quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Para conhecer e refletir

Alguns colegas, ao ler essa matéria, poderão pensar que não é do interesse deles, porém sempre é bom aprendermos com as más experiências dos outros, principalmente quando pensamos no nosso Judiciário. Acredito que serve de exemplo o que aconteceu com o Fundo Aerus.

Aerus: Trabalhadores da Varig nada têm para comemorar
Alguém poderia explicar por que o Supremo demora tanto a julgar o processo da Varig? Claro que não. É apenas má vontade.
Infelizmente, em mais um Sete de Setembro, os trabalhadores da Varig nada têm para comemorar. A nossa independência há muito deixou de existir e com isso foi embora pelo ralo a nossa alegria de viver e a nossa dignidade.
Já faz mais de cinco anos que todos os trabalhadores da Varig e suas famílias passam por difíceis situações. Sem planos de saúde para os mais velhos, falta de dinheiro para comprar remédios, numa insegurança total, não há nada para se comemorar neste dia tão importante.
Como podemos nos regozijar pelo Sete de Setembro, se não temos independência alguma? Estamos colocados há mais de cinco anos em segundo plano, para não dizer em planos inferiores. O que fizeram com a Varig e conosco (seus trabalhadores e respectivas famílias) foi um crime de lesa pátria.
Mas os senhores e senhoras que ocupam o poder desde 2003 nada fazem para reverter este quadro triste e grave. Não importa para eles, se milhares de pessoas estão passando privações e se essas pessoas foram trabalhadores de uma das maiores empresas que este País já teve. Trabalhadores que levaram o nome do Brasil e a bandeira brasileira aos quatro cantos do país e aos quatro cantos do mundo pelas asas da Varig, uma grande empresa brasileira que muito contribuiu para o engrandecimento do País em seus 79 anos de existência. Um verdadeiro símbolo brasileiro.
Mas os senhores e senhoras do poder atual, no entanto vivem dizendo que nunca na História deste país houve tanta justiça social e bem-estar para a população brasileira. Conversa para boi dormir. Muita propaganda e somente propaganda.
Não há respeito sequer, por parte das autoridades deste País, pelo Estatuto do Idoso, pois a grande maioria dos trabalhadores da Varig estão na chamada terceira idade. Não há o mínimo respeito por este estatuto que foi promulgado pelo governo do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva e determina que os processos dos idosos têm prioridade absoluta. Grande ironia, não acham?
O judiciário brasileiro, através do Supremo, continua a retardar um julgamento importante que poderá ajudar a todos os trabalhadores da Varig. Muitos pedidos são feitos aos ministros do STF por alguns parlamentares brasileiros, mas continua tudo em compasso de espera. Algumas autoridades também se dizem sensibilizadas com o terrível drama por que passam os milhares de trabalhadores da Varig e suas famílias. Muita sensibilidade, muito conversa de apoio e solidariedade, mas essas importantes autoridades só ficam nisso e ponto final.
Só há independência de um país quando o povo é soberano. Quando existe justiça social que não beneficie apenas parte da população brasileira. O que adianta resolver o problema de uma parte da população brasileira (é justo que se beneficiem aqueles mais necessitados, não resta a menor dúvida) se há outros brasileiros passando por extrema dificuldade? É este o legado que este governo, que se diz dos trabalhadores, está deixando para o País e para as próximas gerações?
Um governo que não respeita decisões judiciais e que não as cumpre, não merece crédito. Uma Justiça que retarda julgamentos por entraves e mais entraves, muitos colocados pelo governo atual, não merece a nossa consideração, por mais digna que seja.
Que Justiça é esta, tão apregoada por exmos. magistrados, que demora a julgar processos já ganhos em todas as demais instâncias, mas que continuam sem solução na corte mais alta, o Supremo Tribunal Federal?
É este o legado que os exmos. magistrados estão deixando para as próximas gerações também? É preciso que mais trabalhadores da Varig venham a falecer sem terem seus direitos de volta nem para as respectivas famílias? Por que essa tragédia silenciosa continua sem solução? Quem ganha com isso? (José Paulo de Resende - Tribuna da Imprensa)

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