domingo, 14 de fevereiro de 2016

Enfim o ano começou...

Caros colegas,

Geralmente no Brasil o ano começa mesmo depois do carnaval. Muitas pessoas saem de férias, as empresas dão férias coletivas e existe uma sensação de que tudo parou. Apesar que em fevereiro o mercado reagiu mal em relação às notícias vindas da China, refletindo também no desempenho das nossas ações.

Também tivemos o resultado das chapas inscritas nas eleições da Cassi, que está passando por um momento muito difícil. A estratégia clara do Banco de focar só na gestão do plano de saúde para os funcionários da ativa tem deixado todos os aposentados e pensionistas muito decepcionados. Estarei falando em um post especial sobre as eleições Cassi e Previ. No caso da Previ, a inscrição das chapas ocorrerá até o dia 29.02.

A situação de 2015 não foi nada boa e tudo leva a crer que 2016 será pior. Precisaremos ter cautela e paciência, pois tudo passa e essa crise também passará. O problema são as sequelas deixadas para os trabalhadores que acabam sempre pagando a conta. 

Semana passada saiu uma matéria bem interessante na Folha de São Paulo, onde vários economistas falam sobre a crise atual. Segundo a maioria ouvida pela Folha, a economia brasileira corre o risco de mergulhar em um período de três anos seguidos de contração, fato inédito desde 1901, início da série histórica. Eles consideram que os dados negativos de atividade econômica apresentados no final de 2015 e início deste ano têm levado os analistas a projetarem um cenário ruim nos próximos anos. O Banco Credit Suisse esperava contração de 3,5% do PIB, mas já trabalha com número mais próximo de 4%. E, para 2017, projeta um terceiro recuo, entre 0,5% e 1%. Segundo a matéria, a última vez que o PIB encolheu por dois anos seguidos foi no biênio 1930-1931, quando a economia mundial passava por crise severa após a quebra da Bolsa de Nova York. O Itaú e outras consultorias também rebaixaram suas projeções. Com ou sem a presidente Dilma, a crise vai piorar.
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Fato que aconteceu bem interessante no início de fevereiro e que cabe aqui um comentário foi a posse do novo Diretor-Superintendente, José Roberto Ferreira. No dia 01.02, o jornal Estado de S. Paulo publicou matéria onde ele relata que a "Previc, órgão responsável pela fiscalização dos fundos de pensão, mudou o modelo de supervisão para chegar antes de a “porta estar arrombada”. O objetivo do órgão é se antecipar para evitar que as irregularidades causem prejuízos aos participantes e patrocinadores dos planos. Em sua primeira entrevista, Ferreira antecipou ao Estado que o governo vai modificar as regras para melhorar a governança das entidades de previdência complementar. “Temos elementos suficientes para avançar nesse sentido”, afirmou. As negociações para atualizar o marco, que é de 2004, estão sendo feitas com o Ministério do Trabalho e Previdência Social e devem ser apresentadas ao Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). Entre as “boas práticas” que devem ser incluídas nas regras está a orientação para que todo o sistema adote um número mínimo de representantes nas diretorias."

É interessante o novo Diretor Superintendente prometer o que não poderá cumprir, pois as portas dos fundos de pensão de empresas estatais já foram arrombadas há muito tempo, principalmente o Fundo Postalis. O prejuízo já chegou na medida que os participantes começarão a ter que arcar com contribuições adicionais para cobrir os déficits apresentados. Se o órgão realmente tivesse atuado de forma fiscalizadora, sua obrigação legal, com certeza os fundos não chegariam ao ponto que chegaram. 
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É lógico que o mercado todo sucumbiu e isso impactou o resultado de todos os fundos, porém em alguns casos houve gestão temerária e em outros houve passividade na correção dos rumos. Alguns fundos se mostraram superavitários nesse período. Qual é a diferença? Por que o Fundo Valia conseguiu bater a meta atuarial?

Segundo palavras da Presidente Maria Gurgel, eles mudaram a estratégia desses últimos anos aumentando a exposição em títulos de renda fixa, em função da alta dos juros e da inflação e reduziram a participação em renda variável. Historicamente, a Valia tinha 25% do patrimônio em ações, mas em 2015 foi reduzido para 4%, ante 12% em 2014 e 17% em 2013. Não há mais participação relevante em ações da Vale. 

É interessante constatar que eles não têm investimentos em ações da Vale, o que fez com que muitos fundos, como o nosso, tivessem um resultado bem reduzido em função da performance do ativo. 

