domingo, 21 de fevereiro de 2016

Perdas e Danos de um Projeto de Poder

Caros colegas,

Reproduzo, abaixo, matéria do Jornal O Globo sobre uso político dos fundos de pensão estatais. O histórico apresentado em relação ao partido do governo dá uma boa ideia da estratégia de poder traçada com um único objetivo - poder. Aquela história contada para todos nós de que o PT seria a salvação dos trabalhadores e que protegeria os milhares de associados dos fundos de pensão das empresas estatais da ganância dos grupos de interesse foi tudo história para boi dormir e muitos de nós acreditaram nessa ladainha. Segue abaixo a matéria:

O Globo/BR
Domingo, 21 de fevereiro de 2016

Uso político dos fundos de pensão estatais causa prejuízos e ameaça pagamento de benefícios
José Casado, Danielle Nogueira, Ramona Ordoñez e Bruno Rosa

De segunda a sexta, é tudo sempre igual. Sai de casa cedo, no Jardim América, Zona Norte, viaja uma hora até o Centro do Rio e passa o dia à espera de um serviço de despachante no entorno da sede da Petrobras, onde trabalhou um terço da vida. Deixou a estatal, em 1993, levando um plano de previdência anunciado na empresa como a garantia de um "futuro mais tranquilo"

Aos 71 anos, Livaldo Pereira de Souza é um aposentado preocupado com o seu futuro e o de outras 150 mil pessoas que, como ele, apostaram no fundo de previdência da Petrobras:

- Não é possível que a Petros possa estar em situação difícil - hesita. - Quando mais vou precisar, ela não poderá pagar minha pensão? Como um fundo como a Petros, que tinha um dos maiores patrimônios depois da Previ (Banco do Brasil), pode estar em situação difícil? Isso só pode ser má gestão dos dirigentes, que sempre foram nomeados por indicação do governo federal.

Aflição similar há um ano consome o cotidiano em Brasília de Maria do Socorro Ramalho, de 56 anos. Ex-funcionária da Caixa Econômica Federal, ela começou a ouvir rumores sobre uma crise no fundo de previdência Funcef. O boato virou realidade numa segunda-feira, 13 de abril, quando ouviu o presidente da Funcef Carlos Alberto Caser confirmar o déficit:

- Foi chocante, porque eles viviam falando que estava tudo bem.

Maika, como prefere ser chamada, soube de uma mobilização dos sócios do fundo dos Correios. Aposentados da Funcef e do Postalis foram ao Congresso pedir ajuda para obter informações sobre a situação das contas. Ela descobriu que a situação no Postalis é bem pior que na Funcef.

Em quatro meses de ativismo, ela percebeu também como é a elevada sensibilidade do Legislativo às pressões do funcionalismo: a Câmara abriu uma CPI dos Fundos de Pensão e o Senado já tem outra na fila.

Sobram motivos. Um deles é o tamanho do déficit na Petros (da Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios): R$ 29,6 bilhões, pela última medição governamental, em agosto do ano passado.

Outra razão é a velocidade em que o rombo aumenta: média de R$ 3,7 bilhões ao mês, até agosto. Nesse ritmo, os balanços de 2015 de Petros, Funcef e Postalis, cuja divulgação está prevista para abril, devem fechar com perdas de R$ 44,4 bilhões - um valor sete vezes maior que as perdas reconhecidas pela Petrobras com corrupção.

O pagamento dessa fatura será dividido ao meio entre associados de Petros, Funcef e Postalis e as estatais patrocinadoras - ou seja, pela sociedade, porque as empresas são controladas pelo Tesouro Nacional. No Ministério da Previdência e na CPI, considera-se provável que os 500 mil sócios dos três fundos atravessem as próximas duas décadas com reduções nos rendimentos. De até 26% no caso do Postalis.

- Roubaram meu dinheiro - desabafa Jackson Mendes, aposentado com 42 anos de trabalho nos Correios.

Professor de Matemática, Mendes integra o grupo que levou a Câmara a instalar a CPI. Ele se diz convicto:

- Fizeram investimentos mal explicados e o dinheiro virou pó.

A maioria dos responsáveis pelos déficits das fundações públicas tem em comum a origem no ativismo sindical. Nos últimos 12 anos, os principais gestores dos fundos de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios saíram das fileiras do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

É uma característica dos governos Lula e Dilma, e as razões têm mais a ver com perspectivas de poder e negócios do que com ideologias.

