois os preços estão começando a sair
do controle. O índice de abril ficou em 0,55%, acima do registrado em março que
foi 0,47%. Isso assustou os analistas e irritou muita gente em função das declarações
do Ministro Mantega de que tudo está sob controle.
Depois de ter
perdido a chance de controlar a inflação em 2013, o Banco Central está alerta
para o risco de alta dos preços no ano que vem. É o que indica a ata da reunião
em que os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiram
elevar a taxa básica de juros a 7,5% ao ano, em abril. O documento mostra que a
decisão de elevar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual tem como objetivo
neutralizar os riscos de alta da inflação, principalmente em 2014. Segundo as
projeções do Copom, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode se
distanciar ainda mais da meta no ano que vem.
O Copom também
avalia que “o nível elevado da inflação e a dispersão de aumentos de preços,
entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência e
ensejam uma resposta da política monetária”. Diante disso e da perspectiva de
um cenário externo nebuloso, o BC ainda pondera que é necessário cautela. “O
Comitê pondera que incertezas internas e, principalmente, externas cercam o
cenário prospectivo para a inflação e recomendam que a política monetária seja
administrada com cautela”.
A revista
britância “The Economist” do mês de abril, publicou reportagem onde critica o
Banco Central (BC), por ter agido tarde para controlar a inflação. Com o título
“Atrás da curva”, a reportagem diz que o BC “age tardiamente para trazer os
preços de volta ao controle”. “Um banco central sabe que perdeu o controle das
expectativas de inflação quando o aumento de preços vira motivo de piada. No
Brasil, as piadas foram com o tomate, que ficou muito caro após inundações,
secas e o aumento nos custos do frete”, diz o texto.
“Mas os números
publicados em 10 de abril (IPCA) mostram que o problema da inflação vai muito
além da salada”, de acordo com a matéria. O IPCA encerrou março com alta de
6,59% em 12 meses, acima da meta do governo, de 6,5% – e mais de dois terços
dos preços consultados para o cálculo da inflação subiram em março. E em abril
a história se repetiu.
Também o FMI (Fundo Monetário Internacional), apresentou
comentários sobre a economia no Brasil. Considera que a inflação no Brasil tem
aumentado desde meados de 2012, “refletindo o forte crescimento dos salários,
restrições de capacidade em alguns setores e a desvalorização da moeda”.
Essas observações tiradas de várias fontes demonstram que
existe “esse fantasma” assombrando por aí, porém o Governo e seus militantes
continuam afirmando que tudo está sob controle. A questão é que em 2014 é um
ano eleitoral e esse fantasma pode atrapalhar, e muito, as pretensões do PT em
se perpetuar no poder.
Como controlar e afastar esse fantasma serão os grandes
desafios deste governo, porém sem fazer as reformas necessárias, será muito
difícil; sem cortar os gastos públicos, será mais difícil ainda. Ao invés de
cortar os gastos públicos, o governo, cada vez mais, aumenta criando puxadinhos
em sua gestão.
E esse aumento da inflação também vai afetar os aposentados
e pensionistas da Previ, pois com a antecipação do reajuste dos benefícios para
janeiro, teremos um reajuste este mês de 3.86% e apenas em 2014, haverá a incidência
do índice cheio. Se houver um aumento significativo da inflação, os benefícios poderão
ficar defasados nesse período.
Outro ponto que é preciso observar é que em 2013, com o
cenário que está se apresentando – bolsa de valores em ponto morto, aumento da
inflação provocando um possível aumento das taxas de juros - dificultará a
estratégia da gestão atual da Previ em criar artimanhas para fechar o ano com
superávit. Em 2012, eles conseguiram aumentar o valor econômico da Vale, em
função de que o valor contabilizado era bem conservador. Este ano não haverá
essa possibilidade. A troca dos títulos de renda fixa que ajudaram muito a
construir o pequeno superávit de 2012, terá um volume menor que não conseguirá
cobrir o rombo. Outro ponto importante, é que a taxa atuarial terá que ser
ajustada à legislação e isso custa “recursos”, que não são poucos, pois essa
alteração aumenta substancialmente as nossas reservas matemáticas.
Enfim, a única saída será reduzir os valores da reserva de
contingência para 15% para fazer a conta de chegada. Por isso a campanha...
Imaginem a Previ, em pleno ano eleitoral, fechar
deficitária????