A lição que aprendemos com tudo que está acontecendo é que não se pode ter uma gestão passiva dos investimentos e não se pode casar com ativo, seja ele qual for. As fundações têm que estar preparadas e com liquidez suficiente para driblar os cenários de crise. Parabéns ao fundo Valia que conseguiu fazer valer o tripé - risco x retorno x liquidez.

21 comentários:

  1. -Auditoria Independente já na Previ. É a obrigação dos eleitos verificar a real situação da Previ. Não pode ficar a mínima dúvida do que aconteceu nos últimos anos. Se tudo foi feito dentro dos "conformes" não há o que se temer. Quem não deve não teme. Doa a quem doer. Estas questões tem que ser passadas a limpo. E que se crie uma comissão independente representativa de todos segmentos dos associados para acompanhar os trabalhos. Transparência total, zero de ingerência neste trabalho. Isto é o mínimo que todos devem exigir, atuais dirigente eleitos e futuros pretendentes a cargos eletivos na Previ. Chegou a hora de saber que é quem na Previ.

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  2. Será que a superavitária Valia também adota, tal qual a imoralidade praticada pela Previ, o pagamento de bônus de remuneração variável para os seus dirigentes. Eu digo imoralidade já que Você mesmo declarou aqui no blog que abrirá mão desse tipo de remuneração por ser contrária ao seu pagamento. Outro questionamento: será que dentre as aposentadorias pagas pela Valia existem também aquelas que seguem o mesmo tipo utilizado para alguns privilegiados da Previ, ou seja, os chamados de sem teto?

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  3. Jose Roberto Eiras Henriques15 de fevereiro de 2016 às 16:44

    "Entre as “boas práticas” que devem ser incluídas nas regras está a orientação para que todo o sistema adote um número mínimo de representantes nas diretorias."
    Numero mínimo??? e o máximo???

    Convém lembrar que a Previ apresentou em seu balanço do terceiro trimestre um deficit de quase R$ 600 milhões, isso quer dizer que o resultado acumulado da Previ até o terceiro trimestre foi deficitário em R$ 13 bilhões. Corroeu a reserva acumulada de R$ 12,5 bilhões em 2014 e ainda falta os números do do quarto trimestre que deve ampliar esse deficit.

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  4. Caro colega Pr.Guima,
    Desde que assumi na Previ, quem faz a auditoria externa das nossas demonstrações contábeis é auditoria internacional independente - Deloitte - que faz parte das "Big Four", conceito mundial das maiores auditorias mundiais independentes. E, enquanto estiver na Previ, quem auditará nossos balanços será uma dessas auditorias.

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  5. Caro colega Jorge,
    Vários fundos de pensão pagam remuneração variável. No caso da Previ, todos os funcionários cedidos recebem a RV em função do convênio de cessão firmado com o Banco. Até o período que assumimos a diretoria, era reproduzida a política do Banco, ou seja, a remuneração variável era de até 12 salários. Foi reduzido para, no máximo, 6 salários, o mesmo patamar que o valor pago aos gerentes executivos da Previ. Com os indicadores aprovados, dificilmente será pago esses valores.

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  6. Cara Cecilia, parece que o Dr. Medeiros, colega nosso aposentado esta pretendendo concorrer ao cargo de Diretor de Securidade, e peço por favor, a sua aprovação para a indicação de seu nome, uma vez que voce, Cecilia, tem dado força, dentro do possivel aos aposentados e pensionistas. Obrigado se puder contribuir com a sua influência e competência nesta indicação, somando mais um na defesa, dentro do possível aos interesses de nós aposentados e pensionistas, e se achar ético não publicar este comentário, irei entender, pois cada um tem suas razões para aprovar ou não a publicação em seu útil e esclarecedor Blog. Obrigado e tudo de bom, colega Goulart, de Cambé-PR.

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  7. Novamente a mesma baixaria em eleição. Falta de ética, super heróis que querem ganhar a força e nunca desistem.E nós temos que aguentar. Por favor façam campanha sem mentiras e apelação.

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  8. Quando a Previ vai se manifestar a respeito da matéria publicada ontem no jornal O Globo, que trata do gigantesco rombo (46 bilhões) dos fundos de pensão das estatais, aí incluída a Previ? O assunto é sério demais para que o Presidente Genso e a Diretoria fiquem em silêncio.

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  9. Prezada Diretora Cecília Garcez,

    A PREVI recentemente informou uma mudança na forma de calculo da margem consignável, para enquadramento na lei 13.183 de 4/11/15.