Os sindicalistas-gestores agem como força-tarefa alinhada ao governo. Compõem uma casta emergente na burocracia do PT. Agregam interesses pela capacidade de influir no acesso de grandes empresas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), fonte principal de recursos subsidiados do BNDES. Onde não têm hegemonia, por efeito do loteamento administrativo, convivem em tensão permanente com indicados pelo PMDB e outros partidos, caso do Postalis.

O uso dos fundos de pensão estatais como instrumento de governo é um traço peculiar do modo de organização política brasileira. Moldadas no regime militar, as 89 fundações públicas existentes dispõem de uma reserva de investimentos (R$ 450 bilhões no ano passado) que seduz governantes: permite-lhes vislumbrar a possibilidade de induzir iniciativas econômicas, por meio da participação dos fundos na estrutura de propriedade das empresas envolvi

das. Petros, Previ, Funcef e Postalis, por exemplo, concentram dois terços do patrimônio dos fundos públicos.

Essas entidades paraestatais cresceram nas privatizações iniciadas por Fernando Collor e Itamar Franco. Com Fernando Henrique Cardoso, passaram ao centro das mudanças na mineração (Vale) e nas comunicações (Telefônicas).

Quando chegou ao Planalto, em 2003, Lula estava decidido a ampliar esse canal de influência sobre o setor privado, pela via da multiplicação da presença dos fundos de pensão estatais e do BNDES no quadro societário das empresas.

Havia um projeto, desenhado desde os primórdios do PT e da Central Única dos Trabalhadores, por iniciativa de Luiz Gushiken, então presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Tipo incomum, ascendera à liderança sindical convocando greves a bordo de temo e gravata. Trocou a militância no comunismo trotskista pela composição com Lula, líder dos metalúrgicos, a partir de uma conversa de botequim. Ajudou escrever o primeiro estatuto, presidiu o PT, elegeu-se deputado federal três vezes e se tomou um dos mais influentes assessores de Lula.

Foram os negócios nada ortodoxos entre fundos estatais e empresas privadas durante o governo Collor, em 1991, que levaram Gushiken e dois diretores do sindicato paulistano, Ricardo Berzoini e Sérgio Rosa, a abrir o debate dentro do PT sobre o potencial político dos fundos de pensão - até então percebidos como meros instrumentos governamentais de cooptação de sindicalistas.

No ano seguinte, a cúpula político-sindical do PT elegeu bancários para diretorias da Previ e da Funcef, derrotando a velha guarda da Confederação dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito.

O grupo avançou com a eleição de Berzoini à presidência do sindicato paulistano, com Sérgio Rosa e João Vaccari Neto na diretoria. Meses depois, esse trio teve a ideia de entrar no ramo imobiliário com apoio financeiro dos fundos de previdência: nascia a Bancoop, cooperativa habitacional, hoje alvo de múltiplos processos por suposto desvio de dinheiro para campanhas do PT e calote em mais de dois mil clientes.

Gushiken decidiu não disputar o quarto mandato de deputado federal pelo PT, em 1998. Berzoini ficou com a vaga. Elegeu-se, mas fez questão de continuar na direção da Bancoop até a campanha presidencial de Lula, em 2002.

Na sede da CUT nos sindicatos (...) Existe a possibilidade, não remota, de que este monumental volume de recursos, oriundos do sacrifício de milhões de trabalhadores, venha a se transformar num gigantesco pesadelo para estes mesmos trabalhadores"

O grupo testou o potencial de um fundo estatal na campanha presidencial de 2002. Sérgio Rosa estava na diretoria de Participações da Previ, onde decidem-se os investimentos. Numa quinta-feira, 9 de maio, ele despachou cartas a uma centena de conselheiros do fundo em empresas privadas. Pediu informações sobre como a disputa política "está sendo abordada na empresa em que nos representa" e "qual o posicionamento" das companhias privadas quanto à "participação efetiva no processo" Naquele ano eleitoral, as aplicações da Previ no mercado de ações foram quadruplicadas. Adversários sindicais, como Magno de Mello e Valmir Camilo, relacionaram as aplicações da Previ com doações de empresas privadas para Lula e 254 candidatos do PT em todo o país.

Eleito, Lula deu à burocracia sindical 11 dos 33 ministérios e partilhou diretorias na Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios com PMDB e PTB, entre outros integrantes da "maior base parlamentar do Ocidente" como definia o ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Gushiken ficou com a Secretaria de Comunicação; Berzoini foi para o Ministério da Previdência; e Vaccari assumiu o sindicato em São Paulo. Eles definiram com Lula o comando dos maiores fundos de pensão estatais a partir do núcleo do sindicalismo bancário. Assim, Sérgio Rosa ganhou a presidência da Previ, Wagner Pinheiro ficou com a Petros e Guilherme Lacerda foi para a Funcef. Ao PMDB reservaram o menor, Postalis.

