segunda-feira, 4 de julho de 2011

INSS - Governo propõe corte em pensões

Governo propõe corte em pensões Para acabar com o fator previdenciário, fórmula que reduz valor do benefício para desestimular aposentadoria precoce, governo federal estuda aumentar o tempo de contribuição para mulheres, de 30 para 33 anos. A proposta de minirreforma ainda incluiria a redução do pagamento de pensão por morte, deixando de ser integral para ser 70% do valor recebido pelo cônjuge.
O fator previdenciário, um cálculo que leva em conta o tempo de contribuição e a idade para a concessão de aposentadorias pela Previdência social, pode acabar ainda neste ano.
Uma antiga reivindicação das centrais sindicais, a extinção do fator é uma das poucas propostas da minirreforma da previdência que o governo federal pretende encaminhar ao Congresso no segundo semestre que poderá obter consenso. Outras mudanças, como o aumento do tempo de contribuição e da idade para a aposentadoria das mulheres e a redução das pensões por morte, por enquanto têm chances mínimas de prosperar.
O fim do fator previdenciário é um dos pontos mais adiantados nas discussões do núcleo de trabalho formado por técnicos dos ministérios da Previdência Social e da Fazenda para estudar possíveis mudanças. Sugestões já foram levantadas pelo grupo, mas, por enquanto, nenhuma teve o aval do ministro da Previdência, Garibaldi Alves, para ser levada à análise da presidente Dilma Rousseff.
Segundo Garibaldi, há o entendimento de que o fator previdenciário, que pretendia desestimular as aposentadorias precoces, deixou de cumprir o objetivo. O problema é que ainda não foi encontrada uma fórmula eficiente para substituí-lo. A partir do projeto senador Paulo Paim (PT), vetado pelo então presidente Lula, foi elaborada uma proposta alternativa, com apoio do governo e das centrais sindicais. Mas ainda não entrou na pauta.
Coordenador do subcomissão de previdência do Senado, Paim entende que não há clima no Congresso para uma reforma da previdência:
– Nenhuma alteração que aumente a idade para aposentadoria e o tempo de contribuição passa. Até porque envolve mexer na Constituição, e, para isso, precisa do voto de três quintos dos deputados e senadores.
Nada muda na atual pensão
O ministro da Previdência garantiu que o texto final da minirreforma ainda não foi fechado e várias sugestões estão sendo analisadas pelos grupos envolvidos no trabalho. A ideia é tratar tanto de alternativa para o fim do fator previdenciário quanto a alteração na concessão de pensão por morte em um mesmo projeto. Garibaldi destacou que em praticamente todas as propostas de mudança estão previstas a redução do valor da pensão dos atuais 100% para 70%.
Em um dos casos analisados, a diminuição do valor do benefício para 70% seria apenas às viúvas sem filhos menores de 21 anos. Além disso, está em debate a criação de um prazo para validade da pensão – que seria de 10 anos para viúvas e viúvos que tenham menos de 35 anos. Para o restante, o benefício continuaria vitalício.
– Os atuais pensionistas não serão atingidos pelas novas regras – assegurou Garibaldi.
Propostas ainda não foram negociadas
Em busca de um acordo, o governo federal formou um grupo de discussões com as centrais sindicais e entidades de aposentados com a missão de chegar a um consenso sobre propostas de alterações na Previdência. Grande parte integra as mudanças que o Planalto deve mandar para o Congresso.
Os resultados dos encontros, por enquanto, são considerados tímidos. Pelo lado do governo, os representantes dos ministérios da Fazenda e da Previdência ainda não apresentaram para discussão no grupo uma proposta prometida de alternativa à extinção do fator previdenciário, um dos principais nós a serem desatados. Ao mesmo tempo, desagradaram às centrais informações de que o governo já teria propostas prontas tanto para substituir o fator quanto para mudar as regras das pensões.
– Assim fica difícil negociar porque ainda não chegamos a esse assunto – queixa-se João Batista Inocentini, vice-presidente da Força Sindical, um dos integrantes da mesa de negociações.
Transparência nas contas
Um dos poucos temas que avançaram em seis encontros foi a antecipação da primeira parcela do 13° dos aposentados, que virá em junho a partir 2013. Outro ponto espinhoso é repassar para a União a diferença de isenções fiscais que hoje significam menor arrecadação para a Previdência.
Além das questões mais urgentes, a comissão procura ainda debater temas como medidas para diminuir fraudes e tornar mais transparente o fluxo de caixa do INSS.
– Vamos desmistificar o déficit da previdência – diz Maurício Oliveira, assessor econômico da Associação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap). (Zero Hora)

2 comentários:

  1. Cara Cecilia:
    sabe dizer se os Beneficios que sofreram perda com o Fator Previdenciario seriam favorecidos com a sua extinção?Ou só os próximos cálculos?
    A redação só atinge as "Pensões" atuais, que em nada seriam alteradas(sem redução.
    E nós, beneficiários prejudicados com FP ??

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  2. Caro Claudio,

    Eu não sei ao certo, mas imagino que isso valerá para os próximos cálculos.
    Em relação ao FP, realmente, vários foram prejudicados com essa mudança (eu também me incluo nesse ponto) e será muito difícil pensar que eles vão acabar com o fator ou revisar as aposentadorias que já foram deliberadas. Infelizmente, só vemos os benefícios diminuírem. As medidas que surgem são sempre para prejudicar mais ainda as aposentadorias.

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