    Como todos os eleitos não se manifestaram acerca desta mudança, e a nota da Previ apenas informa que a mesma vale para os próximos financiamentos da Carim, como fica a nossa situação.

    a) Os contratos em vigor, que estão sendo descontados na folha de pagamento, vai ser mantido até o termino, ou vão fazer o enquadramento.

    b) A Previ tem recebido uma grande quantidade de ações 30% consignado, não seria o caso de aproveitar o enquadramento da lei e fixar apenas os descontos do ES, na nossa folha de pagamento, com as demais obrigações como o imposto de renda e a Cassi, que não pode ser posta para segundo plano, vista ser descontos obrigatórios.
    c) A Previ tem o departamento de comunicação ligada diretamente ao Presidente, mas as notas explicativas da Previ é muito ruim, bem como as informações prestadas, por escrito, sem abre uma margem de duvida para a interpretação.

    Caso estiver no seu alcance, ou uma pesquisa mais ampla, poderia fazer uma matéria para estas explicações, que de fato muito interessa a todos nós participantes da Previ, em especial do PB-1.

    Atenciosamente

    Rosalina de Souza
    Pensionista
    Matricula 18.161.320-4

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  10. Cara Cecilia, venho solicitar da colega, que possui influencia e goza de prestigio junto a Diretoria da PREVI , a possibilidade daPRORROGAÇÃO das prestações do ES, ref. aos meses de ABRIL E MARÇO, de 2016, o que em muito ajudaria a recompor os salários, já defazados pela inflação. Obrigado pelo que puder fazer, em meu nome e de muitos colegas Aposentados e Pensionistas. Tudo de bom...

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  11. Sra. Diretora Cecília,

    Poderia comentar a matéria da Eliane Catanhêde e a resposta da Previ?

    Muito agradecido

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  12. ELEIÇÕES PREVI – O tempo ruge, o prazo para inscrição de chapas termina no próximo dia 29, falta apenas 11 dias corridos. A situação, como sempre, vem com seus golpes baixos. Primeiro se organiza toda, faz seus conchavos para a eleição, e depois que está preparada, divulga um prazo exíguo para inscrição de chapas. Em se confirmando a candidatura do diretor-traidor Marcel, acho que isto será um grande reforço para a nossa campanha.

    Precisamos nos organizar rapidamente, para não perder o trem da história.

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  13. o comparecimento do próprio. Seria engraçado ver o resultado.

    DECISÃO HISTÓRICA – O Supremo Tribunal Federal decidiu, por 7 votos a 4, que condenados por crimes que tenham recurso negado em segunda instância(órgão colegiado), já poderão ser encaminhados à prisão, para cumprimento da pena. Isto acaba com o famoso “trânsito em julgado”, mina de ouro para advogados que viviam de gordos honorários recebidos apenas para protelar decisões da Justiça com recursos infindáveis (há processo que, apenas no Supremo, teve 62 recursos). A OAB já passou recibo, protestando contra a decisão.

    Causou-me estranheza o voto a favor de dois Ministros nomeados por Dilma, Edison Fachin e Dias Toffoli(ex-advogado do PT), o que parece demonstrar como o partido no governo está cada vez mais isolado.

    LAVA-JATO – Pode ser que, agora, o trio parada dura preso em Curitiba, o mega-empresário Marcelo Odebrecht, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, indicado por Zé Dirceu, resolvam abandonar sua postura de tudo negar e abrir o bico, aderindo à delação premiada. Acho que eles esperavam que, mesmo condenados, poderiam recorrer em liberdade, e protelar “ad infinitum” a decisão final dos processos. Estes três juntos não são homens-bomba, mas poderão ser homens-bomba atômica.

    Ainda sobre a Lava-Jato, o que me deixa um pouco frustrado é, até agora, não ter surgido nenhuma gravação sobre as tenebrosas transações da Petrobras. Uma gravação seria o baton na cueca, a estaca no coração, como ocorreu com o senador-presidiário Delcídio DO Amaral.

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  14. Cecília Garcez.


    Cansei um pouco do Cara Diretora Cecília Garcez, é muito grande e o momento é de aproximação. Todos falam o que os Diretores gostam de ouvir. Data máxima vênia.
    Não fique com pedidos em sua cabeça, para esta ou aquela escolha, deste nome ou doutro nome para a DIRETORIA DE SEGURIDADE.