Na Previdência, Berzoini fechou o circuito com a nomeação de um ex-conselheiro fiscal da Bancoop, Carlos Gabas, para a secretaria-executiva do ministério, que controla o órgão de fiscalização dos fundos de pensão, a Previc. Passaram os anos seguintes testando na prática o projeto que haviam imaginado na década de 80. Os bons companheiros estavam no poder.

Fonte: Jornal O Globo - http://oglobo.globo.com/brasil/aparelhamento-de-fundos-de-pensao-afeta-500-mil-aposentados-18717904

23 comentários:

  1. Mais do que claro que as empresas ligadas ao governo estão sob o crivo do mesmo e a forma como são conduzidas é para que dêem prejuízo. Qual a razão disso? um imenso plano para destruir a nação. Simples assim.

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  2. Luiz Fernando disse...
    Com a palavra, os Conselheiros e a diretoria.

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  3. Roberto Brito disse...

    A história a seguir não é ficção, aconteceu de fato, no interior do Piauí, década de 1960: um cidadão paraplégico natural da Paraíba, chegou na cidadezinha do interior e estabeleceu-se com uma quitanda "Casa Paraibana", o negócio prosperou, cresceu a ponto dele ter que contratar um auxiliar, um rapaz jovem e cortês, muito simpático, atendia a todos com distinção, até que sumiu do bairro, pergunta daqui, indaga dali, descobriu-se que Belisário (era o nome do balconista) fora na verdade morto devido a uma surra que levou da polícia por ter supostamente roubado moedas da gaveta da quitanda do aleijado. (se Borges tivesse sabido disso com certeza teria listado o caso em seu famoso livro "História Universal da Infâmia")

    Os tempos são outros? Será que não vai acontecer nada a essa gangue que roubou bilhões de dólares, quebrou estatal orgulho do país, saqueou os cofres dos mais ricos fundos de pensão? E tantas outras trapaças que ainda vão emergir. Os Rosas e Flores não vão ser chamados para acompanhar seus mandantes? Vara no lombo dessa malta, quer dizer, JUSTIÇA!



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  4. E como ficamos nós? Estamos amargando 2014 e 2015, com fim de nossas reservas, será que não tem ninguém que possa impedir estes caras de dilapidarem nossas reservas? Até quando vamos suportar tudo isso? Não tem uma fiscalização a Previc? Não recebe 8 milhões por ano da Previ, a Diretoria não pode contrariar o Diretor de Investimentos?

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  5. Cecília, nesta reportagem especificamente, a Previ não foi mencionada. Mas isso não tem acontecido nas informações que a mídia e redes sociais diariamente tem publicado. Qual a situação da Previ realmente? Podemos ter mais tranquilidade sabendo que os dirigentes são funcionários do BB e não pessoas de fora colocadas pelo governo?

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  6. Cara Cecília,

    Você concorda com o artigo de O Globo? Parece-me, salvo engano, que a PREVI não foi saqueada na mesma proporção dos outros grandes fundos.

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  7. E quando reclamamos a Sra. insistia que na Previ não existia problemas...

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  8. Gostei dos comentários e do artigo.
    Nossa PREVI deve ser mais vigiada,
    Fora PT. Nunca +

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  9. Cara Cecília,

    Além disso, a bolsa está com 41.000 pontos. Bem que você sempre falou que era um erro concentrar as reservas em renda variável. E os "sem teto" continuam "sem teto".

    Abraços,

    Telma

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  10. Depois das melhorias no financiamento CARIM, com o meu novo limite, vou dar entrada numa palafita na favela do Bode, em Recife-Pe.

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  11. Tenho que dar mão a palmatória. A Senhora é corajosa em publicar comentários. Principalmente de nós anônimos.

    Gosto muito da beleza da Senhora. Com todo respeito porque também sou casado

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  12. Roberto Brito disse...

    Cara Cecília,

    Matéria de O Globo de hoje (28fev2016) "Senado debate projeto que reduz aparelhamento político de fundos".

    É enervante saber como essa gente velhaca se apossou do patrimônio alheio com tamanha desfaçatez; dá até para se perguntar: e só agora, depois que a porta foi arrombada é que surgem propostas do tipo...? Noutra reportagem sobre o mesmo assunto, disse-se sobre a vulnerabilidade dos bilhões à mão dos "dirigentes", o dinheiro sai fácil, sem necessidade de licitação, estudo de viabilidades, essas coisas que a legislação exige, qual seja, é só aplicar o ativo nessa ou naquela empresa/projeto sem maiores pendengas: Cash! Tem coisa melhor?

