Eu recebi algumas críticas sobre divulgar neste espaço denúncias contra o atual Governo. A impressão que tenho é que as pessoas que apoiam o atual governo preferem fazer como o avestruz, porém eu não concordo com esse tipo de postura e não vou deixar de divulgar assuntos que interessem aos colegas que frequentam este espaço.
Este mês houve duas denúncias complicadas, primeiro foram os desvios constatados na Fundação Banco do Brasil, que tem como objetivo principal atuar no tema de responsabilidade socioambiental. Desviar recursos de uma população tão sofrida é algo difícil de aceitar, principalmente vindo de quem vem. Tanto o Presidente da Fundação, Jorge Streit, quanto o Diretor de Desenvolvimento Social, Eder Melo, que é funcionário do Banco do Brasil e já foi diretor estadual da Anabb em Minas Gerais, pediram demissão e o colega do Banco, pediu aposentadoria e, com certeza, vai se aposentar bem acima do teto, já que até hoje a Previ não atendeu às determinações da PREVIC, o que é outro absurdo. O pior de tudo é que a funcionária da Fundação que denunciou o esquema está sendo ameaçada. Segue parte da matéria que saiu na Revista Época. Leia a matéria na íntegra no link abaixo:(http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2013/09/fiscal-que-bfiscalizavab.html)
Outra denúncia extremamente absurda é sobre a Operação Miqueias, onde já foram afastados dois assessores, entre outros, um que trabalhava diretamente com a Ministra Ideli Salvatti, braço direito e esquerdo da Presidente Dilma. (Lembrando que a Ministra já tinha sido envolvida no escândalo dos "aloprados" em 2004). Os prefeitos e gestores dos regimes próprios (fundos de pensão de prefeituras e municípios) eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado em fundos podres. O prejuízo para os fundos de pensão é de R$ 50 milhões, segundo a polícia. O esquema utilizava mulheres bonitas para aliciar os prefeitos e gestores.
Como continuar acreditando nesse partido? Como continuar acreditando que os atuais dirigentes da Previ, ligados a esse grupo, farão diferente??? Como continuar acreditando que eles defenderão os interesses dos associados??? Como não abordar esses escândalos neste blog???
DESVIOS
A administradora de empresas Maria Suely Fernandes, funcionária de carreira doBanco do Brasil, sempre quis trabalhar com projetos sociais. Há três anos, graças à indicação do PT, teve sua chance. Aos 29 anos, conseguiu uma vaga na Fundação Banco do Brasil, braço filantrópico da empresa, dominado pelo PT há dez anos. Com um orçamento anual de R$ 200 milhões, ele se dedica a financiar projetos sociais. Suely era filiada ao PT de Minas Gerais desde a adolescência e fora indicada ao cargo pelo sindicalista Jacques Pena, ex-presidente da fundação e quadro influente do partido em Brasília – ele foi um dos coordenadores da campanha presidencial de Dilma na capital da República, em 2010. Quando assumiu o posto, Suely recebeu uma missão delicada: fiscalizar – ou não – a correta aplicação do dinheiro investido pela fundação em projetos sociais, a maioria deles ligados ao PT. Suely e o sindicalista Pena logo descobririam ter cometido os maiores erros de suas vidas.

Para desgosto de Pena e do grupo petista que controla a fundação, Suely ignorou o apadrinhamento do partido. Resolveu fazer seu trabalho – e era boa nele, segundo funcionários da fundação que conviviam com ela. Descobria tudo, fossem pequenas falhas na apresentação de projetos, fossem fraudes complexas em contratos milionários. Os casos acumulavam-se. Revelavam, pelas semelhanças e nomes dos beneficiários, que a fundação desviava, sistematicamente, dinheiro para gente do PT. Ingênua, Suely relatava as falcatruas encontradas – a maioria envolvendo seu padrinho político, Jacques Pena – a seus superiores na fundação e no Banco do Brasil. Era ignorada. Ela insistiu, insistiu, insistiu… até que, em dezembro passado, convencida de que ali ninguém nada faria, juntou seus relatórios e denunciou as fraudes ao Ministério Público do Distrito Federal e à Polícia Civil de Brasília.
A polícia e o MP passaram a investigar o caso. Os dirigentes da fundação, ao saber da colaboração de Suely com as autoridades, promoveram-na ao almoxarifado. Não tardou para que ela deixasse a fundação e voltasse ao serviço no Banco do Brasil. Foi então que Suely finalmente percebeu com quem estava se metendo. Poucos dias depois de deixar a fundação, segundo relatos, recebeu um torpedo no celular com seu nome, local de trabalho e nome e idade de seu filho, que tem 6 anos. Suely interpretou o torpedo como uma ameaça velada. Comunicou o ocorrido aos delegados que investigavam a fundação. A polícia não conseguiu rastrear a origem da ameaça. Dias depois, Suely recebeu outro torpedo. Ele continha informações sobre seu cotidiano e de seu filho, como horário em que ele deixara a escola e a placa da van que o transportava diariamente. Apavorada, temendo por sua vida e pela vida de seu filho, Suely conseguiu convencer a direção do Banco do Brasil a transferi-la para outro Estado. A decisão de enfrentar o esquema montado pelo padrinho custara-lhe a vida em Brasília. Teve de deixar tudo para trás. Levou apenas o filho. Hoje, vive longe, e vive com medo. Tanto medo que, procurada por ÉPOCA, recusou-se a dar entrevista sobre o caso.
Fonte: Revista Época
Regimes próprios: Operação Miquéias
Quadrilha é suspeita de lavar dinheiro de tráfico
Grupo desarticulado na Operação Miqueias 'prestava serviço terceirizado', segundo PF
A quadrilha investigada por desvios em fundos de pensão municipais na Operação Miqueias, da Polícia Federal, é suspeita também de lavar dinheiro para contrabandistas de armas e traficantes de drogas.
Segundo relatório da PF, o grupo prestava "serviço terceirizado" de lavagem de dinheiro e movimentava recursos de "diversas origens", o que "sugere variados crimes antecedentes".
Segundo a investigação, o grupo fazia "manobras financeiras", movimentando o dinheiro "várias vezes por contas-fantasmas" até sacar os valores em espécie.
Na semana passada, a investigação já havia mostrado que a quadrilha, além de lavar dinheiro, oferecia vantagens indevidas a prefeitos e gestores de fundos de previdência municipais para garantir aplicações em investimentos suspeitos.
A suposta ligação da quadrilha com contrabandistas e traficantes será aprofundada a partir de agora.
De acordo com a PF, o esquema pode ter movimentado R$ 300 milhões em 18 meses, tendo desviado cerca de R$ 50 milhões dos fundos municipais.
Ao menos 20 pessoas foram presas na semana passada no Distrito Federal, Rio de Janeiro e Goiás. Entre os presos estão o doleiro Fayed Traboulsy, acusado de crimes em outras operações e o ex-policial civil Marcelo Toledo, flagrado distribuindo dinheiro no mensalão do DEM.
O advogado de Fayed nega qualquer relação do doleiro com os crimes de tráfico de drogas e contrabando. Procurada, a defesa de Toledo não retornou.
Fonte: Folha de São Paulo