    Para mim o Medeiros não vinga, e olha que ele pode possuir o apoio da Sra. Isa Musa, na qual muito respeito, e até o seu, mas ele perdeu o "time" naquele chora-chora para a platéia ver e se emocionar... Se desgastou e o povo não é tão bobo assim, ele é bobinho.

    Quem não foge da raia é você, que mesmo com toda esta conjuntura se mostra. Nos perpetuarmos é muito bom...
    A DIRETORIA DE SEGURIDADE significa ao menos "mais uma ângora" de continuidade necessária para implantação de gestão para estes tempos tão nebulosos e os vindouros, que com certeza colocaremos os trens no trilho.

    Saudações.
    Valim.

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  15. Cecília Garcez.

    A frente de batalha querendo ou não deverá ser tomada, arquitetando cada um suas posições que serão aguerridas e coligações estranhas para uma normalidade que é o povo.

    Ou fazemos o nosso nome, ou não teremos tempo para cada um se transformar numa formiguinha e almejarmos nossos comitês. Para isso se faz necessário uma reunião que sempre falei. Quanto a parte Administrativa e as demais, entregamos abacaxi e queremos suco de limão, é com vocês.

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  16. ALEA JACTA EST.

    Não há saída honrosa para os PRÓ-LABORAIS.
    Ninguém é por nós e nem vai ser.

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  17. Roberto Brito disse...

    Cara Cecília,

    Na grande imprensa chove notícias ruins sobre o aparelhamento para abocanhar recursos dos fundos de pensão, ora é sobre a Petros, ora Postalis, Funcef..., e a nossa PREVI? como anda nessa história?

    Tem muita coisa malfeita nesse governo sindicalista, em quantidade tal que talvez nem seja possível investigar tudo, mas... quem roubou e não conseguir esconder o produto, que se prepare para uma estada no Hotel da Amargura.

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  18. Os colegas que estão indicando candidatos para a eleição Previ deveriam se comprometer a exigir deles o cumprimento das promessas caso sejam eleitos.Só indicar é fácil.

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  19. Caro colega João Trindade,
    É muito triste você pensar assim, pois não podemos deixar de acreditar. Se estamos insatisfeitos, precisamos reunir forças para mudar, mas jamais desistir. Isso diz respeito às nossas vidas e de nossas famílias.

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  20. Cara colega Rosalina,
    Não é tão fácil responder suas questões, pois dizem respeito à Diretoria de Seguridade. Segundo informações da área:

    Item a) Os contratos em vigor, que estão sendo descontados na folha de pagamento, serão mantidos até o termino, ou vão fazer o enquadramento.

    As parcelas dos empréstimos da PREVI que estão em vigor serão mantidas, mesmo se estiverem acima da margem consignável atual não sendo possível novos concessões de empréstimos com a margem anterior.

    item b) A Previ tem recebido uma grande quantidade de ações 30% consignado, não seria o caso de aproveitar o enquadramento da lei e fixar apenas os descontos do ES, na nossa folha de pagamento, com as demais obrigações como o imposto de renda e a Cassi, que não pode ser posta para segundo plano, vista ser descontos obrigatórios.

    Segundo consulta à DISEG/GESOP, está em estudo nova forma de cálculo de margem.

    As notas explicativas referentes às demonstrações contábeis passam pelo crivo da auditoria externa, da diretoria executiva, do Conselho Fiscal e do Conselho Deliberativo e seu objetivo é esclarecer os números apresentados. Caso haja dúvidas, estaremos à disposição para esclarece-las.

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  21. Cecília,
    Faço referência ao seu blog de 14/02/16. Acho importante quando você discorre tecnicamente sobre os problemas da PREVI e dos fundos de pensão de modo geral. Até porque, quando alguém se envereda pela área política, inflamam-se as paixões, o que torna mais complicado o caminho de uma solução. Há fatores que impactam todos os fundos e outros que alteram os resultados apenas na PREVI, até porque mais da metade de suas aplicações estão em renda variável, sujeita aos humores do mercado. Daí a dificuldade de se estabelecerem normas iguais para fundos de características diferentes. Talvez por isso tenha surgido a Resolução que disciplina de forma diferente a equalização dos sucessivos déficits.
    Quando você diz que “em alguns casos houve gestão temerária e, em outros, houve passividade na correção dos rumos”, o que está impedindo você de especificar em que casos e em que fundos de pensão? O seu compromisso de sigilosidade a impede de dar os detalhes?
    Penso ser salutar a manutenção do debate no nível técnico, com clareza e transparência.
    Um abraço,
    Gilberto Santiago

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