    Desde que constatei a casa cheia de ratos vivo dizendo aos familiares e amigos: nossa despensa foi saqueada, é só aguardar a notícia.

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  13. Roberto Brito disse...

    Caro Anônimo 17/02/16 - 14:13,

    Não dê sua mão à palmatória; Cecília sabe o que está fazendo, esse negócio de "Anônimo disse..." é na verdade apenas protocolar, porque ao escrevermos para seu Blog, registramos o IP (Internet Protocol"), o endereço do computador na rede, se as autoridades quiserem identificá-nos é a coisa mais fácil do mundo.

    Em postagens passadas entrava com a minha conta no Google, ocorre que meu antivírus atual não me permite acessar o blog (trava), daí marco a opção Anônimo, mas sempre assino meu nome como você pode constatar.

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  14. INVESTIMENTOS E VALORES APLICADOS PELO PLANO 1:R$ 160,88 Bilhões (SET/15)

    R$ 82,98 Bilhões(52,61%)em Renda Variável (ações) perdendo - 2,46%
    R$ 58,04 Bilhões(36,80%)em Renda Fixa (72% no Fundo FCC BB)+10,10%
    R$ 9,83 Bilhões( 6,23%)em 75 Imóveis (14 Shoppings)rendendo+8,69%
    R$ 5,77 Bilhões( 3,65%)em Oper.com Participantes(Carim+ES)+13,04%
    R$ 0,98 Bilhões( 0,62%)em Invest.Estruturados (perdendo) -10,76%
    R$ 0,11 Bilhões( 0,01%)em Invest.no Exterior(?)"ganhando" +40,49%

    Os melhores investimentos até Set/15, em volume ganho, foram Renda Fixa e Operações com Participantes, que demandam pouca mão-de-obra. Já "Investimentos no Exterior" rendeu + de 40% porém o volume aplicado é baixíssimo para o Plano 1, gerando baixa arrecadação.

    Perdas expressivas em Renda Variável (AÇÕES),onde se avoluma + de 52% dos nossos ativos (R$ 82,98 Bilhões)com prejuízo de -2,46%.

    Estamos ansiosos para analisar o Balanço final de 2015, onde a VALE deu um Prejuízo de R$ 44,21 bilhões, mas o BB lucrou R$ 14,4 bilhões.

    Vamos aguardar nossos números para Março, (ou Abril ?)

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  15. O triste de tudo isso é que o grito geral vem depois que Inês é morta, que o leite foi derramado e que a vaca já foi para o brejo. Tantos representantes oficiais, colegiados, Federações, órgãos fiscalizadores, TAFIC, gestores gabaritados, enfim essa estrutura toda pra atender interesses de quem? O déficit dos três fundos citados monta 29 bi e é menor que o déficit da PREVI, senão vejamos: 24 bi da saudosa Reserva de Contingência somados aos 12 bi de Redução da Reserva Matemática, chegamos ao montante de 36 bi.

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  16. Zé Carneiro disse...

    Dou a mão a palmatória na hora que eu quiser. Se soubesse a burocracia que é localizar o endereço de um IP não falava isso. E se eu estiver numa Lan House? Caso não saiba o que seja, são comércios que alugam máquinas cobrando por tempo de acesso a grande rede.

    Ah! Essa desculpa do antivírus foi "ótima". E acho que conheço uns 3 Roberto Brito, portanto...

    Ela é corajosa é ponto. E muito linda (sempre com todo respeito)

    Guarde suas lições para quem gostar

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  17. Caros colegas,
    As demonstrações contábeis da Previ serão analisadas pelo Conselho Deliberativo no dia 17.03 e serão divulgadas no dia 18.03 através de um evento no Rio de Janeiro onde será transmitido via web.Todos poderão acessar o áudio do evento.
    Assim que divulgado estarei a disposição para esclarecer qualquer dúvida que surgir.

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  18. Na Revista Previ n.186 (jan/2016), na página 9, nosso Diretor de Planejamento, Décio Bottechia, lembra que :
    "cada ponto percentual a mais no INPC (inflação) representa hoje (11,28% em 2015)um acréscimo de mais de R$ 1 bilhão na Reserva Matemática do Plano 1 (R$ 132,06 bi em set/15)"

    2)- No artigo Gestão (pág.13 mesma edição)"Um Ano Difícil" afimam que:
    "quanto maior o INPC, maior o passivo e a Reserva Matemática necessária para cobri-lo. No Plano 1, cada ponto percentual a mais no INPC significa um aumento de R$ 1,4 bilhão nos compromisso da PREVI."

    Analisando nossa espiral da inflação, medida pelo INPC que é o indicador usado pela PREVI no cálculo do passivo atuarial, notamos que nossa Reserva Matemática era R$ 122,07 bilhões em Dez de 2014 e aplicando-se os 11,28% que deu em 2015, chegamos em dez/2015 com R% 136 bilhões!!!! (A confirmar no Balanço a ser divulgado na sexta, dia 18 de março), com um aumento em + R$ 14 bilhões num ano....

    Como faltam "apenas" uns R$ 24 bilhões para atingirmos o valor de todos os nossos ativos (R$ 160 bilhões!), em 2 anos (2016 e 2017)nosso dèficit será enorme.

    Gostaríamos de um ler um artigo da Diretoria, sobre este cálculo que projetamos, sobre o que nos reserva para 2018 e quais soluções que estão sendo estudadas, visto que o INPC será maior nos próximos 24 meses...

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  19. Caro colega Paulo,
    Assim que a Previ divulgar o resultado eu estarei à disposição para tirar dúvidas. Por enquanto, ainda não posso apresentar essa análise. Sua análise está muito interessante e faz todo o sentido. Estamos vivendo momentos bem difíceis.

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  20. ELEIÇÃO PARA DIRETOR DE SEGURIDADE - PERIGO

    Odeio escrever isto, mas acho que, neste momento, o diretor-traidor Marcel é o favorito para vencer a eleição de maio. Digo isto porque, além de termos quatro chapas de “oposição”, todos os candidatos são japoneses, isto é, nenhum é conhecido como era a Diretora Cecília, em 2014. O perigo é a votação ser pulverizada entre todos, o que beneficiaria a chapa sindicalista.

    De qualquer forma, acho que nem tudo está perdido. A estratégia, a meu ver, seria que nossos formadores de opinião chegassem a um consenso sobre qual seria o candidato com mais chances de vencer, e nele concentrássemos nossos esforços para a eleição, transformando-o no “japonês da Federal”.

    Na eleição de 2012, os sindicalistas tiveram 22.5% dos votos, e 22.7% em 2014. Este parece ser o teto da chapa das trevas, o índice a ser batido. Em 2014, a Cecília se elegeu com 30.9 %.

    Srs. formadores de opinião, é grande sua responsabilidade. Não vão dar o vexame de, também, serem consumidos pela “fogueira das vaidades”.

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  21. Roberto Brito disse...

    Cara Cecília,

    Sobre a revista Previ nº 186, de Janeiro/2016, página 10, nem precisa ser economista ou contabilista para observar, em primeiro plano, o gráfico Macroalocação 2016, um espanto - nosso ativo está concentrado em Renda Fixa (32,20% a 40,20%) e Renda Variável (47,9% a 55,90%)- quase a totalidade! Que tal lembrar aquele provérbio do tempo de nossos avós: não se deve pôr todos os ovos numa mesma cesta, foi exatamente o que aconteceu na acomodada carteira de investimentos da nossa PREVI, com perfil ultra conservador: Bolsa e Aplicação em Bancos, um naquinho emprestado aos participantes - risco zero, outro em imóveis que é um ativo historicamente sólido - também risco zero, retorno previsível, mas cadê o arrojo? Vejamos que os Investimentos no Exterior quase não existe! (0% a 0,5%), assim... como a economia do país em ladeira abaixo, nossos investimentos totalmente atrelados ao padrão brasileiro, não se vislumbra melhores expectativas.

    Soluções a curto prazo? Nenhuma, talvez a longo prazo, com mais atenção dos participantes na hora de votarem, maior engajamento, acompanhar e cobrar a atuação dos Dirigentes - Wilson Luiz está certo - Profissionalismo, Responsabilidade, Não interferência política, e isso a gente tem que fiscalizar, senão a vaca pode ser atirada do penhasco.

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  22. SOBRE RENDA VARIÁVEL E TÍTULOS DO GOVERNO

    Sempre defendi que o problema da PREVI com suas aplicações em renda variável nada tinha a ver com a qualidade dos ativos, são ou eram excelentes empresas grandemente prejudicadas por um governo incompetente e corrupto. Bastou aparecerem delações comprometedoras sobre a presidentA, tornando mais provável sua queda, que o índice da Bolsa de Valores de São Paulo subiu mais de 16% desde o início de fevereiro; imagine-se o que pode acontecer se, realmente, cair este governo.

    E as aplicações em títulos do governo, são garantidas? Todas as agências de risco classificam o Brasil no grau especulativo, muito perto de um calote.

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